domingo, 7 de fevereiro de 2010

394 Buddha Codorna



394
“Óleo e manteiga,” etc. – O Mestre contou isto quando em Jetavana, relativo a um Irmão ganancioso. Encontrando-o com ganância o Mestre disse-lhe, “Esta não é a primeira vez que és ganancioso: antes certa vez por cobiça em Benares não satisfeito com carcaças de elefantes, gado, cavalos e gente; e desejoso de ter comida melhor foi para a floresta;” e assim contou um conto antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu como codorna e vivia na floresta de rude grama e sementes. Naquele tempo havia em Benares um corvo ganancioso que, não contente com carcaças de elefantes e outros animais, foi para a floresta buscando melhor comida: comendo frutos silvestres lá viu o Bodhisatva e pensando “Esta codorna é bem gorda : imagino que coma doces alimentos, perguntarei a ela sobre sua comida e comendo dela me tornarei gordo,” pendurou-se num galho acima do Bodhisatva. O Bodhisatva, sem ser perguntado, saudou-o e falou a primeira estrofe:-

Óleo e manteiga são seus mantimentos; rica sua comida, eu creio [i trow] :
Diga-me então qual a razão de tua magreza, mestre corvo.

Escutando estas palavras o corvo falou três estrofes:-

Moro no meio de muitos inimigos, meu coração vive palpitando
Aterrorizado quando em busca de comida: como pode ser gordo um corvo ?

Corvos passam a vida com medo, suas mentes alertas para o mal ;
O pouco que bicam não é suficiente ; boa codorna, por isto sou magro.

Grama rude e sementes é toda tua comida : há pouca riqueza aí :
Diga-me então, boa codorna, por quê és gorda, com tal comida reduzida.

O Bodhisatva escutando-o falou estas estrofes, explicando a razão de ser gordo:-

Tenho a mente contente e tranqüila, distâncias curtas a percorrer,
Vivo daquilo que colho, e asssim sou gordo, bom corvo.

De mente contente e feliz com pouca preocupação no coração,
Um padrão de fácil conquista : esta é a melhor parte da vida.

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Após a lição, o Mestre declarou as Verdades, e identificou o Jātaka: - Ao final das Verdades o Irmão foi estabelecido na fruição do Primeiro Caminho: “Naquele tempo o corvo era o Irmão ganancioso, a codorna era eu mesmo.”



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