terça-feira, 30 de junho de 2015

490 O Voto de Sábado.








               ( Moedas de Magadha onde se vê o dharma chakra e as quatro nobres verdades, a cruz do sofrimento,  entre outros símbolos )

490
Estás contente...”. - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana, sobre quinhentos Irmãos leigos que estavam debaixo em votos de Sábado. Naquele tempo eles disseram que o Mestre, sentado no glorioso assento de Buddha, no Salão da Verdade, no meio dos quatro tipos de grupos ( Irmãos, Irmãs, Irmãos leigos, Irmãs leigas ), olhando ao redor a reunião com coração gentil, percebeu que neste dia o ensino seria um conto de Irmãos leigos. Então dirigiu-se a estes e disse, “Os Irmãos leigos tomaram os votos de Sábado ?” “Sim, Senhor, les tomaram,” foi a resposta. “Fizeram bem, esta celebração do sábado era prática de sábios antigos : sábios antigos, digo, guardavam a celebração do sábado para dominar os pecados paixões e luxúrias.” Então ao pedido deles ele contou uma história do passado.

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Certa vez havia uma grande floresta que separava o reino de Magadha de dois reinos que faziam limites com ele. O Bodhisatva nascera em Magadha, como alguém de uma grande família brahmin. Quando ele cresceu, renunciou os desejos e partiu indo para a floresta, onde fez um eremitério e lá habitou. Bem, não muito longe deste eremitério, em uma moita de bambus, vivia um Pombo selvagem com sua companheira ; em um certo cupinzeiro vivia uma Cobra ; em uma mata um Chacal tinha sua toca e em outra um Urso. Estas quatro criaturas costumavam visitar o sábio de tempos em tempos e escutavam seu discurso.

Um dia o Pombo e sua companheira deixaram o ninho e foram catar comida. A fêmea estava atrás e enquanto ia, um Gavião a agarrou e a levou. Escutando seu grito o macho virou e olhou e a viu sendo carregada por ele ! O Gavião a matou no meio dos gritos e a devorou. Neste momento o pássaro queimava com o fogo do amor por sua companheira assim arrancada dele. Então pensou, “Esta paixão me atormenta excessivamente ; não buscarei comida até descobrir como dominá-la.” Encurtando então sua busca foi até o asceta e tomando seu voto de dominar desejo, sentou em um dos lados.

O Cobra também saiu em busca de comida ; e saiu de seu buraco e procurava algo na trilha de pasto próxima das vilas ao redor. Justo então havia um touro que pertencia ao prefeito da aldeia, uma criatura gloriosa toda branca, que após alimentar-se sentou-se sobre as patas ao pé de um cupinzeiro e remexia a terra com seus chifres esportivamente. A Cobra aterrorizou-se com o barulho dos cascos do touro e correu para se esconder no cupinzeiro. O touro a ameaçou e a Cobra ficou irada e picou o touro ; e o touro morreu lá e então ( 'then and there' ). Quando os aldeões encontraram o touro morto, todos correram lastimosos e honraram o morto com grinaldas, o enterraram numa cova e retornaram para suas casas. A Cobra saiu quando eles já tinham ido e pensou, “Através da ira tirei a vida desta criatura e causei sofrimento aos corações de muitos. Nunca mais sairei em busca de comida até ter aprendido a dominá-la.” Então virou-se e foi para o eremitério e tomando sobre sio voto de dominar a raiva, sentou-se em um dos lados.

O Chacal do emsmo modo saiu em busca de comida e encontrou um elefante morto ( cf. jataka 148 onde acontece a mesma coisa ). Ficou deliciado : “Muita comida aqui !” ele gritou e e deu uma mordida na tromba – foi como se mordera um tronco d'árvore. Não gostou nada e mordeu a presa – era como morder pedra. Tentou a barriga - parecia uma cesta. Então caiu em cima do rabo e era como uma tigela de ferro. Então atacou as ancas e, olhem !, estava macia como um bolo de manteiga. Gostou tanto que devorou até formar um caminho para dentro. Lá permaneceu, comendo quando estava com fome e quando estava com sede bebia sangue ; e quando descansava, espalhou-se pelas entranhas da besta, deitando nos pulmões como cama. “Aqui”, pensou ele, “encontrei comida e bebida e uma cama ; por quê iria para outro lugar ?” E assim permaneceu, bem contente, dentro da barriga do elefante e não saia mais de lá. Logo logo o corpo ficou seco com o vento e o calor e o caminho para fora nas ancas foi fechado. O Chacal atormentado dentro perdeu carne e sangue, seu corpo ficou amarelo mas achar o caminho de saída ele não conseguia. Então um dia veio uma chuva inesperada ; a entrada foi ensopada e aumentou mostrando uma abertura. Quando ele viu a fresta, gritou, “Muito tempo ficquei aqui atormentado e agora sairei por este buraco.” E colocou a cabeça pelo buraco. A passagem era estreita e ele passou apertado de modo que seu corpo foi escovado e ele perdeu todos os pelos. Quando saiu estava pelado como tronco de palmeira, nem um fio de pelo se via nele. “Ah,” pensou ele, “minha cobiça me trouxe esta desgraça. Nunca novamente sairei em busca de alimento , até ter aprendido a dominar minha cobiça.” Então dirigiu-se para o eremitério e tomou para si o voto de dominar a ganância e sentou em um dos lados.

O Urso também saiu da floresta e sendo escravo da cobiça, foi para uma vila da
fronteira do reino de Mala. “Eis um urso !” gritaram os aldeões todos ; e saíram armados com arcos, paus, porretes e o quê havia e cercaram a moita em que ele se escondia. Ele vendo-se cercado por uma multidão, correu e saiu fora e enquanto fugia foi surrado com os arcos e porretes. Chegou em casa com a cabeça quebrada e sangue escorrendo. “Ah,” ele pensou, “é minha ganância excessiva que me trouxe tantos problemas. Nunca mais sairei em busca de comida até ter aprendido a controlá-la.” Então foipara o eremitério e tomou o voto de controlar ganância e sentou em um dos lados.

Mas o asceta era incapaz de induzir o ênstase místico, porque ele estava cheio de orgulho devido a seu nascimento nobre. Um Pacceka Buddha , percebendo que ele estava possesso de soberba, ainda assim reconheceu que ele não era uma criatura qualquer. “O homem ( ele pensou ) estádestinado a ser um Buddha e neste ciclo mesmo atingirá a sabedoria perfeita. Vou ajudá-lo a controlar orgulho e o farei desenvolver as Consecuções.” Então enquanto ele estva sentado na cabana de folhas, o Pacceka Buddha desceu dos Altos Himalaias e sentou-se na lage de pedra do asceta. O asceta saiu e o viu em seu assento e na sua soberba não era mais senhor de si. Ele subiu e estalando os dedos para ele, gritou, “Maldito sejas, vilão vagabundo, hipócrita careca, por quê sentas no meu assento ?” “Santo homem,” disse o outro, “por quê estais possesso de orgulho ? Penetrei a sabedoria de um Pacceka Buddha e te digo que durante este mesmo ciclo de vida serás omnisciente ; estás destinado a se tornar um Buddha ! Quando tiveres atingido as Virtudes Perfeitas, após o lapso de um mesmo período de tempo, serás um Buddha ; e quando te tornares um Buddha, Siddharta será teu nome.” Disse depois nomes de clãs e famílias, discípulos chefes, e assim por diante, adicionando, “Agora por quê és tão assoberbado e apaixonado ? Estas coisas são sem valor para ti.” Tal foi aviso do Pacceka Buddha. A estas palavras o outro nada disse : nem saudação, nem perguntas de quando ouonde se tornaria um Buddha. Então o visitante disse, “Compare a medida do seu nascimento com meus poderes como este : se puderes elevar-se nos ares como eu faço.” assim falando, ele elevou-se nos ares e chacoalhou a poeira dos seus pés sobre o coque de cabelo que o outro trazia amarrado na cabeça e então retornou de volta para o Alto Himalaia. Com sua partida o asceta foi tomado pela tristeza. “Há um homem santo,” ele disse, “com um corpo pesado como aquele, passando pelos ares como um floco de algodão soprado pelo vento ! Tal pessoa, um Pacceka Buddha, e eu nem lavei os pés dele devido ao meu orgulho de nascimento, nem perguntei a ele quando deverei me tornar um Buddha. O quê este nascimento pode fazr por mim ? Neste mundo um ato de poder é ter uma vida correta ; mas esta minha soberba leva-me para o ínfero. Nunca novamente sairei em coleta de frutos até que tenha aprendido como controlar meu orgulho.” Então ele entrou em sua cabana de folhas e tomou sobre si o voto de dominar soberba. Sentado em seu catre de gravetos, o jovem sábio nobre dominou seu orgulho, induziu o transe místico, desenvolveu as Faculdades e as Consecuções ( os Conseguimentos ) e depois veio para fora e sentou no assento de pedra que estava na extremidade do caminho coberto.

O Pombo então e os outros levantaram-se, saudaram-no e sentaram em um dos lados. O Grande Ser disse ao Pombo, “Nos outros dias você nunca veio aqui nesta hora mas sais em busca de alimento : estás guardando um jejum de sábado ho-je ?” “Sim, Senhor, estou.” Então ele disse,”Por quê isto ?” recitando a primeira estrofe :

Tu te contentas com pouco, estou certo.
Não queres mais comida,Ó pombo voador, agora ?
Fome e sede por quê aguentar voluntariamente ?
Por quê tomar sobre si, Senhor, o voto de sábado ?

Ao que o Pombo respondeu em duas estrofes :

Uma vez cheio de ganância minha companheira e eu
Divertíamos qual amantes neste lugar.
A ela um gavião agarrando levou embora voando :
Assim, arrancada de mim, aquela que amava não estava mais !

De vários modos minha perda cruel saboreei ;
Sinto dor em tudo que vejo ;
Portanto procuro ajuda dos votos de sábado,
Para que tal paixão nunca mais retorne em mim.

Quando o Pombo assim louvou sueu ato em relação aos votos, o Grande Ser fez a mesma pergunta para a Cobra, o Chacal e o Urso. Cada um declarou as razões de suas ações.

Moradora d'árvore, cobra espiralada de barriga rastejante,
Armada com fortes presas e veneno rápido e certo
Estes votos de sábado por quê queres tomar ?
Por quê fome e sede voluntariamente aguentar ?

O touro do prefeito, cheio de força e poder,
Com a corcova trepidando, bela e harmônica,
Me pisou : irada o piquei :
Tomado de dor morreu lá e então

Derramam-se todos os moradores para fora da vila,
Lamentando-se e chorando pela visão que veem.
Portanto corro para a ajuda do voto de sábado
Que tal paixão nunca mais retorne em mim.

Carniça para ti é comida rara e rica,
Cadáveres que em chão sepucral jazem apodrecendo.
Por quê um Chacal resiste fome e sede ?
Por quê tomar para si votos de sábado, por quê ?

Encontrei um elefante e gostei da carne
Então, bem, dentro da barriga dele fiquei.
Mas o vento quente e o calor escaldante do Sol
Secou a pasagem por onde abri meu caminho.

Todo magro e amarelo me tornei, meu Senhor !
Não havia caminho para sair, tinha que ficar.
Então veio uma tempestade que encharcou veementemente,
Umedecendo e amaciando o caminho posterno.

Para sair não fui lento,
Como a Lua deixando as mandíbulas de Rahu :
Portanto voo para a ajuda dos votos de sábado
Que cobiça fique longe de mim : esta é a causa.

Teus modos antes já foram de fazer uma refeição
De formigas no formigueiro, Mestre Urso :
Por quê desejar agora fome e sede sentir ?
Por quê desejar agora o voto de sábado jurar ?

Cobiçoso, com desdém em excesso, minha própria casa
Para os Malatas fugi correndo.
Para fora da cidade todos do povo vieram,
Com arcos e porretes me surraram.

Sujo de sangue e com a cabeça quebrada
Corri de volta para minha moradia fugindo
Portanto aos votos de sábado agora me refugio
Que cobiça possa nunca mais se aproximar.

Desde modo todo os quatro proclamaram seuspróprios atos ao tomarem estes votos sobre si ; levantando-se e saudando o Grande Ser eles fizeram então esta pergunta , “Senhor, em outros dias sais para fora nesta hora para buscar frutos do campo. Por quê ho-je não foste mas observas os votos de sábado ?” Eles recitaram esta estrofe :

A razão, Senhor, a qual tu que tens a mente para entender
No nosso melhor entendimento te contamos :
Mas faríamos uma pergunta na nossa vez :
Por quê tu, Ó brahmin, tomaste ovoto de sábado ?

Ele lhes explicou :

Foi um Pacceka Buddha, que veio só
E permaneceu um momento em minha cabana e apresentou-me
Minhas idas e vindas, nome e fama,
Minha família e todo meu futuro caminho.

Então devorado pela soberba, não atirei -
Me a seus pés ; nada questionei.
Portanto para os votos de sábado me refugio,
Que orgulho não mais se aproxime como antes.

Deste modo o Grande Ser explicou seu próprio guardar dos votos. Então os aconselhou e o despachou e entrou na sua cabana. Os outros retornaram cada um para seu próprio lugar. O Grande Ser sem interromper seu ênstase tornou-se destinado ao Mundo de Brahma, e os outros sustentando seus conselhos, foram destinados a preencher as hostes celestes.

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O Mestre, tendo terminado este discurso, disse, “Assim, Irmãos leigos, o votode sábado er costume de sábios antigos e deve ser guardado agora também.” Então ele identificou o Jataka : “Neste tempo Anurudha era o Pombo, Kassapa era o Urso, Moggaallana o Chacal, Sariputra a Cobra e eu mesmo era o asceta.”


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