“Não
acredite naqueles...etc.” - Esta história o Mestre contou no
Bosque de Bambu, sobre o tentar assassinar. No Salão da
Verdade, os Irmãos estavam discutindo a natureza má de
Devadatra. “Pois, Senhor, subornando arqueiros e outros para a
tarefa, Devadatra tenta assassinar o Dasabala !” O Mestre,
entrando, perguntou, “O quê é isto, Irmãos, que
vocês estão falando ahi sentados juntos ?” Eles
disseram. Ele falou, “Esta não é a primeira vez que
ele tenta me assassinar mas aconteceu o mesmo antes” ; e ele contou
a eles uma história do passado.
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Certa vez quando
reinava em Kosambi ( uma cidade à margem do Ganges ) um rei
chamado Kosambaka. Naquele tempo o Bodhisatva tornou-se rebento de
uma ave selvagem que habitava num bosque de bambus e além
disso era chefe de um bando de centenas de pássaros na
floresta. Não longe vivia um Falcão, que quando achava
oportuno pegava as aves uma a uma e as comia e no curso do tempo
devorou todas e só sobrou o Bodhisatva. Mas ele usava de
toda a cautela na busca de comida e morava numa moita de bambu. Nela
o Falcão não podia pegá-lo e então passou
a pensar com que truque o enganaria para o capturar.
Então
ele pousou num ramo próximo e gritou, “Valorosa Ave, o que
te faz me temer ? Estou ansioso em fazer amizade contigo. Olha, em
tal lugar há comida em abundância ; vamos comer juntos
lá, como amigos e companheiros.” - “Não bom
Senhor,” respondeu o Bodhisatva, “entre você e eu nunca
haverá amizade ; portanto cae fora !” - “Bom Senhor, por
meus pecados anteriores você não pode confiar em mim
agora ; mas prometo que nunca mais fazer igual !” - “Não,
não quero tal amigo ; cae fora eu disse !” Novamente pela
terceira vez o Bodhisatva recusou : “Com uma criatura com tais
qualidades,” cotejou ele, “amizade nunca deve haver” ; e fez a
ampla floresta ressoar, as deidades aplaudindo enquanto ele
pronunciava o discurso :
Não confie
naqueles cujas palavras são mentiras, nem naqueles que só
conhecem
Interesse próprio,
nem nos que pecam, nem nos que muito piedosos se mostram.
Algumas pessoas
tem natureza como do gado, sedento e cheio de fome :
Têm
palavras verdadeiras para lisonjear um amigo mas nunca as realizam.
Estes estendem
mãos secas e vazias ; a voz esconde seus corações
;
Daqueles que
não conhecem gratidão ( vãs criaturas !) fique
longe.
Não
coloque tua confiança em homem ou mulher de mente volúvel,
Nem naqueles
que tendo feito um pacto estão inclinados a quebrá-lo.
A pessoa que anda
em maus caminhos, ameaçando de morte todas as coisas,
Inconstante,
não confie nele, como espada afiada na bainha.
Alguns falam
palavras macias que não vem do coração e tentam
agradar
Fingindo com
muitos mostrar amizade : não confie nestes.
Quando pessoas
com tal mente má vê comida ou ganho,
Obra todo mal
e ela irá mas primeiro será teu dano.
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Estas
sete estrofes foram repetidas pelo Rei das Aves. Então foram
as quatro estrofes seguintes recitadas pelo rei da Fé,
palavras inspiradas pelo insight de Buddha :
Em ampla mostra
de amizade muitos seguem um inimigo, ajudando-o ;
Como a Ave
deixou o Falcão, é melhor deixar as pessoas ruins.
Quem não
é rápido em reconhecer o significado dos eventos,
Cae sob o
controle de seus inimigos e depois se arrepende.
Quem o
significado dos eventos é rápido em reconhecer,
Como a faina
do Falcão a Ave, assim do seu inimigo foge.
De tal
armadilha inevitável e traiçoeira,
Mortal,
colocada fundo no meio de muitas árvores da floresta,
A pessoa com
olhos que veem, longe andará.
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E ele
novamente após recitar estas estrofes, chamou o Falcão
e o reprovou dizendo, “Se continuares a viver neste lugar, saberei
o que fazer contigo.” O Falcão voou para longe dali e foi
para outro lugar.
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O
Mestre, tendo terminado este discurso, disse, “Irmãos,
muito tempo atrás como agora Devadatra tentou planejar minha
destruição,” e então ele identificou o Jataka
: “Naquele tempo, Devadatra era o Falcão e eu mesmo a Ave.”
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