terça-feira, 3 de julho de 2012

448 Buddha Pássaro








448
Não acredite naqueles...etc.” - Esta história o Mestre contou no Bosque de Bambu, sobre o tentar assassinar. No Salão da Verdade, os Irmãos estavam discutindo a natureza má de Devadatra. “Pois, Senhor, subornando arqueiros e outros para a tarefa, Devadatra tenta assassinar o Dasabala !” O Mestre, entrando, perguntou, “O quê é isto, Irmãos, que vocês estão falando ahi sentados juntos ?” Eles disseram. Ele falou, “Esta não é a primeira vez que ele tenta me assassinar mas aconteceu o mesmo antes” ; e ele contou a eles uma história do passado.
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Certa vez quando reinava em Kosambi ( uma cidade à margem do Ganges ) um rei chamado Kosambaka. Naquele tempo o Bodhisatva tornou-se rebento de uma ave selvagem que habitava num bosque de bambus e além disso era chefe de um bando de centenas de pássaros na floresta. Não longe vivia um Falcão, que quando achava oportuno pegava as aves uma a uma e as comia e no curso do tempo devorou todas e só sobrou o Bodhisatva. Mas ele usava de toda a cautela na busca de comida e morava numa moita de bambu. Nela o Falcão não podia pegá-lo e então passou a pensar com que truque o enganaria para o capturar.
Então ele pousou num ramo próximo e gritou, “Valorosa Ave, o que te faz me temer ? Estou ansioso em fazer amizade contigo. Olha, em tal lugar há comida em abundância ; vamos comer juntos lá, como amigos e companheiros.” - “Não bom Senhor,” respondeu o Bodhisatva, “entre você e eu nunca haverá amizade ; portanto cae fora !” - “Bom Senhor, por meus pecados anteriores você não pode confiar em mim agora ; mas prometo que nunca mais fazer igual !” - “Não, não quero tal amigo ; cae fora eu disse !” Novamente pela terceira vez o Bodhisatva recusou : “Com uma criatura com tais qualidades,” cotejou ele, “amizade nunca deve haver” ; e fez a ampla floresta ressoar, as deidades aplaudindo enquanto ele pronunciava o discurso :

Não confie naqueles cujas palavras são mentiras, nem naqueles que só conhecem
Interesse próprio, nem nos que pecam, nem nos que muito piedosos se mostram.

Algumas pessoas tem natureza como do gado, sedento e cheio de fome :
Têm palavras verdadeiras para lisonjear um amigo mas nunca as realizam.

Estes estendem mãos secas e vazias ; a voz esconde seus corações ;
Daqueles que não conhecem gratidão ( vãs criaturas !) fique longe.

Não coloque tua confiança em homem ou mulher de mente volúvel,
Nem naqueles que tendo feito um pacto estão inclinados a quebrá-lo.

A pessoa que anda em maus caminhos, ameaçando de morte todas as coisas,
Inconstante, não confie nele, como espada afiada na bainha.

Alguns falam palavras macias que não vem do coração e tentam agradar
Fingindo com muitos mostrar amizade : não confie nestes.

Quando pessoas com tal mente má vê comida ou ganho,
Obra todo mal e ela irá mas primeiro será teu dano.

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Estas sete estrofes foram repetidas pelo Rei das Aves. Então foram as quatro estrofes seguintes recitadas pelo rei da Fé, palavras inspiradas pelo insight de Buddha :

Em ampla mostra de amizade muitos seguem um inimigo, ajudando-o ;
Como a Ave deixou o Falcão, é melhor deixar as pessoas ruins.

Quem não é rápido em reconhecer o significado dos eventos,
Cae sob o controle de seus inimigos e depois se arrepende.

Quem o significado dos eventos é rápido em reconhecer,
Como a faina do Falcão a Ave, assim do seu inimigo foge.

De tal armadilha inevitável e traiçoeira,
Mortal, colocada fundo no meio de muitas árvores da floresta,
A pessoa com olhos que veem, longe andará.

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E ele novamente após recitar estas estrofes, chamou o Falcão e o reprovou dizendo, “Se continuares a viver neste lugar, saberei o que fazer contigo.” O Falcão voou para longe dali e foi para outro lugar.

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O Mestre, tendo terminado este discurso, disse, “Irmãos, muito tempo atrás como agora Devadatra tentou planejar minha destruição,” e então ele identificou o Jataka : “Naquele tempo, Devadatra era o Falcão e eu mesmo a Ave.”

      

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