quarta-feira, 16 de abril de 2008

91 Sobre os Requisitos


91
Ele atira os dados...etc.”- Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, sobre usar as coisas impensadamente.

Tradição diz que a maioria dos Irmãos naqueles dias habituaram-se a usar as roupas e o resto das coisas que lhes eram dadas, de modo impensado. E o uso impensado dos Quatro Requisitos como regra, barra o escape deles do fado de re-nascer nos ínferos e no mundo animal. Sabendo disto, o Mestre estabeleceu lições de virtude e mostrou o perigo do uso impensado das coisas, exortando-os ao uso cuidadoso dos Quatro Requisitos, e colocou esta regra, “O Irmão pensativo tem em vista um objetivo definido quando veste uma roupa, notadamente, impedir o frio.” Após colocar regras semelhantes para os outros Requisitos, concluiu dizendo, “Tal é o uso consciente que deve ser feito dos Quatro Requisitos. Usá-los impensadamente é como tomar veneno mortal ; e houve aqueles que em dias idos por seu impensar, inadvertidamente tomaram veneno, para grande dano seu, em hora devida.” Assim falando ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu numa família abastada, e quando cresceu, se tornou jogador de dados. Com ele costumava jogar um trapaceiro, que mantinha o jogo quando ganhando mas, quando a sorte virava, acabava com o jogo, colocando um dos dados na boca, para fingir que estava perdido,- depois do que saía do jogo. “Muito bem,” disse o Bodhisatva quando entendeu o quê estava acontecendo; “daremos um jeito nisto.” Então pegou alguns dados, ungiu-os em casa com veneno, deixou-os secar cuidadosamente, e depois carregou-os consigo até o trapaceiro, a quem desafiou para um jogo. O outro estava querendo, o tabuleiro do jogo de dado armado, e o jogo começa. Logo que o trapaceiro começou a perder, jogou um dos dados na boca. 

Observando-o no ato, o Bodhisatva falou, “Cuspa fora; não falharás em descobrir o quê realmente é em pouco tempo.” E pronunciou esta estrofe em censura:

Ele joga o dado com coragem, - não sabendo
Que veneno lá queima e esconde-se invisível
- Ei, jogue-os, trapaceiro! Logo queimarás por dentro.

E enquanto o Bodhisatva falava, o veneno começa a fazer efeito no trapaceiro; ficou pálido, seus olhos giraram, e dobrando-se de dor caiu no chão. “Agora,” disse o Bodhisatva, “devo salvar a vida do tratante.” Assim, misturou amostras e administrou eméticos até sair o vômito. Depois administrou um gole de ghee com mel e açúcar e outros ingredientes, e com estes meios fez o sujeito ficar bom de novo. Então o exortou a não fazer tal coisa novamente. Após vida em caridade e obras boas, o Bodhisatva passou sendo tratado de acordo com seus méritos.

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Sua lição terminada, o Mestre disse, “Irmãos, o uso impensado das coisas é como o tomar inadvertidamente veneno mortal.” Assim falando, ele identificou o Jātaka nestas palavras, “eu era o sábio e bom jogador daqueles dias.”

(Nota Pali : “Nenhuma menção é feita do trapaceiro, - a razão sendo que, aqui como em todo lugar, nenhuma menção é feita de pessoas de quem não se fala na presente data.”)











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