terça-feira, 21 de agosto de 2012

451 Buddha Ganso Vermelho




451
Tu és colorido...etc”. - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana, sobre um Irmão ganancioso. Este homem, é dito, insatisfeito com seu hábito de mendicante e coisas do gênero, costumava andar perguntando, “Onde há comida para a Ordem ? Onde há convite ?” e quando escutava menção de carne, mostrava-se bastante contente. Então alguns Irmãos bem intencionados, preocupados com ele, contaram ao Mestre sobre. O Mestre chamando-o, perguntou, “É vero, Irmão, o quê escutei que és ganancioso ?” “Sim, meu senhor, é vero,” disse ele. “Irmão,” disse o Mestre, “por quê és ganancioso, após abraçar uma fé como a nossa, que leva à salvação ? O estado de cobiça é ruim ; muito tempo atrás, por causa de ganância, estavas insatisfeito com carcaças de elefantes e outros restos em Benares e fostes para a grande floresta.” Assim falando, ele contou uma história do passado. ( cf. Jataka 434 )
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Certa vez, quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), um Corvo ganancioso não estava contente com carcaças de elefantes em Benares e todas outras carniças. “Agora imagino,” pensou ele, “como seria nas florestas ?” Então ele foi para a floresta ; mas não ficou satisfeito igualmente com os frutos do campo que lá encontrou e dirigiu-se para o Ganges. Enquanto passava ao longo da margem do Ganges, espreitando um par de Gansos Vermelhos, ele pensou, “Aqueles pássaros lá são muito bonitos ; acho que eles encontram abundante carne para comer nas margens do Ganges. Vou perguntar a eles e s'eu puder comer também da comida deles sem dúvida terei belas cores como eles.” Então empoleirando-se não muito distante do par, questionou o Ganso Vermelho recitando duas estrofes :

Tu és colorido, de belas formas, toda pena do corpo em cor rubra,
Ó Ganso ! Juro que és muito bonito, tua face e impressões claras e verdadeiras !

Sem pousar, nas margens do Ganges tu te alimentas de sardinhas, garoupa,
Robalo e carpa e todos os outros peixes que nadam na corrente do Ganges !

O Ganso Vermelho o contradisse recitando a terceira estrofe :

Não me alimento de corpos da maré, nem do que jaz na mata :
Todos os tipos de ervas – me alimento delas ; esta, amigo, é toda minha comida.

Então o Corvo recitou duas estrofes :

Não posso acreditar no que o Ganso afirma ser seu alimento.
Coisas na cidade conservadas em óleo e sal é o quê como,

Uma mistura de arroz, todo limpo e bonito, que um humano fez e derrama
Em sua comida ; mas ainda assim, minha cor, Ganso, não é como a tua.

Com isto o Ganso Vermelho recitou para ele as estrofes restantes mostrando a razão da sua cor feia e declarando o que é correto :

Vendo o pecado, teu coração por dentro, destruindo a humanidade,
Com temor e tremor comes tua comida ; por isto tens esta cor.

Corvo, erras por todo o mundo com os pecados de vidas passadas,
Não tens prazer na comida ; é isto que te dá tua cor.

Mas, amigo, eu como e não machuco, sem ansiedade, tranquilo,
Não tendo problema, nada temendo de qualquer inimigo.

Assim deves fazer, e a força cresce, renuncia teus caminhos ruins,
Andes no mundo sem machucar ; então tudo será amor e prazer.

Quem com todas as criaturas é gentil, sem ferir nem causar ferimento,
Sem saquear, ninguém o saqueia, contra este nenhum ódio é encontrado.

Portanto se queres ser amado pelo mundo, abstem-te de todas as paixões más ;” assim falou o Ganso Vermelho, declarando a retidão. O Corvo respondeu, “Não tagarele sobre seus modos alimentares !” e crocitando “Caw, caw” voou pelos ares para um monte de estrume em Benares.
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Quando o Mestre terminou este discurso, ele declarou as Verdades : ( então, com a conclusão das Verdades, o Irmão ganancioso foi estabelecido na fruição do Terceiro Caminho ) : “Naquele tempo, o Irmão ganancioso era o Corvo, a mãe de Rahula era a companheira do Ganso Vermelho e eu mesmo era o Ganso Vermelho”.

 

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