sábado, 29 de novembro de 2008

231 Buddha Professor


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231
Como quando um par de sapatos...etc.” - Esta história o Mestre contou no Bosque de Bambu, sobre Devadatra. Os Irmãos reuniram-se no Salão da Verdade e passaram a discutir o assunto. “Amigo, Devadatra repudiou seu professor e tornou-se inimigo e adversário do Tathagata, alcançando posterior destruição.” O Mestre entrou e perguntou o quê conversavam enquanto estavam sentados lá. Eles disseram. O Mestre falou, “Irmãos, esta não é a primeira vez que Devadatra repudia seu professor, torna-se meu inimigo e posteriormente é destruído. A mesma coisa aconteceu antes.” Então contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu como filho de um treinador de elefantes. Quando ele cresceu, já tinha aprendido toda àrte de manejar  elefante. E lá chegou um jovem cidadão de Kasi e ensinou a ele. Agora, quando Buddhas futuros ensinam algo, não distribuem nenhum conhecimento com avareza ; mas concorde com o próprio conhecimento, ensinam, nada escondendo. De modo que este jovem aprendeu todos os ramos do conhecimento com o Bodhisatva, sem omissão ; e quando já aprendera , disse ele a seu mestre :

Mestre, partirei e servirei ao rei.”

Bom, meu filho”, disse ele : e ele foi para diante do rei e falou com ele que aquele pupilo o serviria. Disse o rei, “Bom, deixou me servir.” “Então, você sabe que salário dar ?” disse o Bodhisatva.

Um pupilo teu não receberia tanto quanto tu ; se receberes cem , ele receberá cinqüenta ; se recebes dois , a ele hum deve ser dado.” Com isto o Bodhisatva foi para casa e contou tudo a seu pupilo.

Mestre,” disse o jovem, “todo teu conhecimento, eu sei, todas as partes. S'eu tiver o mesmo pagamento, servirei o rei ; se não, não o servirei.” E o Bodhisatva contou isto ao rei. 
Disse o rei, Se o jovem puder mesmo fazer como você – se for capaz de mostrar todas as habilidades como tu, receberá o mesmo.” E o Bodhisatva contou isto ao pupilo e o pupilo respondeu, “Muito bem, eu irei.” “Amanhã,” disse o rei, “farás amostra de tua habilidade.” “Bom, eu irei ; que se proclame com o bater do tambor.” E o rei fez com que fosse proclamado, “A-manhã o mestre e o pupilo mostrarão juntos sua habilidade em manejar elefantes. A-manhã todos que desejarem ver, reúnam-se nos jardins do palácio e assistam.”

Meu pupilo,” pensou o professor consigo mesmo, “não conhece todos os meus recursos.” Então, escolheu um elefante e numa noite ensinou ele a fazer todas as coisas ao revés.

 Ensinou-o a ir de ré quando ordenado ir para frente e a ir para frente quando ordenado de ré ; a deitar quando mandado ficar de pé e a ficar ereto quando mandado deitar ; a soltar quando pegar e a pegar quando soltar.

Dia seguinte montando seu elefante, veio para o jardim real. E seu pupilo também estava lá, montado num belo elefante. Havia um grande confluência de pessoas. Ambos mostraram todas as habilidades. Mas o Bodhisatva fez seu elefante responder ao contrário ; “Em frente !” disse ele, e o elefante ia para trás ; “Para trás !” e ele corria pra frente ; “Levante-se !” e ele deitava ; “Deitar !” e ele levantava ; “Pegue!” e a criatura largava ; “Largue!” e ele pegava. E a multidão gritava, “Saia, tratante! E nem levante tua voz em direção a teu mestre ! Não conheces tua própria medida e pensas poder disputar contra ele !” e pularam em cima dele com pedras e paus, de modo que ele espirou lá e então (then & there) . E o Bodhisatva desceu de seu elefante e aproximando-se do rei, dirigiu a ele assim-
Ó poderoso rei ! Para seu próprio bem as pessoas ganham conhecimentos ; mas há quem traga desgraça junto com o conhecimento, como um sapato mau feito;” e pronunciou estas estrofes:-

Como quando um par de sapatos que alguém comprou
Para ajuda e conforto causa apenas dor
Escoriando o pé até queimar
E fazendo-o aos poucos infeccionar:

Do mesmo modo uma pessoa vulgar
Tendo aprendido tudo o que sabe de ti,
Com o próprio ensino prova que quer te machucar:
O miserável mal-educado é como sapato mal-feito.

O rei ficou deliciado e acumulou honras sobre o Bodhisatva.

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Quando este discurso estava terminado o Mestre identificou o Jataka como segue:- “Devadatra era o pupilo e eu mesmo era o professor.”






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