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“Tu és
colorido...etc”. - Esta história o Mestre contou enquanto
residia em Jetavana, sobre um Irmão ganancioso. Este homem, é
dito, insatisfeito com seu hábito de mendicante e coisas do
gênero, costumava andar perguntando, “Onde há comida
para a Ordem ? Onde há convite ?” e quando escutava menção
de carne, mostrava-se bastante contente. Então alguns Irmãos
bem intencionados, preocupados com ele, contaram ao Mestre sobre. O
Mestre chamando-o, perguntou, “É vero, Irmão, o quê
escutei que és ganancioso ?” “Sim, meu senhor, é
vero,” disse ele. “Irmão,” disse o Mestre, “por quê
és ganancioso, após abraçar uma fé como
a nossa, que leva à salvação ? O estado de cobiça
é ruim ; muito tempo atrás, por causa de ganância,
estavas insatisfeito com carcaças de elefantes e outros restos
em Benares e fostes para a grande floresta.” Assim falando, ele
contou uma história do passado. ( cf. Jataka 434 )
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Certa
vez, quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), um Corvo ganancioso não
estava contente com carcaças de elefantes em Benares e todas
outras carniças. “Agora imagino,” pensou ele, “como
seria nas florestas ?” Então ele foi para a floresta ; mas
não ficou satisfeito igualmente com os frutos do campo que lá
encontrou e dirigiu-se para o Ganges. Enquanto passava ao longo da
margem do Ganges, espreitando um par de Gansos Vermelhos, ele pensou,
“Aqueles pássaros lá são muito bonitos ; acho
que eles encontram abundante carne para comer nas margens do Ganges.
Vou perguntar a eles e s'eu puder comer também da comida deles
sem dúvida terei belas cores como eles.” Então
empoleirando-se não muito distante do par, questionou o Ganso
Vermelho recitando duas estrofes :
Tu és
colorido, de belas formas, toda pena do corpo em cor rubra,
Ó Ganso !
Juro que és muito bonito, tua face e impressões claras
e verdadeiras !
Sem
pousar, nas margens do Ganges tu te alimentas de sardinhas, garoupa,
Robalo
e carpa e todos os outros peixes que nadam na corrente do Ganges !
O Ganso Vermelho o
contradisse recitando a terceira estrofe :
Não
me alimento de corpos da maré, nem do que jaz na mata :
Todos os tipos de
ervas – me alimento delas ; esta, amigo, é toda minha
comida.
Então o
Corvo recitou duas estrofes :
Não
posso acreditar no que o Ganso afirma ser seu alimento.
Coisas
na cidade conservadas em óleo e sal é o quê como,
Uma
mistura de arroz, todo limpo e bonito, que um humano fez e derrama
Em sua
comida ; mas ainda assim, minha cor, Ganso, não é como
a tua.
Com isto o Ganso
Vermelho recitou para ele as estrofes restantes mostrando a razão
da sua cor feia e declarando o que é correto :
Vendo o
pecado, teu coração por dentro, destruindo a
humanidade,
Com
temor e tremor comes tua comida ; por isto tens esta cor.
Corvo,
erras por todo o mundo com os pecados de vidas passadas,
Não
tens prazer na comida ; é isto que te dá tua cor.
Mas,
amigo, eu como e não machuco, sem ansiedade, tranquilo,
Não
tendo problema, nada temendo de qualquer inimigo.
Assim
deves fazer, e a força cresce, renuncia teus caminhos ruins,
Andes
no mundo sem machucar ; então tudo será amor e prazer.
Quem
com todas as criaturas é gentil, sem ferir nem causar
ferimento,
Sem
saquear, ninguém o saqueia, contra este nenhum ódio é
encontrado.
“ Portanto se
queres ser amado pelo mundo, abstem-te de todas as paixões más
;” assim falou o Ganso Vermelho, declarando a retidão. O
Corvo respondeu, “Não tagarele sobre seus modos alimentares
!” e crocitando “Caw, caw” voou pelos ares para um monte de
estrume em Benares.
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Quando o
Mestre terminou este discurso, ele declarou as Verdades : ( então,
com a conclusão das Verdades, o Irmão ganancioso foi
estabelecido na fruição do Terceiro Caminho ) :
“Naquele tempo, o Irmão ganancioso era o Corvo, a mãe
de Rahula era a companheira do Ganso Vermelho e eu mesmo era o Ganso
Vermelho”.
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