quarta-feira, 13 de junho de 2012

[ n. do tr. : os dois pássaros, auspícios ]

E os dois pássaros no alto d'árvore ? São dois anjos n'árvore da vida já que em ambos os Jatakas, 284 e 445, são vistos como em sonho e em lugares sagrados : o alimento ingerido portanto é a própria doutrina com sua opção entre o alimento espiritual e o material conforme a fala do Buddha no 284 e a imagem do carro também. Segue trecho de um Upanishad - Mundaka Upanishad III,1

Nesta árvore perecível que é o corpo humano, habitam dois pássaros companhias um do outro. Um deles é dependente e controlado pelo outro. É a alma individual, a jiva, que estando cercada pelas limitações de avidya e pelos desejos, alimenta-se dos bons e maus frutos de suas ações. Mas o outro, Brahman, que em sua real natureza é onisciente, livre, e incontaminado, aparece como mera testemunha do que o outro faz e curte, sem ele mesmo fazer ou comer qualquer dos frutos. De fato, apenas seu testemunho torna-se um incentivo suficiente para o outro ser ativo, justo como a presença do rei apenas é suficiente para fazer os súditos ocuparem-se em seus trabalhos. “

Os dois pássaros são os mesmos sendo que um vive no mundo e outro não, um vale cem dinheiros e outro a unção real. A citação cristã que se aproxima é a do Evangelho de s. Mateus 13, 31 - “O reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce é a maior das hortaliças e torna-se árvore a tal ponto que as aves do céu se abrigam nos seus ramos.”

A linguagem dos pássaros é a doutrina espiritual sabida, provada, experimentada, em banquete eucarístico : o Jataka guarda inclusive a imagem da semente plantada em solo bom. E o nome do Buddha então é nome de árvore, Niagrodha, árvore com raízes aéreas, celestes. A etimologia de auspícios é ave-spicere, espreitar as aves, o quê soma à interpretação dada e a carrega de significado simbólico ( cf. R. Guenón, Símbolos da Ciência Sagrada, Pensamento, SP. ).

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