sábado, 13 de fevereiro de 2010

395 Buddha Pombo




395
“Nosso velho amigo,” etc. – O Mestre contou esta história enquanto residia em Jetavana, relativa a um Irmão ganancioso. A ocasião é a mesma que a anterior. [ Uma das variantes da história de Buda Pombo, jātakas 42, 274].

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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva era um pombo e vivia numa cesta de taquara na cozinha de um mercador de Benares. Um corvo torna-se íntimo dele e passa a viver lá. Aqui a história se desenvolve como nas outras versões. O cozinheiro depena o corvo e passa na farinha, e depois pendura um cauri no pescoço do corvo e joga ele na cesta. O Bodhisatva chega da floresta, e vendo-o, troça e fala a primeira estrofe:-

Nosso velho amigo! Vejam-no!
Veste uma jóia brilhante;
Sua barba em corte galante,
Como aparece belo nosso amigo!

O corvo escutando-o falou a segunda estrofe:-

Minhas unhas e cabelos crescem tão rápido,
Me estorvam em tudo que faço:
Finalmente veio um barbeiro,
E dos cabelos supérfluos estou livre.

O Bodhisatva falou a terceira estrofe:-

Graças teres um barbeiro então,
Que cortou seu cabelo tão bem :
Ao redor do seu pescoço, explicaria-me,
O que é isto que soa como um sino?

O corvo pronuncia duas estrofes:-

Homens da moda vestem jóias
Ao redor do pescoço : faz-se sempre:
Estou imitando-os :
Não pense que é apenas diversão.

Se realmente invejas
Minha barba bem escanhoada:
Posso fazê-lo barbear-se assim
E terás a jóia também.

O Bodhisatva escutando falou a sexta estrofe:-

Não, é em ti que elas ficam boas,
Jóia e barba caindo tão bem.
Sua chegada foi problemática:
Eu me vou e bom dia para você.

Com estas palavras ele voou e foi para outro lugar; e o corvo morreu lá e então.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades e identificou o Jātaka:- Após as Verdades, o Irmão ganancioso foi estabelecido na fruição do Terceiro Caminho: “Naqueles dias o corvo era o Irmão ganancioso, o pombo era eu mesmo.”

[ N. do tr.: Detalhe do cauri, molusco moeda (gênero Cypraea L.) usado até o século retrasado na Ásia e África. Vale o dobro do ouro como já vimos em outro jataka. ]



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