terça-feira, 28 de maio de 2019
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
505 Buddha príncipe Somanassa
pintura de Ajanta, Índia
505
“Quem
te machuca ...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto
residia em Jetavana, como Devadatra seguia querendo matá-lo. Então
o Mestre disse, “Esta não é a primeira vez Irmãos que Devadatra
busca matar-me mas ele fez a mesma coisa antes.” Então ele contou
uma história do passado.
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Certa
vez, no reino Kuru e na cidade de Utttara-pañcala, reinou um rei
cujo nome era Renu. Naquele tempo havia um asceta Maharakkhita que
habitava no Himalaia em companhia de quinhentos outros ascetas.
Enquanto visitava o país para pegar sal e temperos, chegou em
Uttara-pañcala e estabeleceu-se no parque real. Colhendo ofertas com
seu pessoal chegou na porta do rei e o rei vendo os sábios e
agraciado com os modos deles, convidou-os a sentar no magnífico
estrado e deu-lhes comida boa para comer. Ele então pediu que
permanecessem no parque durante a estação das chuvas. Acompanhou-os
até o parque e arranjou os lugares para morar, deu-lhes as coisas
necessárias para a vida religiosa e se despediu deles. Após isto
todos eles passaram a receber a refeição no palácio. Bem, o rei
era sem filhos e desejava filhos mas nenhum filho nascia para ele.
Quando
a estação das chuvas tinha acabado, Maharakkhita disse, “Agora a
região do Himalaia está agradável ; retornemos para lá.’ Então
ele pediu licença ao rei que lhe mostrou todo respeito e bondade e
depois partiu. Durante a viagem, ao meio dia ele deixou a auto
estrada e com seu pessoal sentou na grama macia debaixo da sombra de
uma árvore. Os ascetas começaram a conversar. “Não há um
filho,” diziam, “no palácio para continuar a linhagem real.
Seria uma benção se o rei conseguisse um filho e continuasse a
sucessão.” Maharakkhita escutando a conversa deles, ponderou :
“Terá o rei um filho ou não ?” Ele percebeu que o rei teria um
filho e disse, “Não fiquem ansiosos senhores ; nesta noite,
aurora, um filho dos deuses descerá e será concebido pela rainha
esposado rei. Um asceta shamânico escutou isto e pensou - “Agora
me tornarei íntimo da casa real.” Quando chegou a hora dos ascetas
partirem, ele deitou e fez como se estivesse doente. “Venha,
vamos,” eles disseram. “Não posso,” ele disse. Maharakkhita
entendeu porque o homem ficava deitado. “Siga-nos quando você
puder,” ele disse e com o resto dos sábios seguiu par o Himalaia.
Bem,
o tratante correu de volta tão rápido quanto podia e permanecendo
na porta do palácio enviou mensagem dizendo que um dos ajudantes de
Maharakkhita tinha retornado. Ele foi chamado imediatamente pelo rei
e subindo para o terraço sentou em uma cadeira que lhe mostraram. O
rei saudou-o e sentando em um dos lados questionou sobre a saúde dos
sábios. “Você retornou muito cedo,” ele disse ; “qual a causa
do teu retorno tão rápido ?” “Ó rei poderoso,” ele
respondeu, “quando os sábios estavam todos sentados juntos, eles
começaram a falar como seria grande benção se o rei pudesse ter um
filho e continuar sua linhagem. Quando eu escutei isto, ponderei se o
rei teria um filho ou não ; e por visão divina contemplei um filho
poderoso dos deuses e vi que ele estava já pronto para descer e que
seria concebido pelo sua esposa rainha Sudhamma. Então pensei, se
eles não tomam conhecimento talvez destruam a vida concebida então
devo lhes comunicar ; e assim para te contar a novidade, Ó rei, que
vim. Agora que já falei deixe-me partir novamente.” “Não, não,
amigo,” cotejou o rei, “isto não deve acontecer” ; e altamente
deliciado ele levou o mentiroso para seu parque e designou para ele
um lugar para ficar. Daí em diante ele viveu na corte do rei e
pegava comida lá e seu nome era Dibbacakkhuta, o homem da Divina
Visão.
Então
o Bodhisatva desceu do céu dos Trinta e Três e foi concebido lá ;
e quando nasceu lhe deram o nome de Somanassa Kumara, Príncipe
Delícia e foi criado como um príncipe.
O
falso asceta em um canto do parque costumava plantar vegetais, ervas
e raízes e os vendendo no mercado de ervas & raízes ele juntou
muita riqueza. Quando o Bodhisatva tinha sete anos de idade, houve
uma rebelião na fronteira. O rei saiu para apaziguá-la, deixando o
asceta Dibbacakkhuka encarregado do príncipe, com ordens de não
negligenciá-lo. Um dia o príncipe saiu para ver o asceta. Ele o
encontrou com ambos os mantos amarelos, o de baixo e o de cima,
amarrados no alto, segurando um jarro d’água em cada mão e
aguando as plantas. “Este falso asceta,” ele pensou, “ao invés
de fazer os deveres ascéticos faz trabalho de jardineiro.” Então
perguntou - “O que estás fazendo jardineiro mundano ?” assim o
envergonhou e o deixou sem saudar. “Agora fiz deste sujeito um
inimigo,” pensou o homem. “Quem sabe o quê ele fará ? Devo dar
um fim nele de uma vez.”
Próximo
do tempo em que o rei retornava, este sujeito derrubou seu banco de
pedra para um lado, fez em pedaços seu pote d’água, espalhou
grama por sua cabana, esfregou óleo em todo seu corpo, foi para a
cabana e ficou deitado no catre, enfaixou a cabeça e o resto
também,fazendo como se estivesse em grande sofrimento. O rei
retornou e fez a volta pela cidade no sentido horário. Mas antes de
entrar em sua própria casa foi visitar seu amigo Dibbacakkhuka. De
pé na porta da cabana, ele viu tudo em desordem e entrou cogitando
qual seria o problema. Lá estava o sujeito prostrado. O rei esfregou
os pés dele, repetindo a primeira estrofe :
Quem
te machucou ou te desprezou ?
Por
quê tu sofres amargamente
Os
pais de quem agora devem se lamentar?
Quem
está aqui prostrado no chão ?
Com
isto o impostor levantou-se resmungando e disse a segunda estrofe :
A
ti alegro-me em ver,
Ó
Rei, apesar de ausente longamente !
Teu
filho, que veio até mim,
Fez
este mal sem qualquer provocação minha.
A
ligação com os versos seguintes é clara : eles estão colocados
em devida sucessão.
Alô,
Executores !
Ajudantes,
tomem suas espadas e vão,
Batam
em Príncipe Somanassa até a morte,
Tragam
aqui sua nobre cabeça !
Lá
está o príncipe lamentando,
Suplicando
graça com as mãos juntas :
‘Poupem-me
por enquanto e levem-me
Vivo
para ver o Rei !’
Eles
escutaram seu pedido e para o Rei levaram, os ajudantes, o filho.
Ele
viu de longe o pai e para ele disse :
‘Deixe
que teus homens peguem a espada e matem,
Apenas
me escute antes, peço !
Ó
grande monarca ! Diga-me isto -
O
que fiz de incorreto ?’
O
rei respondeu, “Alto escalão cai bem baixo : teu erro é muito
grande,” e explicou nesta estrofe :
Água
de manhã e à tarde ele carrega,
Cuida
do fogo sem descanso.
Como
ousas chamar este santo homem
Mundano
? Responda se podes !
“Meu
senhor,” disse o príncipe, “se chamo um mundano de mundano, que
erro foi cometido ?!” e repetiu uma estrofe :
Ele
possui árvores e frutos,
E,
meu senhor, todos os tipos de raízes,
Cuida
deles com atenção ininterrupta :
Então
ele é mundano, declaro.
“E
esta é a razão,” ele continuou, “porque chamo a ele mundano. Se
não acredita em mim, enquira no mercado de ervas & raízes nos
quatro portões.” O rei fez o inquérito. Eles disseram, “Sim,
compramos dele vegetais e todo tipo de frutos.” Quando descobriram
seu negócio de produtos verdes, ele contou tudo. O pessoal do
príncipe foi para a cabana do sujeito e descobriram um saco de
rúpias e pequenas moedas, o preço do alimento plantado, que
apresentaram para o rei. Então o rei soube que o Grande Ser era sem
culpa e disse uma estrofe :
Verdade
era que árvores e raízes
Ele
possuía, com muitas frutas,
Cuidando
com atenção incessante,
Mundano,
como tu declaraste.
Então
o Grande Ser pensou, “Enquanto um tolo ignorante como este é da
corte do rei, a melhor coisa para fazer é ir para o Himalaia e
abraçar a vida religiosa. Primeiro proclamarei seu pecado diante da
assembleia aqui reunida e então ho-je mesmo irei e me tornarei
religioso.” Então com uma saudação à assembleia ele gritou,
Escute
Povo enquanto falo,
Povo
do campo e da cidade, todos :
Pelo
conselho deste tolo, o Rei
pessoas
sem culpa para a morte levaria.
Isto
dito, ele pediu licença para partir na estrofe seguinte :
Você
uma árvore forte e espalhada,
Sou
um broto, rebento, fixado em ti,
Aqui
te implorando, curvando baixo,
Licença
para largar o mundo e ir embora !
As
estrofes seguintes dão a conversação entre o rei e seu filho.
Príncipe,
goze de sua própria riquezas
E
ascenda ao trono Kuru.
Não
deixe o mundo, trazendo
Sofrimento
para ti mesmo – seja Rei !
Que
alegria este mundo pode dar ?
Quando
no céu costumava viver
Lá
onde olhares, sons e cheiros,
Gostos
e toques, o coração ama bem !
Alegrias
celestes e ninfas divinas,
Renunciei
ao que antes era meu.
Com
um Rei fraco como tu
Não
vou ficar mais.
Se
sou fraco e tolo, meu filho,
Isto
que fiz antes perdoe-me.
E
se faço o mesmo novamente
Faça
o que queres, não reclamarei.
O
Grande Ser então repetiu oito estrofes, aconselhando o rei.
Um
ato impensado ou feito sem discernimento
Como
o fracasso de um remédio, o resultado deve ser ruim.
Um
ato pensado, em que persegue-se política cuidadosa,
Como
um remédio com sucesso, o resultado deve ser bom.
O
laico laxo sensual detesto
O
falso asceta um tratante confesso ;
Um
Rei ruim decide um caso sem inquérito ;
Cólera
em um sábio nunca justifica-se.
O
príncipe guerreiro pensa cuidadosamente e dá julgamentos bem
pesados :
Quando
Reis seus julgamentos bem ponderam, vive sua fama para sempre.
(
esta estrofe encontra-se também nos jatakas 332 e 351 )
Reis
devem punir com medida cuidadosa :
Coisas
feitas apressadamente arrepende-se eventualmente.
Existem
boas resoluções no coração,
Sem
tardar arrependimento traz sua pontada amarga.
Aqueles
que agem ações que não trazem arrependimento,
Cuidadosamente
pesando cada coisa singular,
Ganha
o que é bom e faz aquilo que satisfaz
O
são, ganha aprovação do sábio.
‘Alô,
executores !’ tu gritaste,
‘Vão,
busquem meu filho e e matem-no onde encontrarem !’
Onde
eu estava do lado de minha mãe
Eles
me encontraram, cruelmente me arrastando embora.
Uma
tenra nutriz, tratada deste jeito,
Senti
dolorosamente o tratamento cruel.
Liberto
de um destino cruel ho-je
Deixarei
o mundo e não viverei mais nele.
Quando
o Grande Ser discursou assim, o rei disse para sua rainha,
Então
meu jovem filho, Sudhamma, me diz não,
Príncipe
Somanassa, delicado e bom.
Agora
já que não consigo ganhar meu objetivo ho-je,
Você
deve ver se consegue mudar a mente dele.
Mas
ela o incentivou a renunciar o mundo nesta estrofe :
Ó,
seja a vida santa teu prazer, filho !
Renuncie
ao mundo, ao correto agarre-se :
Quem
com todas as criaturas não é cruel com nenhuma,
Sem
culpa para o mundo de Brahma irá por fim.
Então
repetiu a estrofe :
Isto
é uma maravilha que escuto de ti,
Empilhando
sofrimento com sofrimento em cima de mim.
Te
pedi para convencer nosso filho a ficar,
Mas
tu o incentivou ainda mais a afastar-se depressa.
Novamente
a rainha repetiu uma estrofe :
Existem
aqueles que livres do pecado e do sofrimento,
Sem
culpa e que atingem a altura do Nirvana :
Se
o príncipe for do nobre caminho deles
Participante,
segurá-lo é vão.
Em
resposta o rei recitou a última estrofe :
Certamente
é bom venerar o sábio,
Em
quem sabedoria profunda e pensamentos elevados surgem.
(
esta linhas ocorrem no Jataka 391 )
A
rainha escutou as palavras deles e aprendeu seu ensinamento,
Ela
não sente mais nem dor nem apego.
O
Grande Ser então saudou seus pais, pedindo-os que o perdoassem se
estivesse errado e com reverente mesura à assembleia dirigiu seu
rosto para o Himalaia. Quando o Povo voltou, ele, com as deidades que
chegaram lá na forma humana, atravessaram as sete cadeias de
montanhas e chegaram no Himalaia. Em uma cabana de folhas feita pelo
arquiteto celeste Vishvakarma ele entrou na vida religiosa e lá ele
foi servido pelas deidades na forma de uma comitiva de príncipe até
seu décimo sexto ano. Mas o asceta mentiroso foi atacado pela
multidão que bateu nele até morrer. O Grande Ser cultivou as
Faculdades do Ênstase e tornou-se destinado a céu de Brahma.
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Este
discurso terminado o Mestre disse, “Assim Irmãos, ele segue
querendo me matar em dias idos como agora,” e então identificou o
Jataka : ‘Naquele tempo Devadatraera o impostor, Mahamaya era a
mãe, Sariputra era Rakkhita e eu mesmo era Príncipe Somanassa.”
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
504 Buddha e as fadas
Moedas de Kosala
504
“Era
o rei Bhallatiya … etc.” - Esta história o Mestre contou
enquanto residia em Jetavana sobre Mallika, a Noiva Jasmin ( cf a
introdução do jataka 306 ). Nos é dito que um dia houve uma
querela entre ela e o rei sobre direitos conjugais. O rei ficou irado
e não queria nem olhar para ela. “Suponho,” ela pensou, “que o
Tathagata não sabe que o rei está irado comigo.” Quando o Mestre
soube disto dia seguinte, ele buscou ofertas em Benares ( Varanasi ),
acompanhado pela Irmandade, e então se dirigiu para o portão do
palácio do rei. O rei veio encontrar com ele, pegou a tigela dele e
o levou para o terraço, estabelecendo os Irmãos na parte
de baixo em devida ordem, dando a eles àgua de boas vindas, e
excelente comida ; após a refeição ele sentou em um dos lados.
“Por quê,” perguntou o Mestre, “por quê Mallika não apareceu
?” O rei disse, “É o tolo orgulho pessoal dela na
prosperidade.” O Mestre disse, “Ó grande rei ! Muito, muito
tempo atrás quando vocês eram fada & fado, você se separou da
sua companheira por apenas uma noite e depois ficaram se lamentando
por setecentos anos.” Então com o pedido dele, contou uma história
do passado.
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Certa
vez, um rei chamado Bhallatiya reinava em Benares ( Varanasi ).
Tomado pelo desejo de comer carne de caça assada na brasa, ele
entregou o reino para os cortesãos tomarem conta, cingiu-se com as
cinco armas e com uma matilha de cães de caça inteligentes, com
pedigree e bem treinados saiu da cidade e foi para o Himalaia. Ele
viajou subindo o Ganges até não poder ir mais alto, então seguiu
um rio afluente por alguma distância, caçando cervos e porcos e
comendo a carne, assada em carvão, até ter subido uma grande
altura. Lá quando o agradável rio corria cheio, àgua chegava na
altura do peito mas em outros tempos não chegava nos joelhos de
fundura. Lá neste tempo haviam peixes e tartarugas de todos os tipos
que pulavam n’água, areia qual prata nas margens, árvores
dobravam-se carregadas de flores e frutos, muitos pássaros e abelhas
esvoaçavam bêbados com o suco das frutas e o mel das flores na
sombra, que hordas de todos os tipos de cervos frequentavam. Na
margem deste belo rio da montanha fada & fado alegremente
beijavam e abraçavam-se um ao outro e depois caíam gemendo e
chorando miseravelmente.
Enquanto
o rei subia o Monte Gandhamadana por este caminho da margem do rio
ele espiou este casal fada & fado. “Por quê eles choram desta
maneira ?” ele pensou. “Vou questioná-los.” Um olhar para
seus cães, um estalar de dedos e com estes sinais os cães de raça,
que sabiam bem fazer seu trabalho, arrastaram-se para o matagal e
deitaram em suas barrigas. Assim que ele percebeu que os cães
estavam fora do caminho, ele largou o arco e flecha, e as outras
armas junto a uma árvore que havia perto e sem deixar seus passos
serem escutados furtivamente colocou-se acima do casal fada &
fado e perguntou-lhes, “Por quê vocês choram ?”
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Para
explicar isto o Mestre repetiu três estrofes :
Era
o rei Bhallatiyo
E
ele partiu, indo caçando ;
Sobe
o Monte Fragrante e o encontra
Cheio
de espíritos e flores que se abrem.
Direto
ele aquieta todos os cães de caça,
Larga
arco e flecha no chão,
Avança
alguns passos para fazer uma pergunta
Onde
um casal fada & fado encontravam-se.
“O
inverno já foi : então por quê retornar
a
falar e falar na margem do rio ?
Ó
vocês criaturas humanoides
Os
humanos chamam vocês de que, quero saber.
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Às
perguntas do rei, o fado, fada macho, nada disse ; mas sua
companheira respondeu como segue :
Malla,
Três Picos, Monte Amarelo
Atravessamos,
seguindo cada um dos córregos frios.
Humanoides
o mundo selvagem nos considera :
Caçadores
nos chamam ainda de duendes.
Então
o rei recitou três estrofes :
Apesar
de vocês se acariciarem qual amantes
Vocês
choram como se cheios de profunda tristeza.
Ó
criaturas humanoides,
Por
quê este choro ? Vamos, confessem !
Apesar
de vocês se acariciarem qual amantes
Vocês
choram como se cheios de profunda tristeza.
Ó
criaturas humanoides,
Por
quê este sofrimento ? Vamos, confessem !
Apesar
de vocês se acariciarem qual amantes
Vocês
choram como se cheios de profunda tristeza.
Ó
criaturas humanoides,
Por
quê esta lamentação ? Vamos, confessem !
As
estrofes que seguem foram ditas como pergunta e resposta :
Separados,
uma noite ficamos,
Ambos
sem amor, cheios de dor amarga,
Pensando
cada um no outro : mas nunca
Esta
noite voltará novamente.
Por
quê então ficaram essa noite sozinhos
Que
custou a vocês muito suspiro e gemido,
Ó
criaturas humanoides -
Dinheiro
perdido ? Um pai que se foi ?
Sombra
grossa o rio lá mostrou
Entre
as pedras : uma tempestade se levantou :
Então
com ansioso cuidado em me achar
Direto
através do rio meu amado vai.
Enquanto
isto com pés ocupados
Juntei
tomilho e ulmária
Tudo
para fazer para meu amado uma guirlanda
E
para mim mesma, quando nos encontrássemos.
Feixes
de flores azuis, violetas,
E
narcisos brancos úmidos de orvalho,
Tudo
para fazer para meu amado uma guirlanda
E
para mim mesma, quando nos encontrássemos.
Então
colhi um buquê de rosas,
Que
é a flor mais bela das que crescem,
Tudo
para fazer para meu amado uma guirlanda
E
para mim mesma, quando nos encontrássemos.
Encontrei
depois flores e folhas,
E
espalhei-as largamente pelo chão,
Onde
a longa noite juntos
Pudéssemos
dormir suave e firmemente.
Logo
sândalo e madeiras doces
Esmigalhei
sobre uma pedra,
Fazendo
perfumes para os membros do meu amado,
E
o aroma mais doce para mim mesma.
Junto
ao rio correndo rápido
Juntei
lírios por fim :
A
noite veio – o rio encheu
Tornando
sem esperança a passagem.
Lá
permanecemos em ambas as margens,
Cada
um olhando fixo para o outro.
Como
rimos e choramos juntos !
Ah!
Naquela noite sofremos amargamente.
Manhã
veio, o Sol estava alto
E
logo vimos o rio mais seco.
Então
atravessamos e nos abraçamos apertado.
Ao
mesmo tempo nós ríamos e chorávamos.
Setecentos
nos e mais três
Desde
que nos separamos, ele e eu.
Quando
dois corações amantes são separados
Parece
toda uma longa vida.
Qual
o limite de anos de vocês ?
Seja
por rumor antigo que apareça.
Ou
ensino de anciões,
Diga-me
e nada tema.
Mil
verões, fortes e sãos.
Nunca
dores mortais assaltando
Pouco
sofrimento, benção abundante,
No
fim alegria do amor prevalece.
O
rei pensava enquanto escutava., “Estas criaturas, que são não
menos que humanas, choram setecentos anos por causa de uma noite
separados : e aqui estou eu, senhor de um reino de trezentas léguas
largando toda minha magnificência e vagando pela floresta. É um
grande erro.” Ele voltou imediatamente. Chegou em Benares (
Varanasi ) e os cortesãos lhe perguntaram se havia visto alguma
maravilha nos Himalaias. Ele lhes contou toda a história e daí em
diante fez ofertas e gozou de sua saúde.
_________________________
Explicando
este assunto o Mestre repetiu estas estrofes :
Assim
instruído pelas fadas
O
Rei retornou em seus caminhos,
Parou
de caçar e alimentou os necessitados,
E
gozou dos fugazes dias.
Adicionou
ainda mais duas estrofes :
Aprendam
a lição das fadas :
E
não briguem mas emendem seus caminhos.
Para
que não sofrais como as fadas,
Teus
próprios erros todos os dias.
Então
levantou-se a Senhora Mallika se seu sofá quando escutou os
conselhos do Tathagata e juntando as mãos fez reverente obediência,
enquanto repetia a última estrofe :
Santo
homem, de boa mente
Escutei
tuas palavras tão boas e gentis.
Bençãos
sobre ti ! Falaste
Todos
meus sofrimentos ficaram para trás.
A
partir de então o Rei de Kosala viveu com ela em harmonia.
Este
discurso terminado o Mestre identificou o Jataka : “Naquele tempo o
Rei de Kosala era o fado, Senhora Mallika a fada e eu mesmo era Rei
Bhallatiya.”
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
Buddha Sumedha - as dez Perfeições
Buddha
Sumedha – As dez Perfeições
Tradição
diz que quatro asankheyas ( uma asankheya é um período de vasta
duração, lit. incalculável ) e cem mil ciclos atrás houve uma
cidade chamada Amaravati. Nesta cidade morava um brahmin chamado
Sumedha, de boa família em ambos os lados, do pai e da mãe, de
concepções puras sete gerações para trás, de nascimento
irrepreensível e respeitável, um homem gracioso, bem favorecido e
amigável e dotado de beleza notável. Ele seguiu seus estudos
bramânicos sem engajar-se em nenhum outro objetivo. Seus pais
morreram quando ele ainda era jovem. Um ministro de estado, que
atuava como administrador de suas posses, trazendo o livro de suas
propriedades, abriu os cofres cheios de ouro e prata, gemas e
pérolas, e outros valores e disse : “Tanto, jovem, pertenceu a tua
mãe, tanto a teu pai, tanto a teus avós e bisavós,” e e
apontando para ele a propriedade herdada por sete gerações, pediu-o
que cuidasse dela bem. O sábio Sumedha pensou consigo mesmo : “
Após açambarcar toda esta riqueza meus pais e ancestrais quando
foram para o outro mundo não levaram nenhum centavo com eles. Pode
estar correto que eu deva fazer disto um objetivo, levar minha
riqueza comigo quando vou embora ?” E informando ao rei sua
intenção, fez com que se proclamasse tocando o tambor na cidade,
doou largamente para o Povo e abraçou a vida ascética de eremita.
Para
tornar isto claro a ‘História de Sumedha’ deve aqui ser relata.
Esta história, apesar de estar inteira no Buddhavamsa, por ser na
forma de verso, não é fácil de entender. A relatarei portanto com
frases nos intervalos explicando a construção em versos.
Quatro
asamkheyas e cem mil ciclos atrás havia uma cidade chamada Amaravati
ou Amara, ressoando com os dez barulhos, relativo aos quais é dito
no Buddhavamsa :
12.
Quatro asamkheyas e cem mil ciclos atrás
Uma
cidade havia chamada Amara, bela e agradável,
Ressoando
com os dez barulhos, abundante em comida e bebida.
Então
segue uma estrofe do Buddhavamsa enumerando alguns destes barulhos,
13.
O trompetear dos elefantes, o relinchar dos cavalos, os tambores,
trompetes e
carroças,
E
comidas e bebidas eram gritados, com o convite ‘Coma e beba’.
Segue
dizendo :
14.
Uma cidade provida com todos os requisitos, engajada em todo tipo de
indústria,
Possuindo
as sete coisas preciosas, abarrotada com moradores de muitas raças ;
Domicílio
de pessoas devotas, qual a próspera cidade dos anjos.
15.
Na cidade de Amaravati morava o brahmin chamado Sumedha.
Cujo
tesouro era muitas dezenas de milhões, abençoado com muita riqueza
e
estoque
;
16.
Estudioso, conhecedor dos Mantras, versado nos três Vedas, Mestre da
ciência da
profecia
e das tradições e observâncias da sua casta.
Bem
um dia o sábio Sumedha, tendo se retirado para o esplêndido cômodo
superior da sua casa, sentando-se com as pernas cruzadas, ficou
pensando. “Oh, ‘pandito’ ( sábio ), doloroso é renascer em
uma nova existência e a dissolução do corpo em cada lugar
sucessivamente onde nascemos. Estou sujeito ao nascimento,
decaimento, doença, morte – é correto, sendo assim, que eu lute
para atingir o tranquilo grande e imortal Nirvana, o calmo,
libertação do nascimento, decaimento, doença, sofrimento e alegria
; certamente deve haver uma estrada que leva ao Nirvana e liberte o
ser humano do devir.” Concordemente é dito :
17.
Sentado em reclusão, pensei o seguinte :
Doloroso
é renascer e o decaimento do corpo.
18.
Sou sujeito ao nascimento, ao decaimento, a doença,
Portanto
buscarei Nirvana, imperecível, abrigo imortal.
19.
Que eu deixe este corpo perecível, esta congregação pestilenta de
vapores,
E
parta sem desejos e sem vontades.
20.
Há, há que haver um caminho, não pode não ser :
Buscarei
este caminho, qu’eu possa obter livramento do devir.
Depois
ele pensou assim : “Como neste mundo há prazer correlativo à
dor, então onde há devir deve haver seu oposto, a cessação do
devir ; e como onde há calor há também frio que o neutraliza,
assim deve haver um Nirvana ( Extinção ) que extingue ( os fogos )
da luxúria e de outras paixões ; e assim como em oposição a
condições ruins e más há uma boa e sem culpa, assim onde há vil
nascimento deve haver também um Nirvana, chamado o não-nascimento,
porque ele põe um fim a tudo que é chamado renascer.” Portanto é
dito :
21.
Assim como onde há sofrimento há também benção,
Assim
onde há devir devemos procurar por não devir.
22.
E assim como onde há calor há também frio,
Assim
onde há o triplo fogo da paixão extinção deve ser buscada,
23.
E assim como coexistente com o mal há também o bem,
Do
mesmo modo onde há nascimento a cessação do nascimento deve ser
buscada.
Novamente
ele pensou assim : “Justo como uma pessoa que caiu dentro de um
monte de sujeira , se ele vê longe um grande lago coberto de lótus
das cinco cores, deve buscar este lago, dizendo : ‘Por que caminho
chegarei lá ?’; mas se ele não o busca a falta não é do lago ;
do mesmo modo onde há o lago do grande Nirvana imortal para lavar as
sujeiras do pecado, se ele não for buscado não é culpa do lago. E
justo como uma pessoa cercada por ladrões, se quando houver um
caminho para escapar ela não escapa não é culpa do caminho mas da
pessoa ; do mesmo modo quando há um caminho abençoado que leva ao
Nirvana para a pessoa que está cercada e presa pelo pecado, se ele
não é buscado não é falta do caminho mas da pessoa. E como uma
pessoa que está oprimida por uma doença, havendo um médico que
possa curar sua doença, se ela não se cura indo ao médico isto não
é culpa do médico ; do mesmo modo se uma pessoa que está oprimida
pela doença do pecado não busca um guia espiritual que está ao
alcance e sabe o caminho que coloca um fim no pecado, a falta está
na pessoa e não no professor destruidor de pecado.” Portanto é
dito :
24.
Como uma pessoa caída na sujeira, vendo um lago repleto,
Se
ela não busca o lago a falta não é do lago ;
25.
Então quando existe o lago do Nirvana quelava as sujeiras do pecado,
Se
uma pessoa não busca este lago, a falta não é do lago do Nirvana.
26.
Como uma pessoa cercada de inimigos, havendo um caminho de escape,
Se
ela não foge, a culpa não é do caminho ;
27.
Do mesmo modo quando há um caminho abençoado, se uma pessoa presa
pelo
pecado
Não
busca este caminho, a culpa não é do caminho abençoado.
28.
E como alguém que está doente, tendo um médico acessível,
Se
não cura a doença, a culpa não é do médico ;
29.
Igual se uma pessoa que está doente e oprimida com a doença do
pecado
Não
busca o professor espiritual, a culpa não é do professor.
E
novamente ele arguiu : “Como uma pessoa orgulhosa de sua bela
vestimenta, jogando fora um cadáver amarrado a seus ombros, vai
embora feliz, do mesmo modo devo, jogando fora este corpo perecível,
e liberto de todo cuidado, entrar na cidade do Nirvana. E igual
homens e mulheres depositando lixo no lixão não o guardam na dobra
da roupa ou na vestimenta mas repugnando-o jogam-no fora, sentindo
nenhum desejo por ele ; assim também devo jogar fora este corpo
perecível
sem culpa e entrar na cidade imortal do Nirvana. Igual um marinheiro
abandonando sem culpa um barco não navegável e escapando, assim
também deixando este corpo que destila corroção dos seus nove
orifícios inflamados, entrar sem arrependimento na cidade do
Nirvana. Como uma pessoa carregando vários tipos de joias e indo
pela mesma estrada que um bando de ladrões, temendo perder suas
joias retira-se dela e vai para uma estrada segura ; do mesmo modo
este corpo impuro é como um ladrão usurpador de joias, se coloco
minhas afeições nele a joia da boa doutrina do sublime caminho da
santidade se perderia para mim, portanto devo entrar na cidade do
Nirvana, abandonando este corpo igual a um ladrão.” Portanto é
dito :
30.
Como uma pessoa pode com desprezo largar fora um cadáver amarrado
sobre
seus ombros,
E,
partir, segura, independente, senhora de si ;
31.
Do mesmo modo que eu parta arrependido de nada, querendo nada.
Deixando
este corpo perecível, esta coleção de muitos vapores sujos.
32.
E igual homens e mulheres que depositam lixo no lixão,
E
partem arrependidos de nada, desejando nada.
33.
Igual partirei, deixando este corpo cheio de vapores sujos,
Como
alguém deixa o esgoto depois de largar excrementos lá.
34.
Como alguém que abandona roupa, de casca d’árvore, rasgada e
despedaçada,
E
parte sem arrependimento ou anseio,
35.
Igual partirei, deixando este corpo com sua nove aberturas sempre
correndo,
Como
proprietários abandonam navios quebrados.
36.
E como uma pessoa carregando mercadorias, andando co ladrões,
Vendo
perigo de perder suas mercadorias, separa-se dos ladrões e vai
seguro,
37.
Do mesmo modo é este corpo como um ladrão poderoso, -
Largando-o
partirei, temendo perder posses.
Tendo
assim ponderado em nove símiles sobre as vantagens conectadas com o
retirar-se do mundo, o sábio Sumedha, doou tudo em sua própria
casa, como dito acima, um imenso tesouro amontoado para os
indigentes, caminhantes, sofredores e manteve a casa aberta.
Renunciando todos os prazeres, ambos material e sensual, partiu da
cidade de Amara, largando o mundo no Himalaia fez para si um
eremitério próximo da montanha chamada Dhammaka e construiu uma
cabana e um claustro livres dos cinco defeitos que são impedimentos
( à meditação ). E com vistas de obter o poder tido por
conhecimento sobrenatural, que é caracterizado pelas oito qualidades
casuais descritas nas palavras que começam “Com a mente assim
tranquilizada...” ( Samaññaphala Sutra, DN I, 76 ; 86 ), ele
abraçou naquele eremitério a vida ascética de um Rishi, largando o
manto com suas nove desvantagens e vestindo a roupa de casca d’árvore
com suas doze vantagens. E quando ele tinha assim largado o mundo,
abandonando esta cabana, cheia com os oito atrasos, ele dirigiu-se
para o pé de uma árvore com suas dez vantagens e rejeitando todo
tipo de grãos vivia constantemente de frutos do mato. E
rigorosamente esforçando-se seja sentado, em pé ou andando, em uma
semana ele tornou-se possuidor das oito consecuções e dos cinco
conhecimentos sobrenaturais ; e assim, de acordo com sua intenção
ele atingiu o poder do conhecimento sobrenatural. Portanto é dito :
38.
Tendo assim ponderado doei muitos milhares de milhões em riqueza
para
ricos e pobres e fiz meu caminho para o Himalaia.
39.
Não distante no Himalaia na montanha chamada Dhammaka,
Aí
fiz um excelente eremitério e construí com cuidado uma cabana de
folha.
40.
Lá construí para mim um claustro, livre dos cinco defeitos,
Possuidor
das oito boas qualidades e atingi a força dos conhecimentos
sobrenaturais.
41.
Então joguei fora o manto possesso das nove faltas,
E
coloquei a veste de casca d’árvore possessa de doze vantagens.
42.
Deixei a cabana, repleta com os oito atrasos,
E
fui para o pé d’árvore possuidor de dez vantagens.
43.
Rejeitei completamente os grãos que são semeados e plantados,
E
partilhei dos constantes frutos da terra, possessos de muitas
vantagens.
44.
Então lutei esforçadamente, sentado, de pé e andando,
E
em sete dias atingi o poder dos conhecimentos.
Bem,
enquanto o eremita Sumedha, tendo assim atingido a força do
conhecimento sobrenatural, estando vivendo na benção das (oito )
consecuções, o Mestre Dipankara apareceu no mundo. No momento da
sua concepção, do seu nascimento, do seu atingir a Buddhidade, da
sua pregação do seu primeiro discurso, todo o universo dos dez mil
mundo tremeu, chacoalhou e trepidou e produziu um poderoso som e as
trinta e duas marcas mostraram-se. Mas o eremita Sumedha, vivendo na
benção das consecuções, nem escutou este som nem viu aqueles
sinais. Portanto é dito :
45.
Então quando atingi a realização / consumação, enquanto estava
sujeito ao ensinamento,
O
Conquistador chamado Dipankara, chefe do universo, apareceu.
46.
Na sua concepção, no seu nascimento, na sua Buddhidade, na sua
pregação,
Não
viu os quatro sinais, mergulhado no bendito transe da meditação.
Naquele
tempo Dipankara Buddha, acompanhado de cem mil santos, vagava no seu
caminho de um lugar para outro, alcançando a cidade de Ramma e
fixando residência no grande mosteiro de Sudassana. E os moradores
da cidade de Ramma escutaram isto dito : “Dipankara, senhor dos
ascetas, tindo atingido Buddhidade suprema e rodando a roda do
excelente Dharma ( Norma ), vagando em seu caminho de um lugar para o
outro, chegou na cidade de Ramma e reside no grande mosteiro de
Sudassana.” E os moradores da cidade de Ramma tomando consigo ghee
e manteiga e outros requisitos medicinais e roupas e vestes e
carregando perfumes e guirlandas e outras ofertas nas mãos, suas
mentes inclinadas em direção ao Buddha, ao Dharma ( Doutrina ) e a
Sangha, inclinados em direção a eles, pendurados neles, eles
aproximaram-se do Mestre e o veneraram e presentearam com perfumes e
outras ofertas, sentando do lado. E tendo escutado sua pregação da
Doutrina e convidado-o para o dia seguinte, eles levantaram-se de
seus assentos e partiram. E dia seguinte, tendo preparado ofertas
para os pobres e tendo adornado a vila, eles foram para a estrada
pela qual Buddha viria, jogando terra nos lugares que estavam gastos
pela água e com isto nivelando o caminho e espalhando areia que
pareciam faixas prateadas. E polvilharam arroz frito e flores e
levantaram bandeiras e faixas de tecidos de cores várias e erigiram
arcos de bananeiras e colunas de jarros transbordantes. Então o
eremita Sumedha, elevando-se de seu eremitérios e procedendo através
dos ares até que estava acima das pessoas e vendo a multidão feliz
exclamou : “Qual será a razão ?” e pousando ficou de um dos
lados e questionou o Povo :”Diga-me, por quê estão adornando esta
estrada ?” Portanto é dito :
47.
Na região dos distritos da fronteira, tendo convidado o Buddha,
Estavam
arrumando a estrada, alegres de coração, pela qual ele viria.
48.
Naquele momento eu deixava meu eremitério,
Farfalhando
minha túnica de casca, parti pelos ares,
49.
E vendo uma multidão excitada alegre e feliz,
Desci
dos ares e direto perguntei a eles,
50.
O Povo está excitado, alegre e feliz,
Para
quem a estrada está sendo arrumada, o caminho, quem está vindo ?
E
as pessoas responderam : “Venerável Sumeddha, não sabes ?
Dipankara Buddha, tendo atingido o conhecimento supremo e rolado a
roda da gloriosa Doutrina, viajando de um lugar para outro, alcançou
nossa cidade e mora no grande mosteiro de Sudassana ; convidamos o
abençoado e estamos aprontando a estrada para o Buddha abençoado
pela qual ele vem.” E o eremita Sumedha pensou : “O barulho
mesmo da palavra Buddha é raro de se encontrar no mundo muito mais o
aparecimento real de um Buddha ; devo me juntar a estas pessoas que
estão arrumando a estrada.” Disse portanto aos homens : “Se
vocês estão arrumando esta estrada para o Buddha designem-me um
pedaço de chão, arrumarei a estrada junto com vocês.” Eles
consentiram, dizendo : “Está bem” ; e percebendo que o eremita
Sumedha era possuidor de poder sobrenatural, eles indicaram um pedaço
pantanoso de chão e o designaram par ele dizendo: “Você prepare
este chão.” Sumedha, com o coração cheio de alegria da qual o
Buddha era a causa, pensou consigo mesmo : “Sou capaz de preparar
este pedaço de chão com poder sobrenatural mas se for assim
preparado não me dará satisfação nenhuma ; este dia cabe a mim
realizar tarefas servis” ; e arranjando terra ele a colocava no
local.
Mas
antes que o chão estivesse pronto por ele – com um cortejo de uma
centena de milhar de santos taumatúrgicos dotados com os seis
conhecimentos sobrenaturais, enquanto deuses / devas ofereciam
guirlandas e perfumes celestes, enquanto hinos celestiais soavam e
pessoas prestavam homenagens com perfumes terrestres e com flores e
outras ofertas, Dipankara dotado com as dez Forças, com
toda
a transcendente majestade de um Buddha, como um leão levantando-se
para buscar sua presa na planície Vermelha, surgiu na estrada, tudo
adornado e preparado para ele. Então o eremita Sumedha – quando o
Buddha com olhos firmes aproximou-se da estrada preparada para ele,
vendo aquela forma dotada com a perfeição da beleza, adornada com
as trinta e duas marcas de um homem superior e marcado com as oitenta
belezas menores, atendido por um halo de uma braça profundo, e
emitindo correntes de raios de seis cores de Buddha, juntos em pares
de diferentes cores e envolvido como as luzes várias que brilham na
calota celeste, salpicada de gemas – exclamou : “ Neste dia cabe
a mim sacrificar minha vida pelo Buddha : que o abençoado não pisa
na lama – não, que ele avance com seus quatrocentos mil santos
pisando em meu corpo como se andando numa ponte de pranchas
ajoialhadas, este gesto será por muito tempo por meu bem e minha
felicidade.” Assim dizendo, ele soltou o cabelo e espalhando na
lama suja seu manto de de pele, cabelo emaranhado, manto de casca, de
eremita, ele deitou na lama como uma ponte de pranchas joias.
Portanto é dito :
51.
Questionados por mim eles responderam : Um Buddha incomparável
nasceu no mundo,
O
Conquistador chamado Dipankara, senhor do universo,
Para
ele a estrada é arrumada, o caminho, que ele está vindo.
52.
Quando escutei o nome de Buddha alegria brotou e espalhou-se dentro
de mim,
Repetindo,
um Buddha, um Buddha ! Expressei pronunciando minha alegria.
53.
Em pé lá ponderei, alegre e excitado,
Aqui
semearei a semente, que o feliz momento não escape !
54.
Se vocês arrumam a estrada para o Buddha, designem-me um lugar,
Também
arrumarei a estrada, o caminho, em que ele está vindo.
55.
Então me deram um pedaço de chão para arrumar no caminho ;
Então
repetindo comigo, um Buddha, um Buddha ! arrumei a estrada.
56.
Mas antes da minha parte está pronta, Dipankara o grande sábio,
O
Conquistador, apareceu no caminho com quatrocentos mil santos iguais
a ele,
Possuidor
dos seis conhecimentos superiores, puro de todo pecado.
57.
De todos os lados as pessoas se levantaram para recebê-lo, muitos
tambores tocaram,
Pessoas
e espíritos cheios de alegria aplaudiam.
58.
Devas olhando por cima das pessoas, pessoas por cima de devas,
E
ambos com as mãos juntas elevadas aproximavam-se “daquele que
assim vem.”
59.
Devas com música deva, pessoas com músicas terrenas,,
Ambos
emitindo seus versos aproximando-se “aquele que assim vem”.
60.
Devas flutuando no ar polvilhavam em todas as direções
Flores
Erythrina do mundo deva,Lótus e flor coral.
61.
Pessoas em pé no chão atiravam para cima em todas as direções
Flores
Champac e Salala, Cadamba e a fragante Mesua, Punnaga e Ketaka.
62.
Então soltei meu cabelo e espalhando na lama
Manto
de pele e manto de casca, deitei pronado de bruços.
63.
Que o Buddha avance com seus discípulos, pisando em mim ;
Que
ele não pise na lama, me será uma benção.
E
enquanto estava na lama, novamente olhando o majestoso Buddha
Dipankara com seu olhar firme, ele pensou como segue : “S’eu
quisesse poderia entrar na cidade de Ramma como noviço no
sacerdócio, após destruir todas as paixões humanas ; mas porque
deveria me disfarçar para atingir Nirvana após a destruição das
paixões humanas ? Antes, como Dipankara, tendo-me elevado até o
supremo conhecimento da Doutrina, habilite a humanidade a entrar no
Barco da Doutrina e assim atravessá-los pelo Oceano do Devir e após
isto feito atingir o Nirvana ; isto é exatamente o que devo fazer.”
Então tendo enumerado as oito condições ( necessárias para
atingir Buddhidade ) e tendo feito a resolução de tornar-se Buddha,
ele deitou-se no chão. Portanto é dito :
64.
Enquanto jazia no chão este era meu pensamento de meu coração.
Se
desejasse isto poderia neste dia destruir dentro de mim todas as
paixões
humanas.
65.
Mas por que deveria disfarçado chegar ao conhecimento da Verdade ?
Atingirei
onisciência e me tornarei um Buddha e salvarei pessoas e devas.
66.
Por que atravessar o oceano resoluto mas sozinho ?
Atingirei
onisciência e habilitarei pessoas e devas a atravessar.
67.
Por esta resolução minha, eu uma pessoa de resolução
Atingirei
onisciência e salvarei muita gente.
68.
Cortando fora a corrente da transmigração, aniquilando as três
formas de renascer,
Embarcando
no barco da Norma, atravessarei comigo pessoas e devas.
E
a abençoado Dipankara tendo alcançado o lugar permaneceu próximo à
cabeça do eremita Sumedha. E abrindo seus olhos possessos dos cinco
tipos de graça como alguém abre uma janela joia e contemplando o
eremita Sumedha deitado na lama, pensou consigo mesmo : “Este
eremita que jaz aqui formou a resolução de tornar-se um Buddha ;
seu desejo realizar-se-á ou não ?” E projetando seu olhar
presciente no futuro e considerando ele percebeu que quatro
asankheyas e cem mil ciclos depois ele tronar-se-ia um Buddha chamado
Gotama. E em pé lá no meio da assembleia ele soltou esta profecia,
“Vocês veem este asceta austero deitado na lama ?” “Sim,
senhor,” eles responderam. “Este homem deitado aí tendo tomado
a resolução de tornar-se um Buddha, seu desejo será atendido ; e
no final de quatro asankheyas e de cem mil ciclos a partir de agora
ele se tornará um Buddha chamado Gotama, e no seu nascimento a
cidade de Kapilavasthu será sua residência, rainha Maya será sua
mãe, rei Suddhodana seupai, seu discípulo chefe será o thera
Upatissa, seu segundo discípulo o thera Kolita, o ajudante do Buddha
será Ananda, sua discípula chefe será monja Khema, a segunda
discípula chefe será monja Uppalavanna. Quando atingir a idade do
conhecimento maduro, tendo-se retirado do mundo e feito um grande
esforço, tendo recebido ao pé d’árvore banian uma refeição de
mingau de arroz e a partilhado às margens do rio Neranjara, tendo
subido ao assento d’árvore bo, ele, ao pé da figueira, atingirá
Suprema Buddhidade. Portanto é dito :
70.
Dipankara, conhecedor dos mundos, receptor de ofertas,
Em
pé próximo a minha cabeça, falou estas palavras :
71.
Vocês veem este mesmo eremita austero com seu cabelo emaranhado,
Daqui
a idades incontáveis ele será um Buddha neste mundo.
72.
Vejam, “aquele que assim vem” deixando a agradável Kapila,
Tendo
feito o grande esforço, realizado todo tipo de austeridades.
73.
Tendo sentado ao pé da árvore Ajapala e lá comido mingau de arroz,
Se
aproximará do rio Neranjara.
74.
Tendo recebido mingau de arroz às margens do Neranjara, o
Conquistador
Deve
seguir pelo belo caminho preparado para ele ao pé d’árvore Bodhi.
75.
Então, glorioso e incomparável, reverencialmente saudando o assento
Bodhi,
Ao
pé da figueira ele despertará ( bujjhissati ).
76.
A mãe que o carregará se chamará Maya,
Seu
pai será Suddhodana, ele mesmo será Gotama.
77.
Seus discípulos principais serão Upatissa e Kolita,
Homens
saudáveis e imunes, livres de paixões, de mente e intenção
calmas.
78.
O servidor Ananda ajudará o Conquistador,
Khema
e Uppalavanna serão sua mulheres chefas de discípulas,
79.
Mulheres sãs e imunes, livres de paixões, de mente e intenção
calmas.
Àrvore
Bodhi deste Buddha é conhecida como a Assattha.
O
eremita Sumedha, exclamando : “Meu desejo, parece, será
realizado”, se encheu de felicidade. As multidões, escutando as
palavras de Dipankara Buddha, ficaram felizes e deliciadas,
exclamando : “O eremita Sumedha, parece, é um broto de Buddha,
semente de Buddha !” Por isto eles pensaram : “Como uma pessoa
atravessando um rio, se ela é incapaz de atravessar para a margem
oposta a ela, atravessa numa passagem mais embaixo no rio, do mesmo
modo nós, se sob a dispensação do Dipankara Buddha falhamos em
atingir os Caminhos e sua fruição, ainda assim quando tu te
tornares Buddha devemos ser capazes em tua presença de tornar os
Caminhos e sua fruição também nossos.” - então eles recordaram
seus desejos ( para futura santificação ). E Dipankara Buddha tendo
também louvado o Bodhisatva e feito ofertas para ele de oito
mancheias de flores reverencialmente saudando-o partiu. E os
Arahants também, quatrocentos mil em número, tendo feito ofertas de
perfumes e guirlandas ao Bodhisatva reverencialmente o saudaram e
partiram. E os devas e as pessoas tendo feito as mesmas ofertas
cumprimentaram-no e seguiram seu caminho.
E
o Bodhisatva, quando todos tinham se retirado, levantando-se do sua
cadeira e exclamando : “Estudarei as Perfeições”, sentou-se de
pernas cruzadas em um monte de flores. E enquanto o Bodhisatva estava
sentado assim, os devas em todos os dez mil mundos reuniram-se
aplaudindo gritando. “Venerável eremita Sumedha”, eles disseram,
“todos os preságios que se manifestaram quando Bodhisatvas
anteriores sentaram-se de pernas cruzadas, dizendo : ‘Estudaremos
as Perfeições’ - todos eles neste dia apareceram : certamente
tornar-te-ás Buddha. Disso sabemos : para quem estes preságios
aparecem, ele certamente tornar-se-á Buddha ; faças um esforço
vigoroso e empenhe-se.” Com estas palavras eles louvaram o
Bodhisatva com vários encômios. Portanto é dito :
80.
Escutando estas palavras do incomparável Sábio,
Devas
e gentes deliciados exclamaram, Este é semente broto de Buddha !
81.
Um grande clamor se levantou, pessoas e devas nos dez mil mundos
Bateram
palmas e riram e prestaram obediência com as mãos juntas.
82.
“Se falharmos”, eles disseram, “nesta dispensação de Buddha
Ainda
assim em tempos que virão estaremos diante dele.
83.
Como pessoas que atravessando um rio, se falham em alcançar
a
margem oposta
Descem
para uma passagem mais embaixo no rio,
84.
Do mesmo modo nós todos, se perdemos este Buddha,
Em
tempos que virão estaremos diante dele.”
85.
O mundialmente conhecido Dipankara, recebedor de ofertas,
Tendo
celebrado minha ação, seguiu seu caminho.
86.
Todos seus discípulos do Buddha que estavam presentes
saudaram-me
com reverência,
Pessoas,
Nagas e Gandharvas inclinaram-se para mim e partiram.
87.
Quando o Senhor do mundo com seus seguidores saíram da minha vista,
Então
feliz, com coração repleto de alegria, levantei-me do meu assento.
88.
Estou satisfeito de felicidade, contente com grande contentamento ;
Inundado
de rapto então sentei de pernas cruzadas.
89.
E assim sentado pensei comigo mesmo,
Sou
treinado em Jhana, sou mestre dos conhecimentos sobrenaturais.
90.
Em mil mundos não há sábios que rivalizam comigo,
Inigualável
em poderes taumatúrgicos, alcancei esta benção.
91.
Quando então me viram sentado, os moradores dos dez mil mundos
Deram
um grande grito : Verdadeiramente serás um Buddha !
92.
Os preságios contemplados em idades anteriores quando Bodhisatvas
sentavam
de pernas cruzadas.
Os
mesmos são vistos neste dia.
93.
Frio é afastado e calor cessa,
Neste
dia estas coisas são vistas, - verdadeiramente serás Buddha.
94.
Mil mundos tranquilizam-se e silenciam.
Isto
se vê ho-je, - verdadeiramente serás Buddha.
95.
O vento poderoso não sopra, o rio para de correr,
Estas
coisas são vistas ho-je, - verdadeiramente serás Buddha.
96.
Todas as flores se abrem na terra e no mar.
Neste
dia elas todas abriram – verdadeiramente serás Buddha.
97.
Todas as trepadeiras e árvores estão carregadas de frutos,
Neste
dia todas carregaram de frutas – verdadeiramente serás Buddha.
98.
Gemas brilham na terra e no céu,
Neste
dia todas as gemas realmente brilham – verdadeiramente serás
Buddha.
99.
Música terrena e música deva,
Ambas
ho-je emitem seus sons – verdadeiramente serás Buddha.
100.
Flores de todas as cores choveram do céu,
Neste
dia foram vistas – verdadeiramente serás Buddha.
101.
O poderoso oceano inclina-se, dez mil mundos são sacudidos,
Neste
dia ambos enviaram seus rugidos – verdadeiramente serás Buddha.
102.
No inferno os fogos de dez mil mundos apagaram,
Neste
dia estes fogos são temperados – verdadeiramente serás Buddha.
103.
Sol sem nuvens e todas as estrelas são vistas,
Estas
coisas são vistas ho-je – verdadeiramente serás Buddha.
104.
Apesar de nenhuma chuva cair, água brota da terra,
Neste
dia ela brotou da terra – verdadeiramente serás Buddha.
105.
As constelações estão todas brilhando e as casas lunares na
abóbada celeste,
Visakha
está em conjunção com a lua – verdadeiramente serás Buddha.
106.
Aquelas criaturas que moram em covas e buracos saíram todas das
tocas,
Neste
dia as tocas foram abandonadas – verdadeiramente serás Buddha.
107.
Não há ninguém descontente entre os mortais mas estão cheios de
contentamento,
Neste
dia estão todos contentes – verdadeiramente serás Buddha.
108.
Então as doenças foram dispersas e a fome cessou,
Neste
dia estas coisas foram vistas – verdadeiramente serás Buddha.
109.
Então Luxúria acabou-se, Aversão e Ignorância pereceram,
Neste
dia todos estes foram dispersos – verdadeiramente.
110.
Nenhum perigo então se aproxima ; neste dia isto é visto,
Por
este sinal sabemos – verdadeiramente serás Buddha.
111.
Nenhuma poeira nos ares ; neste dia isto é visto,
Por
este sinal sabemos, verdadeiramente serás Buddha.
112.
Todo odor fedorento afugentou-se, divina fragrância sopra ao redor,
Tal
fragrância sopra neste dia – verdadeiramente serás Buddha.
113.
Todos os devas se manifestaram, exceto o Sem Forma,
Neste
dia foram todos vistos – verdadeiramente serás Buddha.
114.
Todos os infernos tornaram-se visíveis,
Neste
dia são todos vistos -verdadeiramente serás Buddha.
115.
Então paredes e portas e rochas não são impedimentos,
Neste
dia elas se derreteram no espaço – verdadeiramente serás Buddha.
116.
Naquele momento morte e nascimento não aconteceram,
Neste
dia estas coisas foram vistas – verdadeiramente serás Buddha.
117.
Tu esforças-te vigorosamente, não te detenhas, avance,
Isto
sabemos – verdadeiramente serás Buddha.
E
o Bodhisatva, tendo escutado as palavras de Dipankara Buddha e dos
devas em dez mil mundos cheio de vigor abundante, pensou consigo
mesmo : “Os Buddhas são seres cuja palavra não falha ; não há
desvio da verdade em suas palavras. Pois como a queda de um torrão
de terra atirado para cima, como a morte do mortal, como o Sol se
levanta na aurora, como um leão rugindo quando sai do covil, como o
parto de uma mulher grávida, como todas estas coisas são certas e
seguras – do mesmo modo a palavra dos Buddhas é certa é não pode
falhar, verdadeiramente serei Buddha.” Portanto é dito :
118.
Tendo escutado as palavras de Buddha e dos devas dos dez mil
mundos,
Feliz,
contente, deliciado, pensei então comigo mesmo ;
119.
Os Buddhas não falam palavras dúbias, os Conquistadores não falam
palavras vãs.
Não
há falsidade nos Buddhas – verdadeiramente serei Buddha.
120.
Qual torrão jogado no ar que certamente cairá no chão,
Do
mesmo modo a palavra dos gloriosos Buddhas é certa e perene.
121.
Qual a morte de todo os mortais que é certa e constante,
Igual
a palavra dos gloriosos Buddhas é certa e perene.
122.
Qual o Sol que eleva-se certo quando a noite acaba,
Igual
a palavra dos gloriosos Buddhas é certa e perene.
123.
Qual o rugido do leão que quando deixa seu covil é certo,
Igual
a palavra dos gloriosos Buddhas é certa e perene.
124.
Qual o parto das mulheres grávidas é certo,
Igual
a palavra dos gloriosos Buddhas é certa e perene.
E
tendo feito assim a resolução : “Tornar-me-ei certamente Budddha”
, tendo em vista a consideração das condições que constituem um
Buddha, exclamando : “Onde estão as condições que fazem um
Buddha, elas são encontradas acima ou abaixo, no princípio ou nas
direções menores ?” estudando sucessivamente os princípios de
todas as coisas e contemplando a primeira Perfeição do Doar,
praticada e seguida pelos Bodhisatvas anteriores, ele então
admoestou a si mesmo : “Sábio Sumedha, de agora em diante tu deves
consumar a perfeição do Doar ; pois como um jarro d’água virado
descarrega àgua de modo que nada sobra, e não se pode recobrá-la,
assim mesmo se tu, indiferente à riqueza e fama, e esposa e filhos,
e bens pequenos e grandes, doando tudo para quem venha e peça por
alguma coisa até que nada permaneça, tu te sentarás no pé
d’árvore Bodhi e tornar-te-ás um Buddha.” Com estas palavras
ele esforçou-se vigorosamente em atingir a primeira perfeição do
Doar. Portanto é dito :
125.
Vamos, pesquisarei as condições que fazem um Buddha,
neste
lado e naquele,
Acima
e abaixo, em todas as dez direções,
em
que os princípios das coisas se estende.
126.
Então, enquanto fazia a pesquisa, contemplei a primeira perfeição
do Doar.
A
estrada elevada seguida por sábios anteriores.
127.
Tu vigorosamente tomando-a sobre ti mesmo avance
Para
esta primeira perfeição : Doar, se tu queres atingir Buddhidade.
128.
Qual jarro d’água transbordando, virado por alguém,
Despeja
inteiramente toda água, e não retem nenhuma dentro,
129.
Igual, quando você vê alguém que pede, grande, pequeno e médio,
Tu,
doe tudo em esmolas, como o jarro d’água virado.
Considerando
em seguida : “Deve haver além desta, outras condições que fazem
um Buddha” e contemplando a segunda Perfeição : Prática
Moral, ele pensou assim : “Ó sábio Sumedha, de agora em
diante possas consumar a perfeição da Moralidade ; pois como o boi
yak, sem cuidar da própria vida, guarda sua basta cauda, do mesmo
modo serás Buddha se de agora em diante sem cuidar da vida tu
manténs os preceitos morais.” e ele vigorosamente resolveu atingir
a segunda perfeição, Prática Moral. Portanto é dito :
130.
As condições de um Buddha não podem ser em verdade tão poucas,
Estudarei
as outras condições que tornam madura a Buddhidade.
131.
Então estudando contemplei a segunda Perfeição da Moralidade
Praticada
e seguida por sábios anteriores.
132.
Esta segunda tu empreendes vigorosamente,
E
alcances a perfeição Moral Prática se queres atingir Buddhidade.
133.
Qual o boi yak quando sua cauda embaraça-se completamente,
Lá
e então espera a morte sem querer machucá-la,
134.
Igual faças tu, tendo consumado os preceitos morais nos quatro
estágios,
Sempre
guarde Sila como o yak guarda sua cauda.
Mas
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Buddha”, e contemplando a terceira Perfeição da
Auto-Abnegação, ele pensou assim : “Ó sábio Sumedha, possas
tu de agora em diante consumar a perfeição da Abnegação ; pois
como uma pessoa, longo tempo habitante de um prisão não sente
nenhum amor por ela mas está descontente e não deseja mais viver
lá, igual você, assemelhando todos os nascimentos a uma prisão,
descontente com todos os nascimentos e ansioso para livrar-se deles,
coloca seu rosto em direção à Abnegação, assim te tornarás
Buddha.” E ele vigorosamente tomou a resolução de atingir a
terceira Perfeição da Auto-Abnegação. Portanto é dito :
135.
Pois as condições que fazem um Buddha não podem ser tão poucas,
Estudarei
outras condições que tragam maturidade à Buddhidade.
136.
Estudando-as contemplei a terceira Perfeição, Abnegação
Praticada
e seguida por sábios anteriores.
137.
Esta terceira tu empreendas esforçadamente,
E
alcances a perfeição da abnegação, se queres atingir Buddhidade.
138.
Como uma pessoa por longo tempo habitante da cadeia,
oprimido
por sofrimento,
Não
sente prazer nela mas antes anela libertação,
139.
Do mesmo modo consideres todos nascimentos como prisões,
Coloque
tua face em direção a auto-abnegação, para obter
livramento
do devir.
Mas
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Budddha” e contemplando a quarta Perfeição da
Sabedoria, ele pensou assim : “Ó sábio Sumedha, tu de agora
em diante consuma a Perfeição da Sabedoria, não evitando nenhum
assunto de conhecimento, grande, pequeno ou médio, tu te aproximes
de todos as pessoas sábias e pergunte-lhes questões ; pois como o
monge mendicante em suas coletas de ofertas, não evite nenhuma
família, grande e pequena, que ele frequenta e vagando em coleta de
ofertas de um lugar para outro, velozmente consegue comida para
sustentá-lo, igual tu, aproximando-se de todos os sábios e
perguntando questões, tornar-te-ás Buddha.” E ele vigorosamente
resolveu atingir a quarta Perfeição, Sabedoria. Portanto é dito :
140.
Pois as condições que fazem um Buddha não podem ser tão poucas,
Estudarei
outras condições que tragam maturidade à Buddhidade.
141.
Estudando-as contemplei a quarta Perfeição, Sabedoria
Praticada
e seguida por sábios anteriores.
142.
Esta quarta tu empreendas esforçadamente,
E
alcances a Perfeição da Sabedoria, se queres atingir Buddhidade.
143.
Qual um monge em suas rondas de coleta não evita nenhuma famílias,
Seja
pequena, grande ou média e assim obtém subsistência,
144.
Tu igual, constantemente questionando as pessoas sábias,
E
alcançando a Perfeição da Sabedoria, atingirás Buddhidade
suprema.
Mas
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Buddha” e contemplando a quinta Perfeição do
Esforço, ele pensou assim : “Ó sábio Sumedha, esforce-se de
agora em diante para consumar a Perfeição do Esforço. Qual leão,
o rei das bestas, em todas as posturas, ações, esforça-se
vigorosamente, tu igual em todos os nascimentos e em todos teus atos
esforce-se vigorosamente, não qual lagarto, tornar-te-ás Buddha.”
E ele fez a firme resolução de atingir a quinta Perfeição do
Esforço. Portanto é dito :
145.
Pois as condições que fazem um Buddha não podem ser tão poucas,
Estudarei
outras condições que tragam maturidade à Buddhidade.
146.
Estudando-as contemplei a quinta Perfeição, Esforço
Praticada
e seguida por sábios anteriores.
147.
Esta quinta tu empreendas esforçadamente,
E
alcances a perfeição do Esforço, se queres atingir Buddhidade.
148.
Qual leão, rei das bestas, sentado, em pé e andando
Não
é nenhum lagarto mas sempre de coração resoluto,
149.
Tu igual, em toda existência esforça-te vigorosamente,
E
alcançando a Perfeição Esforço, atingirás a suprema Buddhidade.
Mas
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Buddha” e contemplando a sexta Perfeição da
Paciência, ele pensou consigo mesmo : “Ó sábio Sumedha, tu
de agora em diante consuma a Perfeição da Paciência ; sejas
paciente no louvor e na reprovação. Como quando as pessoas jogam
lixo na terra, a terra não sente nem desejo nem repulsão em relação
a elas mas as sofre, suporta, consente, do mesmo modo tu também se
fores paciente no louvor e na reprovação tornar-te-ás um Buddha.”
E ele resolveu vigorosamente atingir a sexta Perfeição, Paciência.
Portanto é dito :
150.
Pois as condições que fazem um Buddha não podem ser tão poucas,
Estudarei
outras condições que tragam maturidade à Buddhidade.
151.
Estudando-as contemplei a sexta Perfeição, Paciência
Praticada
e seguida por sábios anteriores.
152.
Esta sexta tu empreendas esforçadamente,
E
alcances a perfeição da Paciência, se queres atingir Buddhidade.
153.
Como a terra suporta tudo que é jogado nela
Sejam
coisas puras ou impuras e não sentem nem raiva nem pena,
154.
Do mesmo modo suportando louvores e reprovações das pessoas,
Indo
para a perfeita Paciência, atingirás suprema Buddhidade.
Mas
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Buddha” e contemplando a sétima Perfeição da
Verdade, ele pensou consigo mesmo : “ Ó sábio Sumedha, de
agora em diante consuma a perfeição da Verdade ; ainda que um raio
desça na tua cabeça, nunca sob a influência do desejo ou de outro
modo, pronuncies um mentira consciente, para conseguir bens ou
qualquer outra coisa. Como o planeta Vênus em todas as estações
segue seu próprio curso, não seguindo o curso de outros abandonando
o seu, assim mesmo, se não abandonares a verdade e não pronunciares
nenhuma mentira, tornar-te-ás Buddha.” E ele vigorosamente virou
sua mente para a sétima Perfeição, Verdade. Portanto é dito :
155.
Pois estas não são todas as condições um Buddha,
Estudarei
outras condições que tragam Buddhidade.
156.
Estudando-as contemplei a sétima Perfeição da Verdade
Praticada
e seguida por sábios anteriores.
157.
Tendo esforçadamente tomado sobre si está sétima perfeição,
Então
livre-se da palavra dúbia e atingirás Buddhidade suprema.
158.
Como o planeta Vênus, balança em seus tempos e estações,
No
mundo das pessoas e dos devas, não sai do seu caminho,
159.
Do mesmo modo tu não afaste-se do curso da verdade,
Avançando
para a perfeição da Verdade, atingirás suprema Buddhidade.
Mais
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Buddha” e contemplando a oitava Perfeição da
Resolução, ele pensou assim consigo mesmo : “Ó sábio
Sumedha, tu de agora em diante consuma aperfeição da Resolução ;
o que quer que resolvas sejas inabalável na resolução. Pois como
uma montanha, o vento batendo nela em todas as direções, não
treme, não move, mas permanece no seu lugar, do mesmo modo tu se não
te desviares da tua resolução tornar-te-ás Buddha.” E ele
resolveu vigorosamente atingir a oitava Perfeição, Resolução.
Portanto é dito :
160.
Pois estas não são todas as condições de um Buddha,
Estudarei
outras condições que tragam Buddhidade.
161.
Estudando-as contemplei a oitava Perfeição, Resolução
Praticada
e seguida por Buddhas anteriores.
162.
Resolutamente tome sobre si esta oitava perfeição.
Então
tu sendo imóvel atingirás suprema Buddhidade.
163.
Como a montanha rochosa, imóvel, de bases firmes,
Não
chacoalha com muitos ventos e permanece no seu lugar,
164.
Do mesmo modo tu permaneças sempre imóvel na resolução,
Avançando
na perfeição da Resolução, atingirás suprema Buddhidade.
Mais
considerando ainda : “Estas não podem ser s únicas condições
que fazem um Buddha” e contemplando a nona Perfeição do Amor
Bondade ele pensou consigo mesmo : “Ó sábio Sumedha, tu de
agora em diante consuma a perfeição do Amor Bondade, que tu possas
ser de mente una em relação a amigos e inimigos. E qual água que
preenche com seu frio refrescante a pessoas boas e más igualmente,
do mesmo modo, se tu for de mente una com sentimentos de amizade para
todos os mortais tornar-te-ás Buddha.” E ele vigorosamente
resolveu atingir a nona Perfeição do Amor Bondade. Portanto é dito
:
165.
Pois estas não são todas as condições de um Buddha,
Estudarei
outras condições que tragam Buddhidade.
166.
Estudando-as contemplei a nona Perfeição, Amor Bondade
Praticada
e seguida por Buddhas anteriores.
167.
Resolutamente tome sobre si esta nona perfeição.
Tornando-te
sem rival em gentileza,
se queres tornar-te
Buddha.
168.
E qual àgua que enche com seu frio
Pessoas
boas e más igualmente e leva toda impureza,
169.
Igual tu, olhes com amizade igualmente o bom e o mau.
Avançando
na perfeição do amor Bondade, atingirás suprema Buddhidade.
Mas
considerando ainda : “Estas não podem ser as únicas condições
que fazem um Buddha” e contemplando a décima Perfeição
: Equanimidade, ele pensou consigo mesmo : “Ó sábio Sumedha,
a partir de agora consuma a perfeição da Equanimidade, estejas com
a mente igual na prosperidade e na adversidade. E como a terra é
indiferente quando coisas puras ou impuras são jogadas nela, do
mesmo modo, se fores indiferente na prosperidade e na adversidade,
tornar-te-ás Buddha.” E ele resolveu vigorosamente atingir a
décima Perfeição, Equanimidade. Portanto é dito :
170.
Pois estas não são todas as condições de um Buddha,
Estudarei
outras condições que tragam Buddhidade.
171.
Estudando-as contemplei a décima Perfeição : Equanimidade
Praticada
e seguida por Buddhas anteriores.
172.
Se tomares resolutamente sobre ti esta décima perfeição,
Tornando-te
bem equilibrado e firme, atingirás suprema Buddhidade.
173.
Como a terra é indiferente às coisas puras e impuras que jogam
sobre ela,
Com
ambos semelhantemente e é livre de raiva e louvor,
174.
Do mesmo modo tu sempre sejas bem equilibrado na alegria e na
tristeza,
Avançando
para a perfeição, Equanimidade, atingirás Buddhidade suprema.
Então
ele pensou : “Estas são as únicas condições neste mundo que
trazendo Buddhidade à perfeição e constituindo um Buddha, devem
ser consumadas pelos Bodhisatvas ; além das dez Perfeições não há
outras. E estas dez Perfeições não estão nem no céu acima nem na
terra abaixo, nem se encontram no leste ou nos outros pontos cardiais
mas reside no meu coração de carne.” Tendo então entendido que
as perfeições estavam estabelecidas no coração, tendo
vigorosamente resolvido mantê-las todas, pegando-as novamente e
repetidamente, ele as dominou da primeira até a última e vice versa
; tomando-as pela última seguiu para a primeira, pegando-as pela
primeira colocou-as como última, pegando pelo meio segui-as para as
duas extremidades, pegando-as pela extremidade, segui-as até o meio.
Repetindo : “As Perfeições são o sacrifício dos membros, as
Perfeições Menores são o sacrifício da propriedade, as perfeições
Ilimitadas são o sacrifício da vida” ele dominou-as como as
Perfeições, as Perfeições Menores e a Perfeições Ilimitadas –
como alguém que converte dois tipos de óleos em um único, ou como
alguém que, usando Monte Meru como pilão batesse o grande oceano
Chakkavala ( como almofariz ). E enquanto ele compreendia novamente e
de novo as dez Perfeiçoes, pelo brilho de sua piedade ( dharma ),
esta terra, oitocentas mil léguas de largura, como uma moita de
caniços pisada por um elefante, ou um moinho de cana de açúcar em
movimento, proferindo um poderoso rugido, tremeu, chacoalhou e
trepidou e girou ao redor como a roda do leiro ou a roda do moinho de
óleo. Portanto é dito :
175.
Estas são todas as condições no mundo que levam Buddhidade à
perfeição ;
Além
destas não há outras, nelas persevere.
176.
Enquanto ele compreendia estas condições naturais e intrínsecas,
Pelo
poder da sua piedade a terra de dez mil mundos estremeceu.
177.
A terra balançou e rugiu como um moinho de açúcar trabalhando,
Como
uma roda de moinho de óleo assim chacoalhou a terra.
E
enquanto a terra estava tremendo o Povo de Ramma, incapaz de
suportá-lo, qual as grandes árvores Sal, reviradas pelo vento que
sopra no fim de um ciclo, cae desfalecido cá e lá, enquanto jarros
e outros vasos, revolvendo como um jarro na roda de oleiro, batem um
contra o outro e quebram no chão em pedaços. A multidão temendo e
tremendo aproximando do Mestre ( Dipankara ) disse : “Diga-nos,
Abençoado, esta agitação é causada pelos Nagas, ou por outros
demônios, ou ogros, ou por devas ? - pois isto não sabemos mas
verdadeiramente esta multidão toda está tristemente aflita. Prega
este portento bem ou mal ao mundo ? Diga-nos a causa dele.” O
Mestre escutando as palavras deles disse : “Não temam nem se
preocupem, não advém nenhum perigo para vocês disso. O sábio
Sumedha, relativo a quem predisse neste dia : ‘No futuro ele será
um Buddha chamado Gotama’, está agora entendendo as Perfeições e
enquanto ele as entende e as gira ao redor pelo poder de sua piedade
todo os dez mil mundos concordemente troveja e estremece.”
Portanto é dito :
178.
Toda a multidão que estava lá atendendo o Buddha,
Tremendo,
caíam desfalecidas lá no chão.
179.
Milhares de jarros d’água e muitas centenas de potes
Foram
quebrados e esmagados lá batendo uns contra os outros.
180.
Excitados, temerosos, aterrorizados, confusos, seus sentidos
desordenados,
As
multidões reunidas, se aproximaram do Buddha.
181.
Dia, será bom ou mal para o mundo ?
Todos
estão aflitos, evite este perigo, tu Vidente !
182.
Então o grande Sábio Dipankara dirigiu-se a eles,
Tenham
confiança, não fiquem com medo deste terremoto :
183.
Aquele de quem previ neste dia, que será um Buddha neste mundo,
A
lei do passado é a mesma seguida pelos Conquistadores.
184.
Portanto enquanto ele está ponderando inteiramente a norma,
o
trabalho básico de um Buddha,
Esta
terra décupla de
pessoas e de devas é sacudida.
Então
o Povo escutando as palavras de Buddha, feliz e deliciado, tomando
consigo guirlandas, perfumes e unguentos, deixou a cidade de Ramma e
foi até o Bodhisatva. E tendo oferecido suas flores e outros
presentes, e inclinado-se diante dele e respeitosamente saudá-lo,
eles retornaram para a cidade de Ramma. E o Bodhisatva, tendo feito
um esforço de resolução vigoroso, levantou-se do assento em que
sentava. Portanto é dito :
185.
Tendo escutado a palavra do Buddha, suas mentes acalmaram direto,
Todas
as pessoas aproximaram-se novamente de mim e prestaram suas
homenagens.
186.
Tendo tomado sobre mim as Perfeições de um Buddha,
tendo
feito firme minha resolução,
Tendo
inclinado para Dipankara, levanto-me do meu assento.
E
enquanto o Bodhisatva levantava-se de seu assento, os devas em todos
os dez mil mundos tendo-se reunidos, ofereceram-lhe guirlandas e
perfumes, pronunciaram estas e outras palavras de louvor e benção :
“Venerável eremita Sumedha, neste dia tu fizeste uma poderosa
resolução aos pés de Dipankara Buddha, possas tu consumá-la sem
estorvo nem obstáculo : nada tema e não desfaleça, que nem a menor
doença visite tua construção, rapidamente exercite as Perfeições
e atinja suprema Buddhidade. Como as flores e as árvores frutíferas
fazem brotar flores e frutos nas estações, do mesmo modo tu também,
sem deixar a estação certa passar, rapidamente atinja a suprema
iluminação,” e assim falando, eles retornaram cada um para sua
casa-deva. Então o Bodhisatva, tendo recebido a homenagem dos devas,
fez um esforço de resolução vigoroso, dizendo : “Tendo consumado
as dez Perfeições, no fim de quatro asamkheyas e cem mil ciclos
serei Buddha.” E elevando-se nos ares ele retornou para o
Himavanta. Portanto é dito :
187.
Quando ele levantava-se do assento ambos devas e pessoas
Aspergiram-no
com flores divinas e terrenas.
188.
Ambos devas e pessoas pronunciaram sua benção :
Uma
grande coisa desejaste, possas tu obtê-la de acordo com teu desejo.
189.
Possam todos os perigos ser evitados, possam todas as doenças
sumirem,
Possas
tu não ter obstáculos – rapidamente alcance a suprema iluminação.
190.
Como quando a estação chegando brotam flores das árvores,
Do
mesmo modo tu, Ó poderoso, brote com o conhecimento de um Buddha.
191.
Como todos os Buddhas consumaram as dez Perfeições,
Do
mesmo modo tu, Ó poderoso, consuma as dez Perfeições.
192.
Como todos os Buddhas despertam no assento da iluminação,
Assim
seja com você, Ó poderoso, desperto na sabedoria do conquistador.
193.
Como todos os Buddhas giraram a roda da Norma ( Lei, Dharma ),
Assim
seja com você, Ó poderoso, faça-a girar.
194.
Como a lua no dia do meio do mês brilha em sua pureza,
Assim
seja com você, com a mente cheia, brilhe nos dez mil mundos.
195.
Como o Sol, liberto de Rahu, brilha fervente em seu calor,
Do
mesmo modo, tendo libertado a humanidade, brilhes tu em toda a tua
majestade.
196.
Como todos os rios encontram seu caminho para o grande
oceano,
Do
mesmo modo possam os mundos de pessoas e devas tomar refúgio em ti !
197.
O Bodhisatva exaltado
com estes louvores, tomando para si as dez condições,
Começando
a consumar estas condições, entrou na floresta então.
[
n. do tr. : Lembra o sermão da montanha de IHS : amai os inimigos,
construir a casa sobre a rocha, não vos preocupeis com o dia de
amanhã, as bem aventuranças. Neste sentido podemos entender os
prodígios naturais que aparecem aqui e os semelhantes do discurso
escatológico quando da vinda do Filho do Homem : a aproximação com
o jatakas 86, 330 e 290 quando se lembra a frase ‘onde está a
carne aí estão os pássaros’ permite relacionar os dois textos.
A Ressurreição = Iluminação, o Filho do Homem = Buddha. Tudo,
como dito em ambos, dentro do coração.
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