quarta-feira, 5 de novembro de 2008

221 Buddha Elefante


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221
Se qualquer pessoa...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto em Jetavana sobre Devadatra.

Foi ocasionada por algo que ocorrera em Rājagaha. Por um tempo o Capitão da Fé vivia com quinhentos irmãos no Bosque de Bambu. E Devadatra, com um grupo de irmãos tão ruins quanto ele, vivia em Gayasisa.

Naquele tempo os cidadãos de Rajagaha usavam se reunir para dar esmolas e fazer caridade. Um comerciante, que lá chegara à negócios, trouxe um magnífico e perfumado hábito amarelo, pedindo para tornar-se um deles e dando esta roupa como sua contribuição. O povo da vila trouxera muitos presentes. Toda a contribuição daqueles que se reuniram consistia de dinheiro vivo. Havia esta roupa amarela de sobra. A multidão que viera junto disse, “Aí está esta bela roupa perfumada que foi deixada. Quem vai ficar com ela – Ancião Sāriputra ou Devadatra ?” Alguns eram a favor de Sariputra ; outros diziam, “Ancião Sariputra vai ficar aqui uns dias e depois vai sair viajando de acordo com sua vontade ; mas Devadatra vive sempre junto de nossa cidade ; ele é nosso refúgio no bem e no mal. Devadatra deve ficar com ele !” Fizeram uma divisão e aqueles que votaram em Devadatra era a maioria. Então deram a roupa para Devadatra. Ele desfez a costura e costurou de novo e coloriu de dourado e depois a vestiu.

Ao mesmo tempo, trinta Irmãos vinham de Sāvatthi para saudar o Mestre. Após a troca de cumprimentos, eles contaram a ele toda a história da roupa, adicionando, “E assim, senhor, Devadatra veste esta marca de santidade, que cai bastante mau nele.” “Irmãos,” disse o Mestre, “esta não é a primeira vez que Devadatra coloca hábito santo, roupa mais que inadequada. Ele fez o mesmo antes.” E então contou a eles um conto do mundo antigo.

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva veio ao mundo como um Elefante na região do Himalaia. Senhor da horda que atingia o número de oitenta mil elefantes selvagens, ele morava na floresta.

Um homem pobre que vivia em Benares, vendo os trabalhos em marfim no bazaar de marfim, pulseiras e bijuterias de todo tipo, perguntou a eles se comprariam presas de elefante, se ele as trouxesse. Eles responderam sim à pergunta.

Deste modo ele pega uma arma e veste-se com o hábito amarelo, disfarçando-se como um Pacceka-Buddha ( n. do tr.: Alguém que atingiu o saber necessário para atingir o Nirvana mas não prega às pessoas.), com uma banda (da roupa) cobrindo a cabeça. Ficando parado na trilha dos elefantes , matou um deles com sua arma, e vendeu as presas em Benares ; e fez disso um meio de subsistência. Depois disso ele passa a matar sempre o último elefante na tropa do Bodhisatva. Dia a pós dia os elefantes vão diminuindo e diminuindo. Então eles foram perguntar ao Bodhisatva por quê o número deles minguava. 

Ele percebe a razão. “Alguma pessoa,” ele pensou, “postou-se no lugar em que os elefantes passam, tendo se disfarçado na aparência de Pacceka-Buddha. Será ele que mata os elefantes ? Descobrirei.” Então um dia enviou outros na frente dele e seguiu atrás.

 O homem viu o Bodhisatva e correu para ele com sua arma. O Bodhisatva virou e esperou. “Vou derrubá-lo em terra e matá-lo !” ele pensa : e estica a tromba, - é quando vê a veste amarela que o homem usa. “Devo prestar respeito a estas sacras vestes !” disse ele. Deste modo recolhendo a tromba, grita - “Ó homem! Não é esta veste , a bandeira da santidade inadequada para ti ? Por quê a usas ?” e repetiu estas linhas:-

Se qualquer pessoa, ainda que cheia de pecado, ousa
Trajar o manto amarelo, e nela não se
encontrar temperança e amor à verdade,
Não é digna, ela, em vestir tal manto

Aquele que colocou para fora o pecado, que em todo lugar
Está firme na virtude, e que o cuidado principal
é controlar suas paixões, e ser verdadeiro,
Este, bem merece vestir o manto amarelo.


Com estas palavras, o Bodhisatva censurou o sujeito e mandou que ele nunca mais voltasse lá de novo ou ele morreria. Deste jeito ele o mandou embora.

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Após este discurso terminado, o Mestre identificou o Jataka :- “Devadatra era o homem que matava elefantes e o chefe da horda era eu .”




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