quinta-feira, 27 de novembro de 2008

229 Buddha rei de Taxila


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          ( Buddha de Taxila, Paquistão, espremido entre o islamismo e o hinduísmo ) 

229
Vejam, meus elefantes...etc.” - Esta história o Mestre contou em Jetavana, sobre um mendicante, com gostos errantes, nômades.

Ele atravessava toda a Índia com o propósito de arguir e não encontrou ninguém que o contradissesse. Por fim chegou até Savatthi e perguntou se havia alguém lá que argumentasse com ele. O povo disse, “Há Um que argumentaria com mil – omnisciente, chefe de homens, o poderoso Gautama, senhor da fé, que derruba toda oposição, não há adversário em toda Índia que possa disputar com Ele. Como as ondas quebram na praia, do mesmo modo todos os argumentos quebram contra seus pés e espedaçam-se.” Assim eles descreveram as qualidades do Buddha.

Onde está ele agora ?” perguntou o mendicante. Ele está em Jetavana, eles responderam.

 “Agora irei lá, começar uma polêmica com ele!” disse o mendicante. Então cercado por larga multidão, seguiu caminho para Jetavana. Vendo as torres do portão de Jetavana, as quais príncipe Jeta construiu, ao custo de noventa milhões de dinheiros, ele perguntou se aqueles seriam os palácios em que Padre Gautama vivia. Os portões dele, eles responderam. “Se estes são os portões, como não serão as moradas !” ele gritou, respondendo. “Não há fim às camaras perfumadas !” disse o povo. “Que poderia argumentar com um sacerdote tal como este ?” ele perguntou; e saiu fora imediatamente.

A multidão gritou de alegria e aglomerou-se no parque. “O quê traz vocês aqui a esta hora ?” perguntou o Mestre. Eles disseram a ele o quê aconteceu. Ele falou, “Esta não é a primeira vez, leigos, que ele corre ao mero olhar do portão da minha casa. Ele fez o mesmo antes.” E ao pedido deles, ele contou um conto do mundo antigo.

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Certa vez, aconteceu do Bodhisatva reinar em Takkasila ( Taxila ), no reino de Gandhara e Brahmadatra em Benares ( Varanasi ). Brahmadatra resolveu capturar Takkasila ; daí partiu com grande hoste, tomou posição não distante da cidade e deixou o exército emparelhado: “Aqui estão os elefantes, aqui os cavalos, os carros estão lá e aqui a infantaria : portanto façam seu trabalho arrojando suas armas ; como as nuvens derramam chuvas, assim vocês atirem suas flechas !” e falou este par de estrofes:-

Vejam, meus elefantes e cavalos, como a nuvem de tempestade no céu!
Vejam, meu mar de carros atirando flechas no alto!
Vejam minhas hostes de guerreiros, com espadas na mão em golpes e investidas,
Juntos à cidade, até que os inimigos comam poeira!

Corram contra eles - caiam em cima deles, dêm o grito de guerra em altas vozes!
Enquanto os elefantes em concerto trompetam poderosamente !
Como o trovão e o raio que soam e brilham no céu,
Assim agora levantem as vozes, em longo grito de guerra!

Assim gritou o rei. E fez o exército marchar e chegou diante do portão da cidade ; e quando ele viu as torres do portão da cidade, ele se perguntou como seriam as moradas do rei. “Aquela”, eles disseram, “é a torre do portão.” “Se a torre do portão é tal como esta, como não será o palácio do rei ?” ele perguntou. E eles responderam, “Como Vejayanta, o palácio de Sakra !” Escutando isto, o rei disse, “Com rei tão glorioso, nunca seríamos capazes de lutar !” E tendo visto não mais que a torre levantada no portão da cidade, ele se virou, saiu fora e voltou para Benares.

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O discurso terminado, o Mestre identificou o Jataka:- “Nosso mendicante nômade era então o rei de Benares e eu mesmo era o rei de Takkasila”.






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