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“S'eu for
capturado...” - Esta história o Mestre contou enquanto
residia em Jetavana sobre um Irmão relapso. A este Irmão
o Mestre disse, “É verdade, como me disseram, que és
relapso ?” 'Sim, Senhor, é verdade.” “Irmão,”
disse ele, “como um homem como você não será
confundido por esta luxúria de prazeres ? O furacão
que cobre o Monte Sineru não intimida-se diante de uma folha
seca. Em dias antigos esta paixão confundiu seres santos que
por sete mil anos evitaram de seguir as luxúrias que surgiam
dentro deles.” Com estas palavras ele contou uma história
do passado. // Jataka 159.
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Certa vez,
quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva foi concebido por
uma Pavoa ( Pavão fêmea ) em um distrito da fronteira.
Quando o tempo devido tinha passado, a mãe deixou o ovo no
lugar em que estava se alimentando e foi embora. Bem, o ovo de uma
mãe que é saudável não é
danificado, se não houver perigo de cobras e vermes
semelhantes. Este ovo portanto sendo um ovo dourado como um broto de
kannikara ( Pterospermum Acelifolium ) quando estava
maduro , rachado pela própria força dando origem a um
pinto dourado com dois olhos como de fruta gunja e um bico coral e
três vermelhas estrias correndo ao redor do pescoço
descendo até o meio das costas. Quando ele cresceu seu corpo
cresceu até ficar do tamanho de um carrinho de mão de
construção muito bonito de ver, e todo o bando de
pavões escuros reunidos o escolheram para ser seu rei.
Um dia,enquanto
ele estava bebendo água de um lago espreitando sua própria
beleza pensou “sou o mais belo dos pavões. Se permanecer
entre eles no meio do caminho dos homens, cairei em algum perigo :
vou para o Himalaia e lá morar em algum lugar agradável.”
Então à noite, quando todo o bando de pavões
estava em seus retiros despercebido de todos ele partiu para o
Himalaia e atravessando três cordilheiras de montanhas
estabeleceu-se na quarta. Isto foi numa floresta onde ele encontrou
um vasto lago natural todo coberto com lótus e não
distante de um grande árvore banian do lado de uma montanha ;
nos ramos desta árvore ele pousou. No coração
desta floresta havia uma caverna agradável ; e desejoso de
morar lá pousou na parte plana da boca dela. Bem, para este
lugar era impossível subir, seja para cima vindo para baixo
seja de baixo indo para cima ; ele estava livre de todo temor de
pássaros, gatos selvagens, serpentes ou seres humanos. “Este
é um lugar ótimo para mim ! “ ele pensou. Aquele dia
ele ficou lá e no seguinte saindo da caverna ele sentou no
topo do monte olhando o leste. Quando viu a esfera do Sol surgindo,
ele protegeu-se para o dia que vinha recitando o verso “Lá
ele surge, rei omnividente.” Após isto saiu buscando comida
. À noite retornou e sentado no topo do monte olhando o oeste
; então quando viu a esfera do Sol afundando na vista , ele
protegeu-se para a noite que vinha recitando o verso “Lá ele
se põe ; o rei omnividente.” E deste modo ele passou sua
vida.
Mas um dia um caçador
que vivia na floresta o viu sentado no topo da montanha e foi para
casa. Quando chegou o tempo dele morrer contou ao filho sobre : “Meu
filho, na quarta cadeia de montanhas, na floresta, vive um pavão
dourado. Se o rei quiser um você sabe onde encontrá-lo.”
Um dia a rainha
principal do rei de Benares ( seu nome era Khema ) teve uma visão
no crepúsculo e a visão era esta : um pavão
dourado pregava a Lei, ela escutava aprovando, o pavão tendo
terminado seu discurso levantou-separapartir, ela gritou com isto “O
rei dos pavões está escapando, peguem-no !” E
enquanto ele falava estas palavras, ela acordou. Quando ela acordou
e percebeu que era um sonho, pensou, “S'eu falar para orei que foi
um sonho ele nem vai ouvir ; mas s'eu dizer que é um desejo de
mulher grávida, então ele vai escutar.” Então
ele fingiu que tinha um desejo como as grávidas o tem e
deitou. O rei a visitou e perguntou o quê a fazia sofrer.
“Tenho um desejo,” disseela. “Qual é o seu desejo ?”
“Desejo, meu senhor, escutar o discurso de um pavão
dourado.” “Mas onde arranjaremos tal pavão, senhora?”
“Se algum não for encontrado, meu senhor, morrerei.” “Não
se preocupe com isto, minha senhora ; se houver algum em algum lugar
será pego para você.” Assim ele a consolou e saindo,
sentando, questionou os cortesãos : “Vejam vocês minha
rainha deseja escutar o discurso de um pavão dourado. Existe
tal ser como um pavão dourado ?”. “Os brahmins saberão
isto, meu senhor.” O rei questionou os brahmins. Os brahmins
responderam assim : “Ó grande rei ! É dito em nossos
sutras das marcas da fortuna, De criaturas aquáticas,
tartarugas, e caranguejos, de cervos terrenos, gansos selvagens,
pavões, perdizes, estas criaturas e seres humanos também
podem ser cor cor dourada.” Então o rei reuniu todos os
caçadores que haviam nos seus domínios e os perguntou
se já haviam visto um pavão dourado. Todos disseram,
não, exceto aquele cujo pai houvera dito ter visto. Este
disse, “Nunca vium eu mesmo mas meu pai me contou de um lugar onde
um pavão dourado vivia.” O rei disse, “Meu bom homem,
isto significa vida ou morte para mim e minha rainha : pegue-o e
traga-mo aqui.” Ele deu ao homem dinheiro bastante e o despachou.
O caçador deu o dinheiro para a esposa e filho, e foi até
o lugar e viu o Grande Ser. Ele colocou armadilhas para pegá-lo,
todo dia dizendo para si que a criatura seria pega ; ainda assim
morreu sem capturá-lo. E a rainha também morreu sem
ter o desejo de seu coração. O rei estava irado e
furioso e dizia, “Minha rainha querida morreu por causa deste
pavão” ; e ele fez com que a história ser escrita em
um prato dourado como na quarta cadeia de montanha do Himalaia vive
um pavão dourado e aquele que comer sua carne será para
sempre jovem e imortal. Este prato ele colocou em um tesouro após
o quê ele morreu. Após ele outro rei levantou-se que
leuo que estava escrito no prato, e desejoso de ser imortal e sempre
jovem, enviou um caçador para pegá-lo ; mas este morreu
primeiro como o outro. Deste modo reis reis sucessivos passaram,
seis caçadores morreram sem sucesso nos Himalaias. Mas o
sétimo caçador, enviado pelo sétimo rei, sendo
incapaz de pegar o pássaro por sete anos, apesar de todo dia
esperar fazê-lo, começou a pensar porque não
conseguia pegar o pé do pássaro na gaiola. Então
viu o pássaro e o viu em suas orações de
proteção de manhã e à tarde e então
assim arguiu o caso : “Não há outro pavão no
lugar e é claro que este deve ser um pássaro de vida
santa. É o poder de sua santidade e o encanto de proteção
que fazem com que suas patas nunca sejam pegas pelas armadilhas.”
Tendo chegado a esta conclusão ele foi a terra fronteiriça
e arranjou uma pavoa a qual treinou com estalo de dedo para
pronunciar uma nota, com bater de palma a dançar. Levando-a
com ele, retornou para o lugar ; armou a armadilha antes do
Bodhisatva recitar seu encanto, ele estalou os dedos e a fez piar. O
pavão escutou : no mesmo instante, o pecado que por sete mil
anos estava escondido, realimentou-se como uma cobra espalhando sua
crista com um toque. Estando doente de luxúria, ele não
pode recitar seu encanto de proteção mas correndo para
ela, desceu dos céus com as patas direto na armadilha :
aquela armadilha que por sete mil anos não teve nenhum poder
de pegá-lo, agora prende sua pata apertada. Quando o caçador
o viu balançando na extremidade da vara, pensou consigo
mesmo, “Seis caçadores falharam em pegar este rei dos pavões
e porsete anos não consegui. Mas ho-je, assim que veio doente
de luxúria pela pavoa, foi incapaz de repetir seu encanto,
caiu direto n'armadilha e foi pego e lá balança de
cabeça para baixo. Tão virtuoso é o ser que
machuco ! Entregar tal criatura para outra pessoa apenas por uns
trocados é algo impensável. Que me serve as honras
reais ? Vou deixá-lo ir.” Mas novamente pensou, “É
um monstro, pássaro poderoso e forte, se for para cima dele
pode pensar que quero matá-lo , temeroso por sua vida lutará
e pode quebrar uma perna ou asa. Não em aproximarei dele mas
permanecerei escondido e cortarei 'armadilha com uma flecha. Então
ele pode seguir seus caminhos à vontade.” Assim ele ficou
escondido e esticando seu arco colocou uma corda na linha e puxou
para trás.
Agora o
Pavão pensava, “Este caçador me fez ficar doente de
luxúria e como viu que me pegou não ficarei sem se
importar comigo. Onde será que ele está ?” ele
oulhou para um lado, olhou para outro e espreitou o homem em pé
com o arco armado pronto para o disparo. “Sem dúvida ele
deseja me matar e ir embora,” pensou ele, e temendo pela morte
repetiu a primeira estrofe pedindo por sua vida :
Se
capturado riqueza te trarei,
Então
me machuque mas leve-me ainda vivo.
Peço-te,
amigo, me conduza ao rei :
Creio
que um grande prêmio te será dado.
Com isto o
caçador pensou, “O grande pavão imagine que vou
atingí-lo com a flecha : devo aliviar sua mente,” e
recitou a segunda estrofe com esta finalidade :
Não
coloquei está flecha no arco,
Para
te machucar, Ó Pavão real, ho-je :
Desejo
cortar 'armadilha e te deixar ir,
Então
seguir tua vontade e voar para longe.
Com isto o pavão
respondeu em duas estrofes :
Sete
anos, Ó caçador, primeiro tu perseguiste,
Aguentando
sede e fome noite e dia :
Agora
estou n'armadilha o quê farás ?
Por
quê desejas me libertar me deixar voar embora ?
Certamente
todos os seres vivos são protegidos por ti :
Tirar
a vida tu rejeitaste este dia :
Pois
estou n'armadilha ainda assim me libertas,
Ainda
assim tu me soltas, me deixas voar embora.
Então segue
isto :
Quando
um homem jura não matar nenhum ser vivo :
Quando
tudo que vive, para ele, está livre de medo :
Que
benção no próximo nascimento isto trará ?
Ó
Pavão real, me responda isto !
Quando
tudo que vive para ele está livre de medo,
Quando
um homem jura não machucar nenhum ser vivo,
Mesmo
no mundo presente, bem falado ele é,
Ele
após a morte seu valor levará ao céu.
Não
há deuses, assim muitos homens dizem :
A
mais alta benção esta vida apenas pode trazer ;
Esta
produz frutos do caminho bom e do ruim ;
E
fazer oferta é declarado tolice.
Portanto
prendo pássaros, pois sacerdotes disseram isto :
Não
merecem suas palavras, pergunto, crédito ?
Então o
Grande Ser determinou-se a contar ao homem a realidade do outro mundo
; e enquanto girava na extremidade da vara de cabeça para
baixo, repetiu uma estrofe :
Claros
aos olhos ambos seguem Sol e Lua
Altos
nos céus percorrendo seus caminhos.
Como
as pessoas os chamam no mundo de baixo ?
São
deste mundo ou de outro , diga !
O caçador
repetiu uma estrofe :
Claros
aos olhos ambos seguem Sol e Lua
Altos
nos céus percorrendo seus caminhos.
Eles
não são parte deste nosso mundo de baixo,
Mas
de outro : isto as pessoas dizem.
Então o
Grande Ser disse a ele :
Então
eles estão errados, eles mentem quem tal coisa diz ;
Sem
qualquer razão, quem diz este mundo pode trazer
Apenas o
fruto do caminho bom ou mal.
Ou
quem declara fazer oferta tolice.
Enquanto o Grande
Ser falava, o caçador ponderou e depois repetiu um par de
estrofes :
É
verdade o quê disseste :
Como pode
alguém dizer que ofertas não trazem nenhum fruto ?
Que
aqui colhe-se o fruto do caminho mal
Ou do
bom ; que ofertar é tolice ?
Como devo
agir, o quê fazer, que caminho santo
Devo
seguir, pavão real, Ó diga!
Que tipo
de virtude ascética – fale,
Para me
salvar de afundar no ínfero !
O Grande Ser
pensou, quando escutou isto, “S'eu resolver este problema para
ele, o mundo vai parecer todo vazio e vão. Direi a ele desta
vez a natureza dos brahmins ascetas e santos.” Com esta intenção
ele repetiu duas estrofes :
Aqueles
na terra, que guardam os votos ascéticos,
Em
hábito amarelo, sem dormir em casa,
Que
caminham desde cedo para conseguir alimento,
Não
à tarde : estes homens são bons.
[
n. do tr. : comer à tarde é estritamente proibido
entre os Irmãos . ]
Visitar
na estação tais bons homens como estes,
E
questionar qualquer um te agradará :
Eles
te explicarão o assunto, pois eles sabem,
Sobre
o outro mundo e este debaixo.
Assim falando,
ele aterrorizou o homem com o medo do ínfero. O outro
atingiu ao estado perfeito de pacceka Bodhisatva ; pois ele vivia com
este pensamento no ponto de amadurecer, como um broto de lótus
maduro procurando o toque dos raios do Sol. Quando o caçador
escutou este discurso, de pé como estava, ele entendeu tudo em
um momento, as partes constituintes das coisas existentes, apreendeu
suas três propriedades [ impermanência, sofrimento e não
realidade ; anicca, dukkha, anatta ] e penetrou no conhecimento de um
Pacceka Budha. Esta compreensão dele e a libertação
do Grande Ser d'armadilha, vieram ambas em um mesmo instante. O
Pacceka Buddha, tendo aniquilado suas luxúrias e desejos,
estando no limite extremo da existência [ i.e. no ponto de
entrar em Nirvana ], pronunciou sua aspiração nesta
estrofe :
Como a
serpente solta sua pele seca,
Àrvore
suas folhas murchas quando as verdes brotam :
Assim
renuncio minha atividade de caçador neste dia,
Abandono
para sempre arte de caçar.
Tendo
pronunciado esta aspiração sublime, elepensou,”Justo
agora fui liberto dos laços do pecado ; mas em casa tenho
muitos pássaros presos em gaiolas e como agora os libertarei
?” Então perguntou ao Grande Ser : “Rei Pavão, há
muitos pássaros que deixei presos em casa, comoposso os
libertar ?” Bem, o Bodhisatva, que era omnisciente, tem mais
compreensãodos caminhos e meios que um Pacceka Buddha ; daí
ele respondeu, “Como você quebrou o poder da luxúria e
penetru o conhecimento de um Pacceka Buddha, nesta base faça
um Ato de Verdade e em toda a Índia não haverá
criaturas presas em laços.” O outro então, entrando
pela porta que o Bodhisatva assim lhe abriu, repetiu esta estrofe
fazendo um Ato de Verdade :
Todas
minhas aves empenadas que prendo,
Centenas
e centenas, confinadas em minha casa,
Para
todos eles dou suas vidas ho-je,
E
liberdade : que voem para casa.
Então
através deste Ato de Verdade, apesar de tardio, foram todos
libertos de confinamento e piando felizes foram para suas casas em
seus próprios lugares. No mesmo momento através de toda
a Índia todas as criaturas amarradasforam libertas e nenhuma
foi deixada em cativeiro, nem mesmo um gato. O Pacceka Buddha
levantou sua mão e esfregou sua testa : imediatamente a marca
de família desapareceu e a marca da religiosidade apareceu em
seu lugar. Ele então, como um Ancião de sessenta anos,
inteiramente vestido, carergando as oito coisas necessárias [
tigela, três roupas, cinto, navalha, agulha e filtro : os oito
requisitos ], fez uma reverência de obediência ao Pavão
real e andando ao redor dele em sentido horário, elevou-se nos
ares e foi embora para a caverna no pico do Monte Nanda. O Pavão
também, levantando-se d'armadilha, tomou seu alimento e partiu
para o lugar em que vivia.
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A última
estrofe foi repetida pelo Mestre, contando como por sete anos a
caçador saia com armadilha na mão e foi então
liberto da dor pelo rei Pavão :
O
caçador atravessou toda a floresta
Para
pegar o senhor dos pavões, armadilha na mão.
O
glorioso senhor dos pavões ele libertou
Da
dor, assim que foi pego, como eu.
Terminando este
discurso, o Mestre declarou as Verdades : agora na conclusão
das Verdades, o Irmão relapso atingiu a santidade : então
ele identificou o Jataka dizendo, “Naquele tempo eu era o rei
Pavão.”
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