quinta-feira, 3 de abril de 2008

85 Buddha Mercador


85
Como aqueles que comeram...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre um Irmão concupiscente. Tradição diz que havia um filho, um herdeiro, de uma boa família que entregou o coração a doutrina de Buddha e juntou-se à Irmandade. Mas um dia quando estava na ronda da coleta de ofertas em Sāvatthi, foi instigado à concupiscência à visão de uma mulher belamente vestida. Sendo trazido por professores e diretores para diante do Mestre, ele admitiu em resposta às perguntas do Abençoado que o espírito da concupiscência nele entrara. Então disse o Mestre, “Verdadeiramente as cinco luxúrias dos sentidos são doces à hora de seu gozo, Irmão; mas este desfrute delas ( na medida que acarretam as misérias do re-nascer nos ínferos e em outros estados ruins ) é como comer a fruta da árvore Que-fruta. Bela à vista a Que-fruta, muito fragrante e doce; mas quando digerida, abala por dentro e traz a morte. Em dias idos, por causa da ignorância de sua natureza má, uma multidão de pessoas, seduzidas pela beleza, fragrância e doçura da fruta, comeram dela e assim morreram.” Assim falando, ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva veio à vida como líder de uma caravana. Uma vez quando viajavam num carreto de quinhentos carros do Leste para o Oeste, chegaram à borda de uma floresta. Juntando seus homens, disse a eles: - “Nesta floresta crescem árvores carregadas de frutos venenosos. Que ninguém coma qualquer fruto desconhecido sem primeiro me perguntar.” Quando atravessavam a floresta, chegaram na outra borda a uma árvore Que-fruta com seus ramos decaindo até embaixo carregados de frutas. Na forma, cheiro, gosto, no tronco, galhos, folhas, e fruta parecem manga. Tomando a árvore por sua enganosa aparência etc, por uma mangueira, alguns pegaram fruto e comeram; mas outros disseram, “Falemos antes de comer com nosso líder.” E estes últimos, pegando a fruta, esperaram ele chegar. Quando ele chegou, ordenou-os que atirassem fora a fruta que pegaram, e administrou emético naqueles que já haviam comido. Destes últimos, alguns se recuperaram; mas os que comeram primeiro, morreram. O Bodhisatva alcançou seu destino em segurança, e vendeu suas mercadorias com lucro, após o quê viajou de volta para casa. Após vida em caridade e outras obras boas, ele passou sendo tratado de acordo com seus méritos.

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Foi quando contou esta história, que o Mestre, como Buddha, falou esta estrofe:-

Como aqueles que comeram Que-fruta morreram, assim Luxúrias,
Quando maduras, matam aquele que não conhecendo o desgosto
Que produzem depois, abaixa-se em atos luxuriosos.

Tendo mostrado então que Luxúrias, que são tão doces na hora da fruição, terminam matando seus devotos, o Mestre pregou as Quatro Verdades, no final das quais o Irmão concupiscente foi convertido e ganhou o Fruto do Primeiro Caminho. O restante dos seguidores do Buddha alguns ganharam o Primeiro, alguns o Segundo, e alguns o Terceiro Caminho, enquanto outros ainda tornaram-se Arahats.

Sua lição terminada, o Mestre identificou o Jātaka dizendo, “Meus discípulos eram o povo da caravana daqueles dias, e eu mesmo o líder.”







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