terça-feira, 1 de julho de 2008

144 Buddha Brahmin do Norte



   ( Pintura de teto de Ajanta, vihara buddhista construída por Arhat Acharya )


144
Vil Jataveda...etc.” - Esta história foi contada pelo Mestre enquanto em Jetavana, tocando sobre a falsa austeridade dos Ajivikas, ou ascetas nus. Tradição diz que atrás de Jetavana eles usavam praticar falsas austeridades ( n. do tr.: cf. Majjhima Nikaya, 77-8 ). Alguns dos Irmãos vendo-os naquele lugar sentados nos calcanhares, girando no ar como morcegos, reclinados em espinhos, escorchando-se com os cinco fogos, e assim por diante em suas várias falsas austeridades, - foram movidos a perguntar ao Abençoado se algum resultado bom delas adviam. “Nenhum absolutamente,” respondeu o Mestre. “Em dias idos, os sábios e bons entraram na floresta com seu fogo de nascença, pensando em lucrar com tais austeridades ; mas não achando-se melhorados apesar de todos seus sacrifícios ao Fogo e por todas as práticas similares, direto, temperaram o fogo de nascimento com água até ele apagar. Através de um ato de Meditação foram ganhos os Conhecimentos e as Consecuções e ganho título para o Reino de Brahma.” Assim falando ele contou esta história do passado.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ),o Bodhisatva nasceu brahmin do país Norte e no dia do seu nascimento seus pais acenderam um fogo de nascimento.

Aos dezesseis anos eles se dirigiram a ele falando, “Filho, no dia do seu nascimento acendemos um fogo de nascimento para você. Agora portanto escolha. Se desejas levar vida de família, aprenda os Três Vedas ; mas se desejas alcançar o Reino de Brahma, leve seu fogo contigo para a floresta e lá cuide dele, de modo a ganhar o favor de Maha-Brahma e daí entrar no Reino de Brahma.”

Dizendo a seus pais que a vida de família não lhe encantava, ele foi para dentro da floresta e morava num eremitério cuidando do seu fogo. Um boi lhe foi dado como pagamento um dia em uma vila da fronteira e quando levava o boi para casa no eremitério, pensamento veio a ele de sacrificar uma vaca ao Senhor do Fogo. Mas dando-se conta de que não tinha sal e sentindo que o Senhor do Fogo não poderia comer a oferta de carne sem ele, resolveu voltar e buscar um pouco na vila para este propósito. Então amarrou o boi e saiu de novo para a vila.

Quando já tinha ido, um bando de caçadores chegou e, vendo o boi, mata-o e cozinha-o para janta deles. E o quê não comeram ele carregaram deixando só rabada mocotó e couro.

 Encontrando apenas estes tristes restos ao voltar, o brahmin exclamou, “Como este Senhor do Fogo não consegue nem mesmo guardar o que é seu, como me guardaria ? É perda de tempo servi-lo, não me trazendo nem bem nem lucro.” Tendo assim perdido todo desejo de venerar Fogo, ele disse - “Meu Senhor do Fogo, se não consegue proteger-se a si mesmo, como me protegeria ? A carne foi embora, deves te arranjar com estes restos de comida.”

 Assim falando, colocou no fogo a rabada e o mocotó deixados pelos ladrões e pronunciou esta estrofe:-

Vil Jetaveda, aqui tem a rabada para você ;
E considere-se sortudo por tanto!
As primícias idas, alimente-se de mocotó ho-je.

Assim falando o Grande Ser apagou o fogo com água e partiu tornando-se um recluso. Ele ganhou os Conhecimentos e as Consecuções, e assegurou seu re-nascer no Reino de Brahma.

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Sua lição terminada, o Mestre identificou o Jataka dizendo, “Eu era o asceta daqueles dias que apagou o fogo.”



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