quinta-feira, 15 de agosto de 2013

465 Buddha Árvore



           A cidade de Kapilavastu, de nascimento de Buddha, retratada na pedra de Sanchi em suas colunas de tradição hanayana e portanto com a representação do Mestre enquanto árvore ou na cankrama, uma trave, que representa a escada que fez ligando céu e terra quando depois de sete anos voltou para ela, Kapilavastu. Na primeira se vê o carro vazio e o cavalo também saindo da cidade na grande renúncia e o povo junto de coração, sabendo do sacrifício e em baixo já depois do retorno escutando o Dharma. Na segunda Mahamaya lá no alto e o Elefante da Concepção. Embaixo o rei e a corte saindo para ver a cankrama, a escada em representação reta horizontal ; nota-se as mãos postas.

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Quem és tu... etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana sobre fazer o bem aos amigos e parentes. Em Savatthi na casa de Anathapindika havia sempre comida inesgotável para os quinhentos Irmãos e o mesmo acontecia com Visakha e com o rei de Kosala. Mas no palácio do rei, apesar de várias e boas as porções dadas, ninguém era amigo dos Irmãos. O resultado era que nunca ninguém comia no palácio mas pegavam a comida e saiam para comer na casa de Anathapindika ou Visakha ou algum outro dos amigos verdadeiros.
Um dia o rei disse, “Um presente foi trazido : leve-o aos Irmãos,” e enviou para o refeitório. Trouxeram a resposta que não havia nenhum Irmão no refeitório. “Onde eles foram ?” ele perguntou. Eles estão sentados nas casas dos amigos comendo, foi a réplica. O rei então após sua refeição matinal veio para a presença do Mestre e questionou-o, “Bom Senhor, qual é o melhor tipo de comida ?” “A comida da amizade é a melhor, grande rei,” disse ele ; “mesmo mingau de arroz azedo dado com amizade torna-se doce.” “Bem, Senhor, e com quem os Irmãos encontram amizade ?” “Com seus semelhantes, grande rei, ou com as famílias Sakya.” O rei então pensou, e se ele fizesse uma garota Sakya sua rainha : então os Irmãos seriam seus amigos, como se fossem parentes.
Levantando-se do assento, retornou para o palácio e mandou uma mensagem para Kapilavasthu ( quartel general do clã Sakya e lugar de nascimento do Buddha ) com este conteúdo : “Por favor me dêem uma de suas filhas em casamento, pois desejo me tornar ligado a sua família.” Ao receber tal mensagem os Sakyas reuniram-se e deliberaram. “Vivemos em um lugar sujeito à autoridade do rei de Kosala ; se recusarmos uma filha ele ficará muito irado e se dermos, o costume de nosso clã será quebrado. O quê faremos ?” Então Mahanama ( príncipe Sakya ) disse a eles, “não se preocupem com isto. Tenho uma filha, chamada Vasabhakhattiya. Sua mãe é uma mulher escrava, chamada Nagamunda ; ela tem em torno de dezesseis anos, é de grande beleza e de aparência auspiciosa e nobre pelo lado do pai. Enviaremos ela, como a garota de nascimento nobre.” Os Sakyas concordaram e enviaram os mensageiros dizendo que gostariam de dar uma filha do clã e que eles deviam leva-la logo. Mas os mensageiros refletiram, “Estes Sakyas são encarniçadamente orgulhosos em matéria de nascimento. Suponhamos que mandem uma garota que não seja deles e digam que seja ? Não levaremos nenhuma a não ser que faça a refeição com eles.” Então eles responderam, “Levaremos ela mas a levaremos enquanto se alimenta com vocês.”
Os Sakyas designaram uma hospedagem para os mensageiros e então cogitaram o quê fazer. Mahanama disse : “Bem, não se preocupem com isto ; darei um jeito. Durante minha refeição tragam Vasabhakhattiya vestida com todos seus ornamentos ; então justo quando eu tiver comido um bocado, produzam uma carta e digam, Meu senhor, tal rei o envia uma carta ; por favor escute está mensagem imediatamente.”
Eles concordaram ; e enquanto ele tomava sua refeição, vestiram e adornaram a garota. “Tragam minha filha,” disse Mahanama, “e deixe-a comer comigo.” “Um momento,” eles disseram, “assim que ela estiver apropriadamente adornada,” e após pouco tempo a trouxeram para dentro. Esperando comer com seu pai, ela mergulhou sua mão no mesmo prato. Mahanama pegou um bocado com ela e o colocou em sua boca ; mas justo quando ele esticava sua mão para outro, trouxeram para ele uma carta, dizendo, “Meu senhor, tal rei o envia uma carta : por favor escute a mensagem imediatamente.” Disse Mahanama, “Continue com sua refeição, minha querida,” e segurando sua mão direita no prato, com sua esquerda pegou a carta e a leu. Enquanto ele examinava a mensagem a garota continuou comendo. Quando ela já tinha comido, ele lavou a mão e enxaguou a boca. Os mensageiros ficaram firmemente convencidos de que ela era sua filha, pois não adivinharam o segredo.
Então Mahanama enviou sua filha com grande pompa. Os mensageiros a trouxeram para Savatthi e disseram que a donzela era verdadeiramente filha nascida de Mahanama. O rei ficou agraciado e fez com que toda a cidade fosse decorada e a colocou sobre uma pilha de tesouros e através de uma aspersão cerimonial fez dela sua rainha. Ela era cara ao rei e amada.
Em pouco tempo a rainha concebeu e o rei fez com que se desse o tratamento próprio de costume ; e no final do décimo mês, ela deu à luz um filho cuja cor era marrom dourado. No dia do seu batismo, o rei mandou uma mensagem à sua avó, dizendo “Um filho nasceu de Vasabhakhattiya, filha do rei Sakya ; qual será o nome dele ?” Bem, o cortesão encarregado desta mensagem era ligeiramente surdo ; mas foi e falou à avó do rei. Quando ela escutou, disse, “Mesmo quando Vasabhakhattiya não gerara um filho, era mais cara que todo o mundo ; e agora será a mais amada ( Vallabha ) do rei.” O homem surdo não escutou a palavra “mais amada” certo mas pensou que ela dissera “Vidudabha” ; voltou então ao rei e disse para nomear príncipe Vidudabha. Este, o rei pensou, deve ser algum nome antigo da família e assim chamou-o Vidudabha.
Após o quê o príncipe cresceu sendo tratado como príncipe deve ser.
Quando estava na idade de sete anos, observando como os outros príncipes recebiam presentes de elefantes de brinquedos, cavalos e outros brinquedos, das famílias dos pais de suas mães, o garoto disse à sua mãe, “Mãe, os outros ganham presentes das famílias das mães deles mas da minha nenhum manda nada. Você é orfã ?” Ela respondeu então, “Meu filho, seus avós são reis Sakyas mas vivem fora e é por isto que não enviam nada.” Novamente quando ele tinha dezesseis, disse, “Mãe, quero conhecer a família de seu pai.” “Não fale isto, criança, ” ela disse. “O quê você fará quando lá chegar ?” Mas apesar dela dissuadi-lo ele pedia repetidamente. Por fim sua mãe disse, “Bem, vá então.” Assim o garoto obteve o consentimento do pai e partiu com um número de seguidores. Vasabhakhattiya mandou uma carta antes dele com o seguinte conteúdo : “Vivo aqui feliz ; não digam a ele nada sobre o segredo.” Mas os Sakyas, escutando sobre a vinda de Vidudabha, mandaram todas as sua crianças para o campo. “É impossível,” disseram, “recebê-lo com respeito.”
Quando o Príncipe chegou em Kapilavasthu, os Sakyas haviam se reunido numa casa de descanso real. O Príncipe aproximou-se da casa de descanso e esperou. Então disseram a ele, “Este é o pai de sua mãe e este é o irmão dela,” indicando-os. Ele dirigiu-se para um e outro, saudando-os. Contudo apesar de se inclinar diante deles até as costas doerem, nenhum outorgou uma saudação ; então ele perguntou, “Por quê nenhum de vocês me cumprimenta ?” Os Sakyas responderam, “Meu caro, os jovens príncipes estão todos no campo ;” e então o entreteram com excelência.
Após permanecer alguns dias, ele partiu para casa com todo seu séquito. Justo então uma escrava lavava o assento em que ele tinha usado na hospedagem com água alcalina, dizendo insultuosamente, “Aqui está o assento onde sentou o filho de Vasabhakhattiya a garota escrava !” Um homem que deixara sua lança para trás e estava recolhendo-a quando escutou o abuso ao Príncipe Vidudabha. Ele questionou o quê aquilo significava. A ele foi dito que Vasabhakhatthiya nasceu de uma escrava de Mahanama o Sakya. Ele contou isto aos soldados : um grande alvoroço levantou-se , todos gritando - “Vasabhakhattiya é filha de escrava, assim eles falam !” O Príncipe escutou isto. “Sim,” ele pensou, “deixe-os derramar água alcalina no assento que sentei para lavá-lo ! Quando for rei, lavarei o lugar com sangue do coração deles !”
Quando ele voltou para Savatthi, os cortesãos contaram toda a história para o rei. O rei ficou irado com os Sakyas por terem dado a ele uma esposa filha de escrava. Cortou toda a renda dada a Vasabhakhattiya e seu filho e deu a eles somente o quê é próprio ser dado a escravos e escravas.
Alguns poucos dias mais tarde o Mestre chegou no palácio e tomou assento. O rei se aproximou dele e com uma saudação disse, “Senhor, me disseram que seus parentes me deram para esposa uma filha de escrava. Cortei seus estipêndios, da mãe e do filho, e dei a eles apenas o quê os escravos ganham.” Disse o Mestre : “Os Sakyas fizeram errado, Ó grande rei ! Se eles deram alguém, deviam dar uma garota com o sangue deles mesmos. Mas, Ó rei, isto eu digo : Vasabhakhattiya é uma filha de rei e na casa de um rei nobre ela recebeu a aspersão cerimonial ; Vidudabha também foi gerado por um nobre rei. Sábios antigos disseram, que importa a nascimento da mãe ? O nascimento do pai é a medida : e a uma pobre esposa, uma catadora de gravetos, eles deram posição de rainha ; e o filho nascido dela obteve a soberania de Benares, numa extensão de doze léguas e tornou-se Rei Katha-Vahana, o Transportador de Lenha :” depois do que contou a ele a história do Jataka n.º 7.
Quando o rei escutou esta história, ficou agraciado ; a dizendo a si mesmo, “O nascimento do pai é a medida da pessoa,” ele novamente deu à mãe e filho o tratamento adequado a eles.
O comandante em chefe do rei era um homem chamado Bandhula. Sua esposa, Mallika, estava estéril e ele a mandou para Kusinara, dizendo que retornasse para sua própria família. “Irei,” disse ela, “depois que tiver saudado o Mestre.” Ela foi à Jetavana e cumprimentando o Tathagata esperou em um dos lados. “Para onde vais ?” ele perguntou. Ela respondeu. “Meu marido me mandou para casa, Senhor.” “Por quê ?” questionou o Mestre. “Estou estéril, Senhor, não tenho filhos.” “Se isto é tudo,” disse ele, “não há razão porque devas ir. Retorne.” Ela ficou muito agraciada e saudando o Mestre foi para casa novamente. Seu marido perguntou à ela porque voltava. Ela respondeu, “O Dasabala me mandou voltar, meu senhor.” “Então,” disse o comandante em chefe, “o Tathagata deve ter visto uma boa razão.” A mulher logo depois concebeu e quando seus desejos começaram, disse a ele. “Qual é seu desejo ?” ele perguntou. “Meu senhor,” ela disse, “desejo ir e me banhar e beber d'água do tanque da Cidade de Vesali onde as famílias dos reis pegam água para a aspersão cerimonial.” O comandante em chefe prometeu tentar. Pegando seu arco, forte qual mil arcos, colocou sua esposa na carruagem, deixou Savatthi e dirigiu sua carruagem para Vesali.
Bem, nesta época vivia junto ao portão um Licchavi chamado Mahali, que fora educado pelo mesmo professor que o general do rei dos Kosalas, Bandhula. Este homem era cego e costumava aconselhar os Licchavis em todos os assuntos temporais e espirituais. Ouvindo o tropel da carruagem enquanto atravessava o lumiar do portão, ele disse, “O barulho da carruagem de Bandhula, o Mallian! Este dia haverá medo entre os Licchavis !” Junto ao tanque havia estabelecida uma forte guarda, dentro e fora ; acima dele estava esticada uma rede de aço ; nem mesmo um pássaro encontraria espaço para entrar. Mas o general, desmontando de seu carro, colocou os guardas em fuga com golpes de espada e irrompeu através da rede de ferro e no tanque banhou sua esposa e deu a ela de beber d'água ; então após banhar-se, ele colocou Mallika na carruagem e deixou a cidade e voltou pelo caminho que veio.
Os guardas foram e contaram tudo aos Licchavis. Os reis dos Licchavis então ficaram irados ; e quinhentos deles, montados em quinhentos carros, partiram para capturar Bandhula o Mallian. Eles informaram Mahali disto e ele disse, “Não vão ! Pois ele matará a todos vocês.” Mas eles disseram, “Não ; nós iremos.” “Então se chegarem num lugar onde a roda afunde até o eixo, vocês devem retornar. Se não retornarem então, voltem no lugar em que vocês escutarem um barulho de trovão. Se então vocês não voltarem, voltem então quando vocês virem um buraco na frente de suas carruagens. Não sigam adiante ! “ Mas eles não voltaram de acordo com a palavra dele mas continuaram a perseguição mais e mais. Mallika os espreitava então e disse, “Meu senhor, vejo carruagens.” “Me diga,” disse ele, “quando eles todos parecerem uma só carruagem.” Quando eles todos em linha pareciam uma só, ela disse, “Meu senhor, vejo como se fosse apenas uma carruagem.” “pegue as rédeas, então,” disse ele e colocou as rédeas nas mãos dela : ele ficou de pé na carruagem e esticou seu arco. A roda da carroça afundou na terra até o eixo. Os Licchavis chegaram no local e viram isto, mas não voltaram. O outro então seguiu mais um pouco e tangiu a corda de seu arco ; então se fez o som de um trovão e mesmo assim eles não voltaram mas continuaram a perseguição. Bandhula de pé no carro e soltou uma flecha e ela cortou as direções de todas as quinhentas carruagens e passando direto pelos quinhentos reis no lugar em que o cinto é amarrado, depois afundou-se na terra. Eles não percebendo que estavam feridos continuaram perseguindo gritando, “Pare, alô, pare !” Bandhula parou seu carro e disse, “Vocês estão mortos ; não lutarei com mortos.” “O quê ?” eles disseram, “mortos, como agora estamos ?” “Solte o cinto do primeiro homem,” disse Bandhula. Eles soltaram o cinto dele e no mesmo instante que o cinto soltou, ele caiu morto. Então falou para eles, “Todos vocês estão na mesma condição : vão para casa e estabeleçam o que deve ser estabelecido e deem ordens às esposas e às familias e então tirem a armadura.” Eles fizeram isto e depois todos entregaram os espíritos.
E Bandhula levou Mallika para Savatthi. Ela deu à luz filhos gêmeos dezesseis vezes sucessivamente e eles eram toos homens poderosos e heróis e tornaram-se perfeitos em todos os tipos de realizações. Cada um deles tinha mil homens para ajudá-lo e quando iam com seu pai para atender o rei, apenas eles enchiam a corte do palácio até o limite.
Um dia allguns homens que foram derrotados na corte em um falso processo, vendo Bandhula se aproximar, levantaram um grande clamor e informaram-no que os juízes da corte sustentaram um falso processo. Então Bandhula entrou na corte e julgou o caso e deu a cada uma das pessoas o quê era dela. A multidão deu altos gritos de aplauso. O rei perguntou o quê significava aquilo e entendendo ficou bastante satisfeito ; todos aqueles funcionários ele mandou embora e deu a Bandhula o encargo de julgamento da corte e daí em diante ele julgava retamente. Os juízes anteriores então ficaram pobres porque não recebiam mais subornos e caluniaram Bandhula aos ouvidos do rei, acusando-o de almejar o reino para ele mesmo. O rei escutou as palavras deles e não pode controlar suas suspeitas. “Mas,” refletiu, “se ele for assassinado aqui, serei acusado de culpa.” Ele subornou alguns homens para saquear os distritos da fronteira ; enviando então Bandhula disse, “As fronteiras estão em chamas ; vá com seus filhos e capture os bandidos.” Com ele também enviou outros homens hábeis, poderosos homens de guerra, com instruções de matá-lo e a seus trinta e dois filhos, cortar as cabeças deles e trazê-las de volta.
Enquanto ele estava no caminho, os bandidos contratados tendo notícias da vinda do general, fugiram. Ele estabeleceu o povo daquele distrito em suas casas e aquietou a província e dirigiu-se para casa. Então quando estava não distante da cidade , aqueles guerreiros cortaram a cabeça dele e as de seus filhos.
Naquele dia Mallika enviou um convite para os dois discípulos chefes junto com quinhentos Irmãos. Cedo de manhã uma carta foi trazida para ela, com novidades que seu marido e filhos perderam as cabeças. Quando ela escutou isto, sem falar com ninguém, ele pregou a carta em seu vestido e esperou a companhia dos Irmãos. Seus empregados davam arroz para os Irmãos, quando trazendo uma tigela de ghee aconteceu de quebrarem a tigela justo em frente dos Anciãos. Então o Capitão da Fé disse, “Potes são feitos para quebrar ; não se preocupe com isto.” A senhora tirou a carta da dobra do seu vestido dizendo, “Aqui tenho uma carta me informando que meu marido e seus trinta e dois filhos foram decapitados. Se não me preocupo com isto, voume preocupar quando uma tigela quebra ?” O Capitão da Fé então iniciou, “Invisível, desconhecida” ( Sutta Nipata 574 : Invisível, desconhecida é a vida das pessoas aqui debaixo” etc. Sallasuta. ) e então levantando-se de sua cadeira pronunciou um discurso e foi para casa. Ela reuniu suas trinta e duas noras e disse a elas, “Seus maridos apesar de inocentes colheram os frutos de seus atos passados. Não se lamentem nem cometam um pecado d'alma pior ainda mesmo que o do rei.” Este foi o conselho dela. Os espiões do rei escutando esta fala disseram a ele que elas não estavam enraivecidas. Então o rei ficou triste, foi à casa dela e pediu o perdão de Mallika e de seus noras, oferecendo um dom. Ela respondeu, “Nós aceitamos.” Ela dispôs a festa fúnebre, se banhou e então foi para junto do rei . “Meu senhor,” ela disse, “me concedeste um dom. Nada quero a não ser isto, que me permitas e as minhas trinta e duas noras que retornemos para nossas casas.” O rei consentiu. Cada uma das trinta e duas esposas dos filhos, ela enviou de volta para casa e ela mesma retornou para a casa de sua família em Kusinara. E o rei deu o posto de comandante em chefe para Digha-karayana, filho de uma irmã do general Bandhula. Mas ele ficou culpando o rei e dizendo, “Ele assassinou meu tio.”
Para sempre após o assassinato do inocente Bandhula o rei foi devorado por remorso e não teve paz na mente, não sentindo mais alegria em ser rei. Naquele tempo o Mestre morava próximo à cidade rural dos Sakyas chamada Ulumpa. Para lá se dirigiu o rei, acampando não distante do parque e com uns poucos ajudantes até o mosteiro para saudar o Mestre. Os cinco símbolos da realeza ele entregou a Karayana e sozinho entrou na Câmara Perfumada. Tudoo quê segue deve ser descrito como no Dhammacetiya Sutta. Quando ele entrou na Câmara Perfumada, Karayana tomou aqueles símbolos da realeza e fez Vidudabha rei ; e deixando para o rei apenas um cavalo e uma empregada, foi para Savatthi.
Após uma conversa agradável com o Mestre, o rei ao retornar não viu nenhum exército. Ele perguntou à mulher e entendeu o quê acontecera. Partiu então para a cidade de Rajagaha, resolvido a levar seu sobrinho consigo e capturar Vidudabha. Era tarde quando ele chegou na cidade e os portões estavam fechados : e deitando em um abrigo, exausto com a exposição ao vento e ao sol, lá morreu.
Quando a noite passou a crescer em brilho,a mulher começou a chorar, “Meu senhor, o rei de Kosala precisa de ajuda !” O som foi ouvido e as notícias chegaram até o rei. Ele realizou as exéquias de seu tio com grande magnificência.
Vidudabha uma vez firmemente estabelecido no trono lembrou-se daquele seu ressentimento e determinou a destruição de todos os Sakyas ; para a finalidade do que partiu com um largo exército. Naquele dia àurora o Mestre, olhando sobre o mundo, viu a destruição ameaçando seus parentes. “Devo ajudar meus parentes,” pensou ele. De manhã saiu em busca de ofertas e depois de voltar de sua refeição deitou na postura leonina em sua Câmara Perfumada e à noite, passando pelos ares até um lugar próximo a Kapilavastu sentou debaixo de um' árvore que produzia pouca sombra. Junto daquele lugar, uma grande e pesada árvore banian estava nos limites do reino de Vidudabha. Vidudabha vendo o Mestre, aproximou-se e saudou-o, dizendo, “Por quê, Senhor, estais sentado debaixo de um'árvore tão fina com todo este calor ? Senta debaixo desta banian cheia de sombra, Senhor.” Ele respondeu, “Deixa estar, Ó rei ! A sombra do meu clã me mantém frio.” - “O Mestre,” pensou o outro, “deve ter vindo aqui para proteger seus parentes.” Assim ele saudou-o e retornou para Savatthi. E o Mestre levantando-se foi para Jetavana. Uma segunda vez o rei lembrou-se do ressentimento contra os Sakyas, uma segunda vez ele partiu e novamente viu o Mestre sentado no mesmo lugar então de novo retornou. Uma quarta vez ele partiu ; e o Mestre, verificando os atos anteriores dos Sakyas, percebeu que nada poderia afastar o efeito de seus erros, ao jogarem veneno no rio ; assim ele não foi para lá na quarta vez. Então rei Vidudabha matou todos os Sakyas começando pelos bebês que mamam e com o sangue do coração deles lavou o assento e retornou.
Um depois depois que o Mestre tinha saído a terceira vez e retornado, ele, tendo saído em suas coletas de ofertas e sua refeição terminado, descansava em sua Câmara Perfumada, os Irmãos reunidos de todas as direções no Salão da Verdade e sentados, começaram a contar as virtudes do Grande Ser : “Senhores, o Mestre apenas mostrou-se e fez o rei voltar e libertou seu clã do medo da morte. Um amigo precioso é o Mestre para seus parentes !” O mestre entrou e perguntou o quê falavam lá sentados. Eles disseram. Então ele disse, “Não apenas agora, Irmãos, o Tathagata age para benefício de seus parentes ; ele fez o mesmo muito tempo atrás.” Com estas palavras ele contou uma história do passado.
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Certa vez quando Brahmadatra legislava como rei de Benares e observava as Dez Virtudes Reais, ele pensou consigo mesmo : “Por toda a Índia os eis vivem em palácios suportados por muitas colunas. Não há maravilha então em um palácio amparado por muitas colunas ; mas e s'eu fizer um palácio com uma coluna apenas de suporte ? Então serei o rei chefe de todos os reis !” Então ele reuniu seus construtores e disse a eles para construir para ele um palácio magnífico sustentado por uma coluna. “Muito bem,” eles disseram e foram para a floresta.
Lá viram muitas árvores, altas e grandes, válidas de serem a coluna única de tal palácio. “Aqui estão estas árvores,” eles disseram, “mas a estrada é ruim e nunca conseguiremos transportá-las ; iremos ao rei perguntá-lo sobre isto.” Quando fizeram isto, o rei disse, “Seja como for vocês devem trazê-las e rapidamente.” Mas eles responderam “Não há meios de fazer isto.” “Então,” disse o rei, “procurem uma árvore no meu parque.”
Os construtores foram para o parque e lá viram uma senhora árvore sal, alta e madura, venerada pelo campo e pela cidade e à ela a família real também tinha o hábito de prestar tributo e venerar ; e disseram ao rei. O rei falou, “No meu parque vocês me encontraram um' árvore : bom – vão e cortem-na.” “Assim seja,” eles disseram e retornaram ao parque com as mãos cheias de grinaldas perfumadas e coisas semelhantes ; pendurando nela então a guirlanda de cinco dedos ( Nota do tradutor W. H. D. Rouse, M.A., sometime fellow of Christ College, Cambridge : o significado de gandhapañcangulikam é incerto talvez uma guirlanda na qual os os brotos ou ramos estão arranjados radiantes quais os dedos das mãos. Ver Morris em J.P.T.S., 1884, s.v. Ver vol. i.p. 71 para leituras diferentes ; mas esta gandhena pañcangulikam datva parece antes significar 'fazendo tranças de cinco dedos com essências.' A mão espalmada é em muitos lugares um símbolo usado para evitar mal olhado. Em algumas cidades da Índia está marcada nas paredes das casas ( North Ind. N. and Q., i, 42 ) ; está gravada em tumbas fenícias , veja aquelas na BnF em Paris, a vi em toda a parte na Síria, nas casas dos Hebreus , Cristãos e Muçulmanos. ) e cercando-a com uma corda, amarraram nela ramalhetes de flores e acenderam uma lâmpada fizeram veneração explanando : “No sétimo dia a partir de agora devemos cortar esta árvore : tal é ordem do rei, que ponha ela abaixo. Que as deidades que habitam nesta árvore vão para outro lugar e que a culpa não caia em nós.”
O deus que morava n'árvore escutando isto, pensou consigo mesmo : “Estes construtores estão determinados a cortar abaixo esta árvore e em destruir meu lugar de moradia. Bem, minha vida dura tanto quanto este meu lugar de habitação. E todas as jovens árvores sal que estão ao redor desta, onde moram as deidades meus parentes, e eles são muitos, serão destruídos. Minha própria destruição não me atinge tão de perto quanto a destruição de minhas crianças : portanto devo proteger a vida delas.” De acordo com isto à meia noite, adornado em esplendor divino, ele entrou na magnífica câmara do rei e enchendo toda a câmara com brilho radiante, ficou chorando ao lado do travesseiro do rei. À vista dele o rei tomado de pavor, pronunciou a primeira estrofe :

Quem és tu, pousado alto nos ares, envolto em vestes celestes :
De onde vem teus temores, por quê fluem lágrimas que banham teus olhos ?

Escutando o quê o rei dos deuses repetiu duas estrofes :

Dentro de teu domínio, Ó Rei, me conhecem como Árvore Afortunada :
Por sessenta mil anos estou aqui e todos me veneraram.

Apesar de muitas casas e vilas fazerem e muitos reis residirem,
Ainda a mim nunca molestaram, a mim nenhum dano trouxeram :
Então assim como prestam veneração, também veneres, Ó Rei !

Então o rei repetiu duas estrofes :

Mas outro tronco tão poderoso nunca vi antes,
Tão firme na forma na altura e na largura, grossa e forte árvore.

Um lugar amável construirei, uma coluna de suporte :
Lá te colocarei para morar – tua vida não será curta.

Escutando isto o rei dos deuses repetiu duas estrofes :

Já que tu estás inclinado a arrancar meu corpo de mim, corte-me curto,
Corte-me gradativamente, membro a membro, Ó Rei, não inteira.

Corte primeiro o topo, o meio em seguida, e então por último, minha raiz :
Se me cortares assim, Ó Rei, morte não me será dolorosa.

O rei então repetiu duas estrofes :

Primeiro mãos e pés, depois nariz e orelhas, enquanto ainda vive a vítima,
E por último de todos a cabeça deixa cair – isto dá uma morte dolorosa.

Ó Árvore Afortunada ! Ó rei da floresta ! Que prazer poderias sentir,
Por qual razão desejas que te corte gradativamente ?

Então a Árvore Afortunada respondeu repetindo duas estrofes :

A razão, razão inteiramente nobre, porque gradativamente
Seria cortada, Ó poderoso rei ! Venha escute enquanto falo.

Meus parentes e amigos todos prósperos ao redor, crescem bem protegidos :
A estes esmagaria em uma queda pesada, - grande seria a dor deles.

O rei escutando isto, ficou muito feliz : “Este é um deus valoroso,” pensou ele, “ele não quer que seus parentes percam seus lugares de habitação porque ele perde o seu ; ele faz o bem para seu povo.” E repetiu a estrofe restante :

Ó Árvore Afortunada ! Ó rei da floresta ! Teus pensamentos são nobres :
Você ampara teus parentes, então do temor te liberto.

O rei dos deuses, tendo discursado para este rei, partiu em seguida. E o rei se estabelecendo de acordo com seus mandamentos, fez ofertas e outras boas ações, até que foi preencher as hostes celestes.
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O Mestre tendo terminado o discurso disse : “Assim são, Irmãos, os atos do Tathagata para o bem de seus parentes e amigos ;” e então ele identificou o Jataka : “Naquele tempo Ananda era o rei, os seguidores do Buddha eram as deidades encorporadas nas pequenas mudas da árvores sal e eu mesmo era a Árvore Afortunada, o rei dos deuses.”













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