( Imagem da antiga Indraprastha, Índia )
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“O rei
reto...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto
residia em Jetavana sobre uma oferta incomparável. Isto foi
explicado no Jataka 424. Escutamos que o rei enquanto fazia sua
distribuição de ofertas, examinou quinhentos Irmãos
com o Mestre seu chefe e ofertou aos santos mais sagrados entre
eles. Então sentaram no Salão da Verdade e falando
sobre a bondade dele : “Irmãos, o rei, ao ofertar a oferta
incomparável, a deu nos casos de muito mérito.” O
Mestre entrando, quera saber o quê sentados conversavam lá
: e disseram a ele. Ele respondeu : “Não é nenhuma
maravilha, Irmãos, que o Rei de Kosala, sendo um seguidor de
alguém como eu, dê com discriminação.
Sábios antigos, quando ainda não havia surgido Buddha,
mesmo eles ofertavam com discriminação.” Com estas
palavras, ele contou a eles uma história do passado.
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Certa vez, no
reino Kuru na cidade de Indrapastra , reinava o rei Koravya, do
tronco de Yudhisthira. Seu conselheiro nas coisas temporais e
espirituais era um ministro chamado Vidhura. O rei com sua grande
quantidade de ofertas, colocou toda a Índia em comoção
; mas entre todos aqueles que recebiam e partilhavam destes dons não
havia ninguém que guardasse pelo menos as Cinco Virtudes :
todos eram fracos para um ser humano e a oferta do rei não lhe
trouxe satisfação. O rei pensou, “Grande é o
fruto de ofertar discriminadamente;” e, desejoso de doar para os
virtuosos, decidiu tomar conselho com o sábio Vidhura. Quando,
portanto, Vidhura veio para atendê-lo o rei mandou que sentasse
e colocou para ele uma questão.
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Explicando
isto o Mestre recitou metade da primeira estrofe. Todo o resto é
pergunta e resposta, do rei e de Vidhura.
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O
reto rei Yudhisthira certa vez questionou o sábio Vidhura :
'Vidhura,
ache-me bons brahmins, nos quais descanse muita sabedoria :
Homens livres de
atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A estes ofertaria,
meu amigo, para qu'eu possa colher colheita de bens.'
( Vidhura )
'É difícil
encontrar tais homens santos, tais brahmins, sábios e bons,
Que se guardem
sem manchas de toda a luxúria, para que possam comer tua
comida.
De brahmins, Ó
mais poderoso dos reis, existem dez tipos diversos :
Escute, enquanto
os distinguo e todos os tipos declaro.
Alguns carregam
sacos nas costas, cheios de raízes e amarrado apertado
;
Eles colhem ervas
medicinais, batizam e recitam encantos mágicos.
Estes são
como médicos, Ó rei, e enaltecem também aos
brahmins :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou Rei
Koravya :
Estes não
têm direito a tal nome : perdidos em sua brahmidade :
Vidhura
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas livres de
atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A estes
ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
( Vidhura )
'Alguns carregam
sinos e seguem adiante e enquanto vão, tocam,
Uma carruagem podem
dirigir com habilidade e mensagens trazer :
Estes são
como empregados, poderoso rei, e aos brahmins também enaltecem
:
Tais brahmins
devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou Rei
Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmidez :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
( Vidhura )
'Com moringa e
cajado quebrado, alguns correm para encontrar o rei,
Através de
todas as cidades e vilas e enquanto seguem, cantam -
'Na cidade ou no
campo nunca nos arredamos, até que um brinde você traga
!'
Qual coletores de
impostos estes importunam e enaltecem também aos brahmins
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou Rei
Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmitude :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
( Vidhura )
'Alguns
com longas unhas e membros peludos, dentes sujos, e cabelos em
tranças,
Cobertos de poeira,
enfarruscados de sujeira quais mendicantes vagam :
Cortadores de lenha,
Ó poderoso rei ! E enaltecem aos brahmins também :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmidade :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
( Vidhura )
'Myrobolan,
marmelo, jambo, mangas maduras,
Fruta labuj e
tábuas de madeira, escova de dentes e cachimbo,
Cestos de cana de
açúcar, doce mel e unguento também, Ó
rei,
Negociam com tudo
isto e muitas outras coisas.
Estes são
como mercadores, Ó grande rei, e enaltecem também aos
brahmins :
Tais
brahmins devemos buscar,agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não
têm direito a tal nome : perdidos em sua brahmitude :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
(
Vidhura )
'Alguns
seguem comércio e vida doméstica, guardam rebanho de
cabras em curral,
Casam
e dão em casamento e vendem suas filhas por ouro.
Como
Vessa ( vaiça ) e Ambattha estes ; e enaltecem também
aos brahmins :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmidade :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
(
Vidhura )
'Alguns
capelãos leem a sorte ou castram e marcam uma besta em troca
de pagamento :
Com
apresentação de comida o Povo da cidade os convida
frequentemente para ficar.
Então
gado e bezerros, porcos e cabras são abatidos muitos num dia.
Como
açougueiros estes são grosseiros, Ó rei e aos
brahmins também enaltecem :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmidez :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
(
Vidhura )
'Alguns
brahmins armados de espadas e escudos, com machado de guerra na mão,
Prontos
para guiar uma caravana, permanecem à frente dos mercadores.
Como
vaqueiros estes, ou bandidos atrevidos, ainda assim enaltecem também
aos brahmins :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmitude :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
(
Vidhura )
'Alguns
constrõem cabanas e colocam armadilhas em qualquer floresta,
Apanham
peixes e tartarugas, a lebre, caçam gato e lagarto.
Caçadores
são estes, Ó poderoso rei, e aos brahmins também
enaltecem :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmitude :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
(
Vidhura )
'Outros
por amor à riqueza dormem debaixo da cama real,
No
sacrifício de Soma : os reis banham-se acima de suas cabeças.
[ n. do tr. : após uma oferta de Soma,o costume era o rei
banhar-se em um leito esplêndido. Um brahmin deita debaixo e
àgua benta, lava os pecados do rei, levando-os para o brahmin,
que recebe a cama e seus ornamentos como recompensa de bancar o bode
expiatório. Fick, Sociale Gliederung,p.143, nota, quotejando
Oldenberg, Religion des Veda, pp. 407 ss. ]
Estes
são como barbeiros ? Ó grande rei, e aos brahmins
também enaltecem :
Tais
brahmins devemos buscar, agora que você conhece este tipo ?'
Cotejou
Rei Koravya :
Estes não têm
direito a tal nome : perdidos em sua brahmitude :
Vidhura,
encontre-me outro tipo que seja sábio e bom,
Pessoas
livres de atos de maldade luxuriosa, que possam comer minha comida :
A
estes ofertaria, para qu'eu mesmo possa colher colheita de bens.
Assim
tendo Vidhura descrito aqueles que são brahmins no nome
apenas, ele seguiu descrevendo os brahmins no sentido mais elevado
com as seguintes duas estrofes :
Mas
existem brahmins, também, meu senhor, pessoas muito sábias
e boas,
Livres
dos atos de maldade luxuriosa, para comer tua comida oferecida.
Comem
apenas uma refeição de arroz : nunca tocam bebida forte
:
E
agora que conheces bem este tipo, diga, devemos buscá-los ?
Quando
o rei escutou estas palavras, ele perguntou “Onde, amigo Vidhura,
onde habitam estes brahmins, merecedores das melhores coisas ?”
“No distante Himalaia, Ó rei, na caverna do Monte Nanda.”
“Então, sábio senhor, traga-me estes brahmins aqui,
através do seu poder.” Então em grande alegria o rei
recitou esta estrofe :
Vidhura,
traga aqueles brahmins aqui, tão santos e tão sábios,
Convide-os,
Ó Vidhura, aqui, que nada se atrase !
O
Grande Ser concordou em fazer como a ele foi pedido, adicionando isto
: “Agora, Ó rei !, mande o tambor tocar ao redor da cidade,
que a cidade deve ser adornada gloriosamente e todas as pessoas dela
devem fazer ofertas e guardar os votos de dia santo e empenharem-se
na virtude ; e você com toda tua corte deve guardar os votos de
dia santo.” Ele mesmo, cedo, aurora, tendo feito sua refeição
e tomado os votos de dia santo, ao entardecer pediu uma cesta de
jasmim e junto com o monarca fez uma saudação em
prostração completa, e chamou à memória as
virtudes dos Pacceka Buddhas pronunciando estas palavras : “Que os
quinhentos Pacceka Buddhas que habitam o Himalaia Norte, na caverna
do Monte Nanda , a-manhã partilhem de nossa comida !” e
jogou oito mãos cheias de flores nos ares. Imediatamente as
flores caíram sobre os quinhentos Pacceka Buddhas, no lugar
onde eles moravam. Eles ponderaram e entenderam o fato e aceitaram o
convite dizendo, “Reverendos Senhores, somos convidados pelo sábio
Vidhura e ele não é criatura insignificante : ele tem a
semente de um Buddha dentro dele e neste mesmo ciclo ele será
um Buddha. Vamos mostrá-lo nosso apoio.” O Grande Ser
entendeu que eles consentiram pelo sinal de que as flores não
retornaram. Então ele disse, “Ó grande rei ! A-manhã
os Pacceka Buddhas virão ; honre e venere-os.” Dia seguinte
o rei fez a eles grande honra preparando preciosos assentos em cima
de um estrado. Os Pacceka Buddhas, no Lago Anotatta, tendo esperado
o tempo da necessidade de seuscorpos, viajaram pelos ares e desceram
no jardim real. O rei eo Bodhisatva, com fé nos corações,
receberam as tigelas das mãos deles e os fizeram subir ao
terraço, sentar e deram-lhes àgua da doação
nas mãos [ n. do tr. : água derramada namão
direita ratificando alguma promessa ou dom ofertado ] e os serviram
com a mais deliciosa comida sólida e macia.
Após
a refeição, ele os convidou para o dia seguinte e assim
seguiu por sete dias, presenteando-os com muitos dons e no sétimo
dia deu a eles todos os requisitos. Então eles agradeceram e
passando através dos ares retornaram para o mesmo lugar e os
requisitos também foram com eles ( aceitaram os presentes ).
____________________
O
Mestre, após terminar este discurso, disse : “Nenhuma
maravilha, Irmãos, que o rei de Kosala sendo meu seguidor,
oferte a oferta incomparável, pois sábios antigos
quando não havia Buddha ainda,fizeram o mesmo.” Então
ele identificou o Jataka : “Naquele tempo Ananda era o rei e o
sábio Vidhura era eu mesmo.”
[
O rei Yudhisthira e a cidade de Indraprastha se remetem diretamente
ao Mahabharata, assim como o nome de Vidhura mesmo, irmão de Dhrtharastra o rei cego, que fica do lado dos Pandavas e se mostrará a encarnação de Dharma como o próprio Yudhisthira, o que novamente aproxima buddhismo e hinduísmo
].
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