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“Um par de pássaros...etc.” - Esta história o Mestre contou enquanto residia em Jetavana relativa a um Irmão ganancioso. Ele estava, foi dito, cobiçando os requisitos Buddhistas e deixando todos os deveres de mestre e pastor, entrou em Savatthi bem cedo e após tomar um excelente mingau de arroz servido com vários tipos de comidas sólidas na casa de Visākhā e depois de comer durante o dia várias guloseimas, arroz branco, carne e arroz doce, não satisfeito com isto ele foi então para a casa de Culla-Anathapindika, do rei de Kosala e de vários outros. Então um dia a discussão surgiu no Salão da Verdade relativa a gula dele. Quando o Mestre escutou o quê estavam discutindo, mandou chamar este Irmão e perguntou se era verdadeira a gula dele. E quando ele disse “Sim,” o Mestre perguntou, “Por quê, Irmão, estais com gula ? Anteriormente também por causa da tua gula, não satisfeito com corpos mortos de elefantes, deixaste Benares ( Varanasi ) e vagando pelas margens do Ganges entraste na região do Himalaia.” E com isto contou uma história do passado.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, um corvo guloso comia corpos de elefantes mortos e não satisfeito ele pensou, “Vou comer peixe gordo na margem do Ganges,” e depois de ficar uns dias lá comendo peixe morto, foi para o Himalaia e viva de vários tipos de frutas do campo. Chegando em um largo lago de lótus abundante de peixe e tartarugas, ele viu dois gansos dourados que viviam de planta sevala ( uma espécie de maçã ). Ele pensou, “Estes pássaros estão bonitos e saudáveis : a comida deles deve ser deliciosa. Perguntarei a eles qual é e comendo a mesma comida eu também ficarei dourado.” Então foi até eles e após as saudações gentis usuais com eles pendurados em um galho, falou a primeira estrofe em conexão com louvores a eles :
Um par de pássaros vestidos de amarelo
Tão alegres perambulando de cá pra lá;
Que tipo de pássaros as pessoas amam mais ?
Estou ansioso em saber isto.
O ganso dourado escutando falou a segunda estrofe :
Ó pássaro, peste do gênero humano,
Abençoados somos entre os pássaros.
Todas as terras soam com nossa devoção
E os homens e os pássaros nos cantam louvores.
Saiba então que somos gansos vermelhos,
E destemidos vagamos sobre as águas.
[N. do tr. : o ganso vermelho é o espírito santo, a pomba, entre os hindus. ]
Escutando isto o corvo falou a terceira estrofe:
Que frutos abundam n'areia,
E onde pode-se encontrar carne para gansos ?
Digam de que comida celeste vocês vivem,
Que tal beleza e tal força concedem.
Então o ganso rubro falou a quarta estrofe :
Nenhum fruto há no mar para comer,
E onde deveriam gansos rubros encontrar carne ?
Planta sevala, descascada
Rende comida sem nada de ruim.
Então o corvo falou duas estrofes :
Não gostei, gansos, das palavras que usastes :
Acreditava que a comida escolhida
Para nos alimentar, devia concordar
Com o quê nossa forma externa mostrasse.
Mas agora duvido disto pois como
Arroz, sal,óleo, frutas e carne :
Como heróis festejam retornando da luta,
Eu também com boas provisões me delicio.
Mas apesar de viver de comida fina,
Minha aparência com a de vocês não se compara.
Então o ganso rubro disse a razão porque o corvo falhava em ter beleza pessoal enquanto ele mesmo a tinha e falou as estrofes restantes :
Não satisfeito com frutos ou lixo encontrado
Dentro do recinto do chão sepulcral,
O corvo guloso persegue em voo vadio
A presa casual que tenta seu apetite.
Apesar de tudo que fará sua vontade perversa
Para seu prazer criaturas inocentes matando
Repreendido por sua consciência definha
E vê sua força e beleza decair.
Assim seres felizes que nenhuma criatura atinge
Na forma ganham vigor e na aparência um encanto,
Pois beleza certamente seja isto entendido
Não depende absolutamente do tipo de comida.
Assim os gansos rubros de muitos modos censuraram o corvo. E o corvo tendo aceito a reprimenda disse, “Não quero a beleza de vocês.” E com um grasnido de 'caw, caw',' ele voou embora.
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O Mestre, sua lição terminada, revelou as Verdades e identificou o Jataka :- na conclusão das Verdades o Irmão guloso atingiu a fruição do Segundo Caminho :- “Naqueles dias o corvo era o Irmão guloso, a gansa era a mãe de Rahula e o ganso era eu mesmo.”
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