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T. A. Gopinatha Rao, Elements of Hindu Iconography, p. 379s. -
“De Diti nasceram para Kasyapa dois filhos conhecidos como Hiranyaksha e Hiranyakasipu. Foram respectivamente mortos por Vishnu em seu avatara Varaha ( Javali ) e avatara Nrisimha ( Leão ) [ N. do tr.: em representações de Ellora estes demônios, filhos de Kasyapa e Diti, têm cara de gente ] . Prahlada, o filho de Hiranyaksha, tornou-se um devoto de Vishnu e renunciou a tudo relativo à vida mundana. Após ele Andhakasura passou a legislar sobre os asuras [N. do tr.: devas e asuras, deuses e demônios]. Piamente praticando uma longa série de austeridades, ele obteve vários dons de Brahma e tornou-se muito poderoso. Ele então passou incomodar os devas ; e estes correram para Kailasa para reclamar com Shiva sobre os problemas causados pelo chefe asura. No momento mesmo que Shiva estava escutando a reclamação deles, andhakasura apareceu em Kailasa querendo raptar Parvati. Shiva com isto preparou-se para enfrentar o asura ; fez as três bem conhecidas serpentes Vasuki, Takshaka e Dhananjaya servirem como seus braceletes e cinto. Um asura chamado Nila, que secretamente planejava matar Shiva, apareceu enquanto isto na forma de um elefante. Nandi [ o touro de Shiva ] soube disto e informou Virabhadra [parte de Shiva] ; e este tomou a forma de um leão (o inimigo natural do elefante) e atacou e matou Nila. A pele deste elefante foi presente de Virabhadra para Shiva. Shiva a vestiu como veste exterior. Coberto com esta curiosa roupa e ornado com as serpentes, e brandindo seu poderoso trisula [ tridente ], Shiva partiu em sua expedição contra Andhakasura levando consigo seu exército constituído de ganas. Vishnu e os outros deuses também foram com ele oferecer ajudar. Mas na luta que seguiu Vishnu e os outros devas tiveram que fugir. Por fim Shiva apontou seu arco e flecha e atirou no asura e o feriu ; sangue começou a sair em profusão da ferida e cada gota dele quando tocava a terra assumia a forma de outro Andhakasura. Assim, surgiram milhares de andhakasuras para lutar contra Shiva. Imediatamente Shiva espetou, furou, o corpo do Andhakasura real e original, com seu trisula e começou a dançar. Vishnu destruiu com seu chakra-yudha ( disco ) os asuras secundários produzidos com as gotas de sangue que caíam. Para parar o sangue que caía na terra, Shiva criou a partir da chama que saía de sua boca uma shakti [n. do tr.: equivalente feminino dele] chamada Yogeshvari. Indra e os outros devas também enviaram suas shaktis para servir ao mesmo propósito. Elas eram Brahmani, Mahesvari, Kaumari, Vaishnavi, Varahi, Indrani e Chamunda. Estas eram as contrapartes femininas dos deuses, Brahma, Mahesvara, Kumara, Vishnu, Varaha, Indra e Yama e estavam armadas com as mesmas armas e vestiam os mesmos ornamentos e cavalgavam os mesmos vahanas e transportavam as mesmas bandeiras correspondentes aos deuses machos. Tal é o relato da origem das Sapta-Matrikas ou as Sete Mães Deusas.
No Vahara purana contudo, se diz que estas Deusas Mães são oito em número e inclui entre elas a deusa Yogeshvari mencionada acima, apesar dos outros puranas e agmas mencionarem somente sete. Vahara purana adiciona que estas Matrikas representam oito qualidades mentais que são moralmente más ; concordemente Yogeshvari representa kama ou desejo ; Maheshvari, krodha ou ira ; Vaishnavi, lobha ou cobiça ; Brahmani, mada ou soberba ; Kaumari, moha ou ilusão ; Indrani, matsarya ou crítica ; Yami ou Chamunda, paisunya, quer dizer, intriga ; e Varahi, asuya ou inveja.
As sete Matrikas pegaram todas as gotas que sangue enquanto caíam na batalha entre Shiva e andhakasura e assim impediram a multiplicação de Andhakasuras secundários. Na luta andhakasura finalmente perdeu seu poder conhecido como asura-maya e foi derrotado por Shiva. Contudo através da graça de Shiva ele teve bom fim.”
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