A cidade de Kapilavastu, de nascimento de Buddha, retratada na pedra de Sanchi em suas colunas de tradição hanayana e portanto com a representação do Mestre enquanto árvore ou na cankrama, uma trave, que representa a escada que fez ligando céu e terra quando depois de sete anos voltou para ela, Kapilavastu. Na primeira se vê o carro vazio e o cavalo também saindo da cidade na grande renúncia e o povo junto de coração, sabendo do sacrifício e em baixo já depois do retorno escutando o Dharma. Na segunda Mahamaya lá no alto e o Elefante da Concepção. Embaixo o rei e a corte saindo para ver a cankrama, a escada em representação reta horizontal ; nota-se as mãos postas.
465
“Quem és
tu... etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia
em Jetavana sobre fazer o bem aos amigos e parentes. Em Savatthi na
casa de Anathapindika havia sempre comida inesgotável para os
quinhentos Irmãos e o mesmo acontecia com Visakha e com o rei
de Kosala. Mas no palácio do rei, apesar de várias e
boas as porções dadas, ninguém era amigo dos
Irmãos. O resultado era que nunca ninguém comia no
palácio mas pegavam a comida e saiam para comer na casa de
Anathapindika ou Visakha ou algum outro dos amigos verdadeiros.
Um dia o rei
disse, “Um presente foi trazido : leve-o aos Irmãos,” e
enviou para o refeitório. Trouxeram a resposta que não
havia nenhum Irmão no refeitório. “Onde eles foram
?” ele perguntou. Eles estão sentados nas casas dos amigos
comendo, foi a réplica. O rei então após sua
refeição matinal veio para a presença do Mestre
e questionou-o, “Bom Senhor, qual é o melhor tipo de comida
?” “A comida da amizade é a melhor, grande rei,” disse
ele ; “mesmo mingau de arroz azedo dado com amizade torna-se doce.”
“Bem, Senhor, e com quem os Irmãos encontram amizade ?”
“Com seus semelhantes, grande rei, ou com as famílias
Sakya.” O rei então pensou, e se ele fizesse uma garota
Sakya sua rainha : então os Irmãos seriam seus amigos,
como se fossem parentes.
Levantando-se
do assento, retornou para o palácio e mandou uma mensagem para
Kapilavasthu ( quartel general do clã Sakya e lugar de
nascimento do Buddha ) com este conteúdo : “Por favor me
dêem uma de suas filhas em casamento, pois desejo me tornar
ligado a sua família.” Ao receber tal mensagem os Sakyas
reuniram-se e deliberaram. “Vivemos em um lugar sujeito à
autoridade do rei de Kosala ; se recusarmos uma filha ele ficará
muito irado e se dermos, o costume de nosso clã será
quebrado. O quê faremos ?” Então Mahanama (
príncipe Sakya ) disse a eles, “não se preocupem com
isto. Tenho uma filha, chamada Vasabhakhattiya. Sua mãe é
uma mulher escrava, chamada Nagamunda ; ela tem em torno de dezesseis
anos, é de grande beleza e de aparência auspiciosa e
nobre pelo lado do pai. Enviaremos ela, como a garota de nascimento
nobre.” Os Sakyas concordaram e enviaram os mensageiros dizendo
que gostariam de dar uma filha do clã e que eles deviam
leva-la logo. Mas os mensageiros refletiram, “Estes Sakyas são
encarniçadamente orgulhosos em matéria de nascimento.
Suponhamos que mandem uma garota que não seja deles e digam
que seja ? Não levaremos nenhuma a não ser que faça
a refeição com eles.” Então eles
responderam, “Levaremos ela mas a levaremos enquanto se alimenta
com vocês.”
Os
Sakyas designaram uma hospedagem para os mensageiros e então
cogitaram o quê fazer. Mahanama disse : “Bem, não se
preocupem com isto ; darei um jeito. Durante minha refeição
tragam Vasabhakhattiya vestida com todos seus ornamentos ; então
justo quando eu tiver comido um bocado, produzam uma carta e digam,
Meu senhor, tal rei o envia uma carta ; por favor escute está
mensagem imediatamente.”
Eles
concordaram ; e enquanto ele tomava sua refeição,
vestiram e adornaram a garota. “Tragam minha filha,” disse
Mahanama, “e deixe-a comer comigo.” “Um momento,” eles
disseram, “assim que ela estiver apropriadamente adornada,” e
após pouco tempo a trouxeram para dentro. Esperando comer com
seu pai, ela mergulhou sua mão no mesmo prato. Mahanama pegou
um bocado com ela e o colocou em sua boca ; mas justo quando ele
esticava sua mão para outro, trouxeram para ele uma carta,
dizendo, “Meu senhor, tal rei o envia uma carta : por favor escute
a mensagem imediatamente.” Disse Mahanama, “Continue com sua
refeição, minha querida,” e segurando sua mão
direita no prato, com sua esquerda pegou a carta e a leu. Enquanto
ele examinava a mensagem a garota continuou comendo. Quando ela já
tinha comido, ele lavou a mão e enxaguou a boca. Os
mensageiros ficaram firmemente convencidos de que ela era sua filha,
pois não adivinharam o segredo.
Então
Mahanama enviou sua filha com grande pompa. Os mensageiros a
trouxeram para Savatthi e disseram que a donzela era verdadeiramente
filha nascida de Mahanama. O rei ficou agraciado e fez com que toda
a cidade fosse decorada e a colocou sobre uma pilha de tesouros e
através de uma aspersão cerimonial fez dela sua rainha.
Ela era cara ao rei e amada.
Em
pouco tempo a rainha concebeu e o rei fez com que se desse o
tratamento próprio de costume ; e no final do décimo
mês, ela deu à luz um filho cuja cor era marrom
dourado. No dia do seu batismo, o rei mandou uma mensagem à
sua avó, dizendo “Um filho nasceu de Vasabhakhattiya, filha
do rei Sakya ; qual será o nome dele ?” Bem, o cortesão
encarregado desta mensagem era ligeiramente surdo ; mas foi e falou à
avó do rei. Quando ela escutou, disse, “Mesmo quando
Vasabhakhattiya não gerara um filho, era mais cara que todo o
mundo ; e agora será a mais amada ( Vallabha ) do rei.” O
homem surdo não escutou a palavra “mais amada” certo mas
pensou que ela dissera “Vidudabha” ; voltou então ao rei
e disse para nomear príncipe Vidudabha. Este, o rei pensou,
deve ser algum nome antigo da família e assim chamou-o
Vidudabha.
Após
o quê o príncipe cresceu sendo tratado como príncipe
deve ser.
Quando
estava na idade de sete anos, observando como os outros príncipes
recebiam presentes de elefantes de brinquedos, cavalos e outros
brinquedos, das famílias dos pais de suas mães, o
garoto disse à sua mãe, “Mãe, os outros ganham
presentes das famílias das mães deles mas da minha
nenhum manda nada. Você é orfã ?” Ela
respondeu então, “Meu filho, seus avós são
reis Sakyas mas vivem fora e é por isto que não enviam
nada.” Novamente quando ele tinha dezesseis, disse, “Mãe,
quero conhecer a família de seu pai.” “Não fale
isto, criança, ” ela disse. “O quê você fará
quando lá chegar ?” Mas apesar dela dissuadi-lo ele pedia
repetidamente. Por fim sua mãe disse, “Bem, vá
então.” Assim o garoto obteve o consentimento do pai e
partiu com um número de seguidores. Vasabhakhattiya mandou
uma carta antes dele com o seguinte conteúdo : “Vivo aqui
feliz ; não digam a ele nada sobre o segredo.” Mas os
Sakyas, escutando sobre a vinda de Vidudabha, mandaram todas as sua
crianças para o campo. “É impossível,”
disseram, “recebê-lo com respeito.”
Quando o
Príncipe chegou em Kapilavasthu, os Sakyas haviam se reunido
numa casa de descanso real. O Príncipe aproximou-se da casa
de descanso e esperou. Então disseram a ele, “Este é
o pai de sua mãe e este é o irmão dela,”
indicando-os. Ele dirigiu-se para um e outro, saudando-os. Contudo
apesar de se inclinar diante deles até as costas doerem,
nenhum outorgou uma saudação ; então ele
perguntou, “Por quê nenhum de vocês me cumprimenta ?”
Os Sakyas responderam, “Meu caro, os jovens príncipes estão
todos no campo ;” e então o entreteram com excelência.
Após
permanecer alguns dias, ele partiu para casa com todo seu séquito.
Justo então uma escrava lavava o assento em que ele tinha
usado na hospedagem com água alcalina, dizendo
insultuosamente, “Aqui está o assento onde sentou o filho de
Vasabhakhattiya a garota escrava !” Um homem que deixara sua
lança para trás e estava recolhendo-a quando escutou o
abuso ao Príncipe Vidudabha. Ele questionou o quê aquilo
significava. A ele foi dito que Vasabhakhatthiya nasceu de uma
escrava de Mahanama o Sakya. Ele contou isto aos soldados : um
grande alvoroço levantou-se , todos gritando -
“Vasabhakhattiya é filha de escrava, assim eles falam !”
O Príncipe escutou isto. “Sim,” ele pensou, “deixe-os
derramar água alcalina no assento que sentei para lavá-lo
! Quando for rei, lavarei o lugar com sangue do coração
deles !”
Quando
ele voltou para Savatthi, os cortesãos contaram toda a
história para o rei. O rei ficou irado com os Sakyas por
terem dado a ele uma esposa filha de escrava. Cortou toda a renda
dada a Vasabhakhattiya e seu filho e deu a eles somente o quê é
próprio ser dado a escravos e escravas.
Alguns
poucos dias mais tarde o Mestre chegou no palácio e tomou
assento. O rei se aproximou dele e com uma saudação
disse, “Senhor, me disseram que seus parentes me deram para esposa
uma filha de escrava. Cortei seus estipêndios, da mãe e
do filho, e dei a eles apenas o quê os escravos ganham.”
Disse o Mestre : “Os Sakyas fizeram errado, Ó grande rei !
Se eles deram alguém, deviam dar uma garota com o sangue
deles mesmos. Mas, Ó rei, isto eu digo : Vasabhakhattiya é
uma filha de rei e na casa de um rei nobre ela recebeu a aspersão
cerimonial ; Vidudabha também foi gerado por um nobre rei.
Sábios antigos disseram, que importa a nascimento da mãe
? O nascimento do pai é a medida : e a uma pobre esposa, uma
catadora de gravetos, eles deram posição de rainha ; e
o filho nascido dela obteve a soberania de Benares, numa extensão
de doze léguas e tornou-se Rei Katha-Vahana, o Transportador
de Lenha :” depois do que contou a ele a história do
Jataka n.º 7.
Quando o
rei escutou esta história, ficou agraciado ; a dizendo a si
mesmo, “O nascimento do pai é a medida da pessoa,” ele
novamente deu à mãe e filho o tratamento adequado a
eles.
O
comandante em chefe do rei era um homem chamado Bandhula. Sua esposa,
Mallika, estava estéril e ele a mandou para Kusinara, dizendo
que retornasse para sua própria família. “Irei,”
disse ela, “depois que tiver saudado o
Mestre.” Ela foi à Jetavana e cumprimentando o Tathagata
esperou em um dos lados. “Para onde vais ?” ele perguntou. Ela
respondeu. “Meu marido me mandou para casa, Senhor.” “Por quê
?” questionou o Mestre. “Estou estéril, Senhor, não
tenho filhos.” “Se isto é tudo,” disse ele, “não
há razão porque devas ir. Retorne.” Ela ficou muito
agraciada e saudando o Mestre foi para casa novamente. Seu marido
perguntou à ela porque voltava. Ela respondeu, “O Dasabala
me mandou voltar, meu senhor.” “Então,” disse o
comandante em chefe, “o Tathagata deve ter visto uma boa razão.”
A mulher logo depois concebeu e quando seus desejos começaram,
disse a ele. “Qual é seu desejo ?” ele perguntou. “Meu
senhor,” ela disse, “desejo ir e me banhar e beber d'água
do tanque da Cidade de Vesali onde as famílias dos reis pegam
água para a aspersão cerimonial.” O comandante em
chefe prometeu tentar. Pegando seu arco, forte qual mil arcos,
colocou sua esposa na carruagem, deixou Savatthi e dirigiu sua
carruagem para Vesali.
Bem,
nesta época vivia junto ao portão um Licchavi chamado
Mahali, que fora educado pelo mesmo professor que o general do rei
dos Kosalas, Bandhula. Este homem era cego e costumava aconselhar os
Licchavis em todos os assuntos temporais e espirituais. Ouvindo o
tropel da carruagem enquanto atravessava o lumiar do portão,
ele disse, “O barulho da carruagem de Bandhula, o Mallian! Este
dia haverá medo entre os Licchavis !” Junto ao tanque
havia estabelecida uma forte guarda, dentro e fora ; acima dele
estava esticada uma rede de aço ; nem mesmo um pássaro
encontraria espaço para entrar. Mas o general, desmontando de
seu carro, colocou os guardas em fuga com golpes de espada e irrompeu
através da rede de ferro e no tanque banhou sua esposa e deu
a ela de beber d'água ; então após banhar-se,
ele colocou Mallika na carruagem e deixou a cidade e voltou pelo
caminho que veio.
Os
guardas foram e contaram tudo aos Licchavis. Os reis dos Licchavis
então ficaram irados ; e quinhentos deles, montados em
quinhentos carros, partiram para capturar Bandhula o Mallian. Eles
informaram Mahali disto e ele disse, “Não vão ! Pois
ele matará a todos vocês.” Mas eles disseram, “Não
; nós iremos.” “Então se chegarem num lugar onde a
roda afunde até o eixo, vocês devem retornar. Se não
retornarem então, voltem no lugar em que vocês
escutarem um barulho de trovão. Se então vocês
não voltarem, voltem então quando vocês virem um
buraco na frente de suas carruagens. Não sigam adiante ! “
Mas eles não voltaram de acordo com a palavra dele mas
continuaram a perseguição mais e mais. Mallika os
espreitava então e disse, “Meu senhor, vejo carruagens.”
“Me diga,” disse ele, “quando eles todos parecerem uma só
carruagem.” Quando eles todos em linha pareciam uma só, ela
disse, “Meu senhor, vejo como se fosse apenas uma carruagem.”
“pegue as rédeas, então,” disse ele e colocou as
rédeas nas mãos dela : ele ficou de pé na
carruagem e esticou seu arco. A roda da carroça afundou na
terra até o eixo. Os Licchavis chegaram no local e viram isto,
mas não voltaram. O outro então seguiu mais um pouco e
tangiu a corda de seu arco ; então se fez o som de um trovão
e mesmo assim eles não voltaram mas continuaram a perseguição.
Bandhula de pé no carro e soltou uma flecha e ela cortou as
direções de todas as quinhentas carruagens e passando
direto pelos quinhentos reis no lugar em que o cinto é
amarrado, depois afundou-se na terra. Eles não percebendo que
estavam feridos continuaram perseguindo gritando, “Pare, alô,
pare !” Bandhula parou seu carro e disse, “Vocês estão
mortos ; não lutarei com mortos.” “O quê ?” eles
disseram, “mortos, como agora estamos ?” “Solte o cinto do
primeiro homem,” disse Bandhula. Eles soltaram o cinto dele e no
mesmo instante que o cinto soltou, ele caiu morto. Então
falou para eles, “Todos vocês estão na mesma condição
: vão para casa e estabeleçam o que deve ser
estabelecido e deem ordens às esposas e às familias e
então tirem a armadura.” Eles fizeram isto e depois todos
entregaram os espíritos.
E
Bandhula levou Mallika para Savatthi. Ela deu à luz filhos
gêmeos dezesseis vezes sucessivamente e eles eram toos homens
poderosos e heróis e tornaram-se perfeitos em todos os tipos
de realizações. Cada um deles tinha mil homens para
ajudá-lo e quando iam com seu pai para atender o rei, apenas
eles enchiam a corte do palácio até o limite.
Um
dia allguns homens que foram derrotados na corte em um falso
processo, vendo Bandhula se aproximar, levantaram um grande clamor e
informaram-no que os juízes da corte sustentaram um falso
processo. Então Bandhula entrou na corte e julgou o caso e
deu a cada uma das pessoas o quê era dela. A multidão
deu altos gritos de aplauso. O rei perguntou o quê significava
aquilo e entendendo ficou bastante satisfeito ; todos aqueles
funcionários ele mandou embora e deu a Bandhula o encargo de
julgamento da corte e daí em diante ele julgava retamente. Os
juízes anteriores então ficaram pobres porque não
recebiam mais subornos e caluniaram Bandhula aos ouvidos do rei,
acusando-o de almejar o reino para ele mesmo. O rei escutou as
palavras deles e não pode controlar suas suspeitas. “Mas,”
refletiu, “se ele for assassinado aqui, serei acusado de culpa.”
Ele subornou alguns homens para saquear os distritos da fronteira ;
enviando então Bandhula disse, “As fronteiras estão
em chamas ; vá com seus filhos e capture os bandidos.” Com
ele também enviou outros homens hábeis, poderosos
homens de guerra, com instruções de matá-lo e a
seus trinta e dois filhos, cortar as cabeças deles e trazê-las
de volta.
Enquanto
ele estava no caminho, os bandidos contratados tendo notícias
da vinda do general, fugiram. Ele estabeleceu o povo daquele
distrito em suas casas e aquietou a província e dirigiu-se
para casa. Então quando estava não distante da cidade ,
aqueles guerreiros cortaram a cabeça dele e as de seus filhos.
Naquele
dia Mallika enviou um convite para os dois discípulos chefes
junto com quinhentos Irmãos. Cedo de manhã uma carta
foi trazida para ela, com novidades que seu marido e filhos perderam
as cabeças. Quando ela escutou isto, sem falar com ninguém,
ele pregou a carta em seu vestido e esperou a companhia dos Irmãos.
Seus empregados davam arroz para os Irmãos, quando trazendo
uma tigela de ghee aconteceu de quebrarem a tigela justo em frente
dos Anciãos. Então o Capitão da Fé
disse, “Potes são feitos para quebrar ; não se
preocupe com isto.” A senhora tirou a carta da dobra do seu
vestido dizendo, “Aqui tenho uma carta me informando que meu marido
e seus trinta e dois filhos foram decapitados. Se não me
preocupo com isto, voume preocupar quando uma tigela quebra ?” O
Capitão da Fé então iniciou, “Invisível,
desconhecida” ( Sutta Nipata 574 : Invisível, desconhecida é
a vida das pessoas aqui debaixo” etc. Sallasuta. ) e então
levantando-se de sua cadeira pronunciou um discurso e foi para casa.
Ela reuniu suas trinta e duas noras e disse a elas, “Seus maridos
apesar de inocentes colheram os frutos de seus atos passados. Não
se lamentem nem cometam um pecado d'alma pior ainda mesmo que o do
rei.” Este foi o conselho dela. Os espiões do rei escutando
esta fala disseram a ele que elas não estavam enraivecidas.
Então o rei ficou triste, foi à casa dela e pediu o
perdão de Mallika e de seus noras, oferecendo um dom. Ela
respondeu, “Nós aceitamos.” Ela dispôs a festa
fúnebre, se banhou e então foi para junto do rei . “Meu
senhor,” ela disse, “me concedeste um dom. Nada quero a não
ser isto, que me permitas e as minhas trinta e duas noras que
retornemos para nossas casas.” O rei consentiu. Cada uma das
trinta e duas esposas dos filhos, ela enviou de volta para casa e ela
mesma retornou para a casa de sua família em Kusinara. E o
rei deu o posto de comandante em chefe para Digha-karayana, filho de
uma irmã do general Bandhula. Mas ele ficou culpando o rei e
dizendo, “Ele assassinou meu tio.”
Para
sempre após o assassinato do inocente Bandhula o rei foi
devorado por remorso e não teve paz na mente, não
sentindo mais alegria em ser rei. Naquele tempo o Mestre morava
próximo à cidade rural dos Sakyas chamada Ulumpa. Para
lá se dirigiu o rei, acampando não distante do parque e
com uns poucos ajudantes até o mosteiro para saudar o Mestre.
Os cinco símbolos da realeza ele entregou a Karayana e
sozinho entrou na Câmara Perfumada. Tudoo quê segue deve
ser descrito como no Dhammacetiya Sutta. Quando ele entrou na Câmara
Perfumada, Karayana tomou aqueles símbolos da realeza e fez
Vidudabha rei ; e deixando para o rei apenas um cavalo e uma
empregada, foi para Savatthi.
Após
uma conversa agradável com o Mestre, o rei ao retornar não
viu nenhum exército. Ele perguntou à mulher e entendeu
o quê acontecera. Partiu então para a cidade de
Rajagaha, resolvido a levar seu sobrinho consigo e capturar
Vidudabha. Era tarde quando ele chegou na cidade e os portões
estavam fechados : e deitando em um abrigo, exausto com a exposição
ao vento e ao sol, lá morreu.
Quando
a noite passou a crescer em brilho,a mulher começou a chorar,
“Meu senhor, o rei de Kosala precisa de ajuda !” O som foi
ouvido e as notícias chegaram até o rei. Ele realizou
as exéquias de seu tio com grande magnificência.
Vidudabha
uma vez firmemente estabelecido no trono lembrou-se daquele seu
ressentimento e determinou a destruição de todos os
Sakyas ; para a finalidade do que partiu com um largo exército.
Naquele dia àurora o Mestre, olhando sobre o mundo, viu a
destruição ameaçando seus parentes. “Devo
ajudar meus parentes,” pensou ele. De manhã saiu em busca
de ofertas e depois de voltar de sua refeição deitou na
postura leonina em sua Câmara Perfumada e à noite,
passando pelos ares até um lugar próximo a Kapilavastu
sentou debaixo de um' árvore que produzia pouca sombra. Junto
daquele lugar, uma grande e pesada árvore banian estava nos
limites do reino de Vidudabha. Vidudabha vendo o Mestre, aproximou-se
e saudou-o, dizendo, “Por quê, Senhor, estais sentado debaixo
de um'árvore tão fina com todo este calor ? Senta
debaixo desta banian cheia de sombra, Senhor.” Ele respondeu,
“Deixa estar, Ó rei ! A sombra do meu clã me mantém
frio.” - “O Mestre,” pensou o outro, “deve ter vindo aqui
para proteger seus parentes.” Assim ele saudou-o e retornou para
Savatthi. E o Mestre levantando-se foi para Jetavana. Uma segunda vez
o rei lembrou-se do ressentimento contra os Sakyas, uma segunda vez
ele partiu e novamente viu o Mestre sentado no mesmo lugar então
de novo retornou. Uma quarta vez ele partiu ; e o Mestre, verificando
os atos anteriores dos Sakyas, percebeu que nada poderia afastar o
efeito de seus erros, ao jogarem veneno no rio ; assim ele não
foi para lá na quarta vez. Então rei Vidudabha matou
todos os Sakyas começando pelos bebês que mamam e com o
sangue do coração deles lavou o assento e retornou.
Um
depois depois que o Mestre tinha saído a terceira vez e
retornado, ele, tendo saído em suas coletas de ofertas e sua
refeição terminado, descansava em sua Câmara
Perfumada, os Irmãos reunidos de todas as direções
no Salão da Verdade e sentados, começaram a contar as
virtudes do Grande Ser : “Senhores, o Mestre apenas mostrou-se e
fez o rei voltar e libertou seu clã do medo da morte. Um
amigo precioso é o Mestre para seus parentes !” O mestre
entrou e perguntou o quê falavam lá sentados. Eles
disseram. Então ele disse, “Não apenas agora, Irmãos,
o Tathagata age para benefício de seus parentes ; ele fez o
mesmo muito tempo atrás.” Com estas palavras ele contou uma
história do passado.
___________________________
Certa
vez quando Brahmadatra legislava como rei de Benares e observava as
Dez Virtudes Reais, ele pensou consigo mesmo : “Por toda a Índia
os eis vivem em palácios suportados por muitas colunas. Não
há maravilha então em um palácio amparado por
muitas colunas ; mas e s'eu fizer um palácio com uma coluna
apenas de suporte ? Então serei o rei chefe de todos os reis
!” Então ele reuniu seus construtores e disse a eles para
construir para ele um palácio magnífico sustentado por
uma coluna. “Muito bem,” eles disseram e foram para a floresta.
Lá
viram muitas árvores, altas e grandes, válidas de serem
a coluna única de tal palácio. “Aqui estão
estas árvores,” eles disseram, “mas a estrada é
ruim e nunca conseguiremos transportá-las ; iremos ao rei
perguntá-lo sobre isto.” Quando fizeram isto, o rei disse,
“Seja como for vocês devem trazê-las e rapidamente.”
Mas eles responderam “Não há meios de fazer isto.”
“Então,” disse o rei, “procurem uma árvore no
meu parque.”
Os
construtores foram para o parque e lá viram uma senhora árvore
sal, alta e madura, venerada pelo campo e pela cidade e à ela
a família real também tinha o hábito de prestar
tributo e venerar ; e disseram ao rei. O rei falou, “No meu parque
vocês me encontraram um' árvore : bom – vão e
cortem-na.” “Assim seja,” eles disseram e retornaram ao
parque com as mãos cheias de grinaldas perfumadas e coisas
semelhantes ; pendurando nela então a guirlanda de cinco dedos
( Nota do tradutor W. H. D. Rouse, M.A., sometime fellow of Christ
College, Cambridge : o significado de gandhapañcangulikam
é incerto talvez uma guirlanda na qual os os brotos ou ramos
estão arranjados radiantes quais os dedos das mãos. Ver
Morris em J.P.T.S., 1884, s.v. Ver vol. i.p. 71 para leituras
diferentes ; mas esta gandhena pañcangulikam datva parece
antes significar 'fazendo tranças de cinco dedos com
essências.' A mão espalmada é em muitos lugares
um símbolo usado para evitar mal olhado. Em algumas cidades da
Índia está marcada nas paredes das casas ( North
Ind. N. and Q., i, 42 ) ; está gravada em tumbas fenícias
, veja aquelas na BnF em Paris, a vi em toda a parte na Síria,
nas casas dos Hebreus , Cristãos e Muçulmanos. ) e
cercando-a com uma corda, amarraram nela ramalhetes de flores e
acenderam uma lâmpada fizeram veneração
explanando : “No sétimo dia a partir de agora devemos cortar
esta árvore : tal é ordem do rei, que ponha ela abaixo.
Que as deidades que habitam nesta árvore vão para
outro lugar e que a culpa não caia em nós.”
O
deus que morava n'árvore escutando isto, pensou consigo mesmo
: “Estes construtores estão determinados a cortar abaixo
esta árvore e em destruir meu lugar de moradia. Bem, minha
vida dura tanto quanto este meu lugar de habitação. E
todas as jovens árvores sal que estão ao redor
desta, onde moram as deidades meus parentes, e eles são
muitos, serão destruídos. Minha própria
destruição não me atinge tão de perto
quanto a destruição de minhas crianças :
portanto devo proteger a vida delas.” De acordo com isto à
meia noite, adornado em esplendor divino, ele entrou na magnífica
câmara do rei e enchendo toda a câmara com brilho
radiante, ficou chorando ao lado do travesseiro do rei. À
vista dele o rei tomado de pavor, pronunciou a primeira estrofe :
Quem
és tu, pousado alto nos ares, envolto em vestes celestes :
De onde vem
teus temores, por quê fluem lágrimas que banham teus
olhos ?
Escutando
o quê o rei dos deuses repetiu duas estrofes :
Dentro de teu
domínio, Ó Rei, me conhecem como Árvore
Afortunada :
Por sessenta mil
anos estou aqui e todos me veneraram.
Apesar de muitas
casas e vilas fazerem e muitos reis residirem,
Ainda a mim nunca
molestaram, a mim nenhum dano trouxeram :
Então assim
como prestam veneração, também veneres, Ó
Rei !
Então
o rei repetiu duas estrofes :
Mas
outro tronco tão poderoso nunca vi antes,
Tão
firme na forma na altura e na largura, grossa e forte árvore.
Um
lugar amável construirei, uma coluna de suporte :
Lá
te colocarei para morar – tua vida não será curta.
Escutando isto o
rei dos deuses repetiu duas estrofes :
Já que tu
estás inclinado a arrancar meu corpo de mim, corte-me curto,
Corte-me
gradativamente, membro a membro, Ó Rei, não inteira.
Corte primeiro o
topo, o meio em seguida, e então por último, minha raiz
:
Se me cortares
assim, Ó Rei, morte não me será dolorosa.
O rei
então repetiu duas estrofes :
Primeiro mãos
e pés, depois nariz e orelhas, enquanto ainda vive a vítima,
E por último
de todos a cabeça deixa cair – isto dá uma morte
dolorosa.
Ó Árvore
Afortunada ! Ó rei da floresta ! Que prazer poderias sentir,
Por qual razão
desejas que te corte gradativamente ?
Então
a Árvore Afortunada respondeu repetindo duas estrofes :
A razão,
razão inteiramente nobre, porque gradativamente
Seria cortada,
Ó poderoso rei ! Venha escute enquanto falo.
Meus parentes e
amigos todos prósperos ao redor, crescem bem protegidos :
A estes esmagaria
em uma queda pesada, - grande seria a dor deles.
O rei
escutando isto, ficou muito feliz : “Este é um deus
valoroso,” pensou ele, “ele não quer que seus parentes
percam seus lugares de habitação porque ele perde o seu
; ele faz o bem para seu povo.” E repetiu a estrofe restante :
Ó
Árvore Afortunada ! Ó rei da floresta ! Teus
pensamentos são nobres :
Você
ampara teus parentes, então do temor te liberto.
O rei dos
deuses, tendo discursado para este rei, partiu em seguida. E o rei se
estabelecendo de acordo com seus mandamentos, fez ofertas e outras
boas ações, até que foi preencher as hostes
celestes.
________________________
O Mestre tendo
terminado o discurso disse : “Assim são, Irmãos, os
atos do Tathagata para o bem de seus parentes e amigos ;” e então
ele identificou o Jataka : “Naquele tempo Ananda era o rei, os
seguidores do Buddha eram as deidades encorporadas nas pequenas mudas
da árvores sal e eu mesmo era a Árvore
Afortunada, o rei dos deuses.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário