quarta-feira, 7 de agosto de 2013

464 Mulheres e homens


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Mais uma história das várias contadas pelos pássaros no Jataka 536 seguindo as do 327, 341, 360.
Certa vez Brahmadatra matou o rei de Kosala e tomou seu reino. Levando sua rainha principal, que estava grávida com criança no útero, voltou para Benares e apesar de saber de sua condição, fez sua sua rainha também. Quando chegou o tempo, ela deu à luz um filho semelhante a uma imagem dourada. E a rainha pensou, “Quando ele crescer o rei de Benares dirá, 'Ele é filho do meu inimigo : o que ele é para mim ?' e o mandará matar. Não, que meu filho não morra pelas mãos de um inimigo.” Então disse à babá dele, “Cubra esta criança, minha cara, com farrapos e o deixe na capela mortuária.” A babá fez isto e após se banhar voltou para casa. O rei de Kosala também após sua morte nasceu na forma de um anjo guardião do garoto e por seu poder divino uma cabra pertencente a um pastor de cabras que deixava seu rebanho pastar neste lugar, vendo o garoto concebeu afeição por ele e após dar a ele leite para mamar, pastou um pouco e voltou duas, três ou quatro vezes e dava a ele de mamar. O pastor de cabras, vendo o quê a cabra fazia, veio até o lugar e quando viu o garoto também dele se afeiçoou e o levou para sua esposa. Bem, ela não tinha filhos e portanto não tinha leite para dar. Então a cabra continuou a dar de mamar. A partir daquele dia dois ou três bodes passaram a morrer todo dia. O pastor de cabras pensou, “Se este garoto continuar a ser cuidado por nós, todos os bodes morrerão. O que é ele para nós?” Então o depositou numa urna de argila, cobrindo-o com outra e ungiu sua face toda, sem deixar nenhum pedaço, com farinha de feijões e o largou no rio. A criança foi levada pela corrente e foi encontrada na margem mais baixa próxima do palácio do rei por um casta baixa consertador de lixo velho, que lá estava com sua esposa, lavando o rosto. Ele correu apressado e retirou o vaso d'água e o deixou na margem. “O quê temos aqui ?” ele pensou e des-cobrindo a urna encontrou a criança. Sua esposa também era sem filhos e também se afeiçoou dele. Então ela o levou para casa e cuidou dele. Quando ele estava com sete ou oito anos de idade, seu pai e mãe o levavam com eles quando iam ao palácio. Quando estava com dezesseis anos, o rapaz frequentemente ia ao palácio para pegar coisas velhas para consertar. E o rei e a rainha tinham uma filha chamada Kurangavi, uma garota de beleza extraordinária. No momento que colocou os olhos nele ela caiu apaixonada pelo jovem e sem ligar para mais ninguém ela constantemente ia para o lugar onde ele trabalhava. A partir de repetidamente verem um ao outro, ficaram mutuamente enamorados e secretamente dentro dos recintos reais relações culpáveis foram estabelecidas. Com o passar do tempo os empregados contaram ao rei. Em sua cólera ele chamou seus conselheiros e disse, “Tais e tais atos foram cometidos por este sujeito de casta baixa : considerem o quê deve ser feito com ele.” Seus conselheiros responderam : “Grande é esta ofensa ; depois de puní-lo com todo tipo de punição devemos matá-lo.” Neste momento o pai do garoto ( o rei de Kosala ), que tornara-se seu anjo da guarda, apossou-se do corpo da mãe do rapaz e sob a influência do ser divino ela se aproximou do rei e disse, “Senhor, este jovem não é nenhum casta baixa. Ele é meu filho com o rei de Kosala. Quando disse que o menino morreu, menti para você. Sabendo ser a criança filho do seu inimigo eu o dei a uma babá e ela o expôs no cemitério. Então um pastor de cabras cuidou dele mas quando os bodes começaram a morrer, ele o colocou no rio e sendo transportado para cá pela corrente foi encontrado pelo casta baixa que conserta lixo velho no palácio e o abrigou e se não acredita em mim, chame todas estas pessoas e pergunte a eles.” O rei chamou todos eles, começando pela babá e percebendo pelo inquérito que os fatos eram os apresentados, ficou deliciado de saber que o jovem era de nasciemnto nobre e dando ordens para que ele tomasse banho e colocasse roupa esplêndida, deu-o em casamento à sua filha. Bem, por ter causado a morte dos bodes eles o chamaram Elakamara ( perdição dos bodes ). O rei depois designou a ele um transporte e um exército e o enviou, dizendo, “Vá e tome posse do reino que era de teu pai.” Assim ele partiu com Kurangavi e foi estabelecido no trono. Então o rei de Benares pensou, “Ele é bastante mal educado,” e para instruí-lo nas artes enviou Chalangakumara para ser seu professor. Aceitando-o como professor deua ele o posto de comandante em chefe. Logo Kurangavi peca com ele. E o comandante em chefe tendo um atendente chamado Dhanantevasi e ele enviou pelas mãos deste roupas e outros adornos para Kurangavi e ela também peca com este. Tão viciadas e imorais são as mulheres fracas e portanto não as louvo. Isto o Grande Ser ensinou contando uma história do passado pois naquele tempo ele era Chalangakumara e portanto o incidente relatado foi assistido com seus próprios olhos.

Outra história. Certa vez o rei de Kosala tomou o reino de Benares e fez a rainha principal, que estava grávida, sua rainha e então voltou para sua própria cidade. Logo ela deu à luz um filho. O rei, porque não tinha nenhum filho seu, orgulhosamente cuidou do menino e o fez ser instruído em toda aprendizagem e quando estava na idade o enviou mandando que tomasse posse do reino que fora de seu pai. Ele foi e reinou lá. Então sua mãe dizendo que tinha saudades de ver seu filho pediu licença ao rei de Kosala e partindo para Benares com um séquito grande e fez estadia em uma cidade que estava entre os dois reinos. Neste lugar morava um belo jovem brahmin chamado Pañcalacanda. Ele trouxe para ela um presente. Vendo-o, ela caiu de paixão e prevaricou com ele. Após passar alguns dias lá, ela foi para Benares e viu seu filho. Retornando ela fez estadia na mesma cidade e após passar vários dias em intercurso culpável com seu amante, partiu para a cidade de Kosala. Logo depois, dando esta ou aquela razão para visitar seu filho, pediu licença ao rei e indo e voltando permaneceu quinze dias na mesma vila, prevaricando com seu amante. Tão fracas e falsas, Sampunnamukha, são as mulheres. E contando esta história do passado ele começou com estas palavras, “Do mesmo jeito é este conto.”
Com isto, em uma variedade de modos exibindo o encanto com o qual prega a Lei, ele disse, “Amigo Punnamukha, existem quatro coisas que, se certas circunstâncias surgem, se mostram injuriosas – estas, digo, não devem ser depositadas na casa do vizinho doméstico – um boi, uma vaca, uma carruagem, uma esposa. Destas quatro coisas um sábio deve manter sua casa limpa :

Boi, vaca, nem carro para vizinhos emprestar,
Nem confiar uma esposa à casa de amigo :
O boi mata-se de trabalhar.
A vaca é ordenhada em excesso,
A esposa na casa de amigos erra.

Estas são seis coisas, amigo Punnamukha, que sob certas circunstâncias se mostram injuriosas - um arco sem sua corda, uma esposa vivendo na casa de amigo, um barco, um carro com eixo quebrado, um amigo ausente, um camarada mau, sob certas circunstâncias se mostram injuriosos. Verdadeiramente em oito modos, amigo Punnamukha, uma mulher despreza seu esposo : por pobreza, por doença, por velhice, por bebedeira, por estupidez, por falta de cuidado, por fazer todo tipo de negócio, por negligenciar todo dever para com ela – verdadeiramente, nestes oito casos uma esposa despreza seu senhor. Daí acontece este verso :

Se pobre ou doente, bêbado, de pensar imprudente,
Se estúpido ou se cuida demais do trabalho,
Ou descuidando do dever – tal senhor a esposa estima como nada.

Verdadeiramente de nove modos uma mulher incorre em culpa : se gosta de frequentar parques, jardins e margens de rios, de visitar casas de conhecidos ou de estranhos, se é dada a vestir adornso de roupas usadas por homens, se bebe bebida forte, de se destacar, ou de ficar em pé na porta - nestes nove modos, digo, uma mulher incorre em culpa. Daí o seguinte verso :

Uma mulher vestida em roupas vistosas, bebendo gole, apta a vagar
Em parques agradáveis, em margens de rios, em casas de amigos ou estranhos
Parada em pé na própria porta, contemplando com olhar vadio,
Em tais noves modos corrompe-se logo, extravia-se do caminho da virtude.

  

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