sexta-feira, 6 de agosto de 2010

413 Rei Pasenadi, pastor Dhumakari




                       Acima Savatthi e abaixo Indraprastha, Índia

413
“O rei reto...etc.” - O Mestre contou este conto(a) enquanto residia em Jetavana, relativo a um favor do rei de Kosala a um estranho. Certa vez, segue a história, não mostrou nenhum agradecimento a seus velhos guerreiros que vieram até ele da maneira usual, mas concedeu honra e hospitalidade a estrangeiros que vieram pela primeira vez. Ele foi brigar numa fronteira perturbada de província : mas seus velhos guerreiros não lutaram, pensando que os que acabavam de chegar sendo favorecidos, fariam isto ; e os novatos não o fizeram, pensando que os velhos guerreiros lutariam. Os rebeldes ganharam. O rei, sabendo que sua derrota era devido ao erro que fez em favorecer os novatos, retornou para Savatthi. Ele resolveu perguntar ao Senhor da Sabedoria se ele foi o único rei derrotado por esta razão : então após a refeição da manhã ele dirigiu-se a Jetavana e colocou a questão ao Mestre. O Mestre respondeu, “Grande Rei, seu caso não é o único : reis anteriores também foram derrotados por causa de favorecimento a novatos,” e assim, com o pedido do rei, ele contou um conto antigo.
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Certa vez na cidade de Indrapatrana, no reino dos Kurus, um rei chamado Dhanañjaya reinava, da raça de Yudhitthila. O Bodhisatva nascera na casa do capelão da família dele. Quando cresceu, aprendeu todas as artes em Takkasila ( Taxila ). Ele retornou para Indrapatrana e com a morte de seu pai, tornou-se saerdote da família do rei e seu conselheiro nas coisas temporais e espirituais. Seu nome era Vidhurapandita.
Rei Dhanañjaya desconsiderou seus soldados antigos e favoreceu aos novatos. Ele foi lutar numa província com fronteira perturbada : mas nem os guerreiros antigos nem os novatos guerrearam, cada um pensando que o outro partido resolveria o problema. O rei foi derrotado. No seu retorno para Indrapatrana ele considerou que sua derrota foi devida ao favorecimento que ele mostrou aos novatos. Um dia pensou, “Sou o único rei que já foi derrotado por favorecer novatos ou outros anteriormente já tiveram o mesmo destino ? Perguntarei a Vidhurapandita ( n. do tr.: pandita é sábio, sábio Vidhura ).” Então ele colocou a questão à Vidhurapandita quando este veio à recepção na corte do rei.
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O Mestre, declarando a razão de sua questão, falou meia estrofe :

O correto rei Yudhitthila certa vez questionou o sábio Vidhura,
“Brahmin, sabes em que coração solitário descansa tanto amargo sofrer ?”
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Escutando isto, o Bodhisatva disse, “Grande rei, teu sofrer é apenas um sofrer pequeno. No passado, um brahmin pastor de cabras, chamado Dhumakari, tomou um grande rebanho de cabras e fazendo um curral na floresta mantinha-os lá : tinha um fogo / casa e vivia de leite e similares, cuidando de suas cabras. Vendo alguns cervos de pelo dourado que aproximaram-se, gostou deles e desconsiderando suas cabras, prestou a honra devida a elas aos cervos. No outono os cervos foram para o Himalaia : suas cabras estavam mortas e os cervos longe de seus olhos : então de sofrer ele ficou com icterícia e morreu. Ele prestou honrarias aos novatos e pereceu, tendo sofrimento e miséria, cem vezes, mil vezes mais do que tu.” Esclarecendo o exemplo ele disse,

Um brahmin com um rebanho de cabras, da alta raça Vasittha,
Mantinha fogo noite e dia em residência na floresta.

Cheirando a fumaça, uma horda de cervos, atacada por mosquitos, veio
Procurar morada nas chuvas próximo a residência de Dhumakari.

Os cervos ficaram com toda atenção então ; as cabras não receberam cuidado,
Elas vinham e iam sem tomarem conta e assim lá pereceram.

Mas agora os mosquitos deixaram a floresta, o outono clareou de chuvas :
Os cervos devem buscar as alturas das montanhas e nascentes de rios novamente.

O brahmin vê que os cervos foram embora e todas suas cabras estão mortas :
Icterícia o ataca, desgastado pela dor e some toda sua cor.

Assim, aquele que desconsidera o quê é seu e chama 'caro' um estranho,
Como Dhumakari, chora sozinho com muitas lágrimas amargas.

Tal foi a história contada pelo Grande Ser para consolar o rei. O rei foi confortado e agraciado e deu a ele muita riqueza. A partir dali ele favoreceu seu próprio Povo e fazendo obras de caridade e virtude, tornou-se destinado ao céu.
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Após a lição, o Mestre identificou o Jataka : “Naquele tempo o rei Kuru era Ananda, Dhumakari era Pasenadi, rei de Kosala e Vidhurapandita era eu mesmo.”

 [ Dhananjaya e Yudhisthira são pandavas filhos de Pandu, Vidura o sábio irmão de Pandu em Indraprastha no épico Mahabharata  com o qual o Jataka portanto parece dialogar ]



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