sábado, 5 de outubro de 2024

513 Buddha Príncipe Alinasattu

 













513        Jayaddisa Jataka

 

        “Vejam! Após...etc.” -  Esta história o Mestre contou sobre um Irmão que amparava sua mãe. A história introdutória é como aquela contada no Sama Jataka ( 540 ). Mas nesta ocasião o Mestre disse, “Sábios antigos desistiram do parassol branco com sua guirlanda dourada para amparar seus pais,” e com estas palavras ele contou uma história do passado.

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          Certa vez  viveu um rei na cidade dos Pañcalas do Norte, no reino de Kampilla, chamado Pañcala. Sua rainha concebeu e carregou um filho. Em uma existência anterior sua rival no harém, estando irritada, disse, “Algum dia serei capaz de devorar tua progênie,” e incitando com uma reza para este efeito ela se transformou numa ogra. Então ela encontrou sua oportunidade e apanhando a criança diante dos olhos mesmos da rainha e esmagando e devorando ela como se fosse um pedaço de carne crua, saiu fora. Uma segunda vez exatamente a mesma coisa mas na terceira ocasião, quando a rainha tinha entrado no seu quarto de dormir, guardas cercaram o palácio e mantiveram estreita vigilância. No dia que ela deu à luz, a ogra novamente apareceu e apanhou a criança. A rainha gritou um grito alto de “Ogra” e soldados armados, correram para cima quando o alarme foi dado pela rainha, seguiram em perseguição a ogra. Sem tempo de devorar a criança, ela fugiu e escondeu-se no esgoto. A criança, crendo que a ogra era sua mãe, colocou seus lábios nos seios dela e ela concebeu amor de mãe pelo infante e abrigando-se em um cemitério ela escondeu-se em uma caverna de pedra e cuidava dele. E enquanto ele gradualmente crescia, ela trazia e dava a ele carne humana e ambos viviam desta comida. O garoto não sabia que era ser humano; mas, apesar dele acreditar que era filho da ogra, não podia livrar-se ou esconder sua forma corporal. Então para produzir esta semelhança ela deu a ele uma certa raiz. E por virtude desta raiz ele escondeu sua forma e continuou a viver de carne humana. Bem, a ogra saiu para fazer um serviço para o grande rei Vessavana e morreu lá e então. Mas a rainha pela quarta vez deu à luz a um garoto e porque a ogra agora estava morta, ele estava salvo, e do fato de ter nascido vitorioso sobre sua inimiga a ogra ele foi chamado Jayaddissa (príncipe Vitorioso). Assim que cresceu e foi totalmente educado em todas as matérias, ele assumiu a soberania levantando o parassol e legislou sobre o reino. Naquele tempo sua rainha consorte deu a luz ao Bodhisatva e eles o chamaram príncipe Alinasatru. Quando cresceu  e foi plenamente instruído em todo conhecimento, se tornou vice-rei. Mas o filho da ogra descuidadamente destruindo a raiz foi incapaz de esconder-se  mas vivendo no cemitério ele devorava carne humana em forma visível. As pessoas vendo-o ficavam assustadas e vieram e reclamaram com o rei: “Senhor, um ogro em forma visível está comendo carne humana no cemitério. Com o tempo encontrará caminho para a cidade matará e comerá as pessoas. Você deve pegá-lo.”  O rei prontamente consentiu e deu ordem para a prisão dele. Uma força armada foi colocada ao redor da cidade. O filho da ogra, pelado e horrível de contemplar, com o medo da morte sobre si, gritou alto e saltou no meio dos soldados. Eles, com um grito “Aí está o ogro,” assustados com sua própria vida, dividiram-se em duas divisões e fugiram. E o ogro, escapando daí, escondeu-se na floresta, e não mais aproximou-se dos antros humanos. E ele fixou residência aos pés de uma árvore banian junto da auto estrada que atravessa a floresta e quando as pessoas passavam por ela, ele pegava uma a uma e entrando na floresta as matava e comia. Bem, um brahmin, líder de uma caravana, deu mil peças de dinheiro para mateiros da floresta e estava viajando pela estrada com quinhentos vagões. O ogro na forma humana pulou sobre eles com um rugido. Os homens fugiram aterrorizados e ordinários largavam-se no chão. Ele pegou o brahmin, e sendo ferido por uma lasca de madeira enquanto fugia e sendo perseguido intensamente pelos mateiros da floresta, ele larga o brahmin e vai e deita aos pés d’árvore onde vivia. No sétimo dia depois disso, rei Jayaddisa proclama uma caçada e parte, sai em viagem, da cidade. Justo quando partia, um nativo de Takkasila ( Taxila ), um brahmin chamado Nanda, que amparava seus pais, chega à presença do rei, trazendo quatro estrofes, cada uma valendo cem peças de dinheiro. O rei pára para escutá-las e designa um lugar de residência para ele. Então indo para a caça ele diz, “Aquele homem por cujo lado o cervo escapar pagará o brahmin por seus versos.” Então um antílope malhado sai com ímpeto, se põe em marcha e passando direto pelo rei, escapa. Os cortesãos todos riram de coração. O rei pega sua espada e perseguindo o animal o alcança após uma distância de três léguas, e com um golpe de sua espada o divide em dois e pendura a carcaça em uma vara. Então, quando retornava, chegou no lugar onde o homem-ogro estava sentado e após descansar por um tempo na grama kuça, tentou partir. Então o ogro levantou-se e gritou “Alto! Onde estás indo? Você é presa minha,” e o pegando pela mão, falou a primeira estrofe:

 

                Olhem! Após meu longo jejum de sete dias

                Uma grande presa aparece afinal!

                Prego diga-me, és conhecido famoso?

                Anseio em escutar tua raça e nome.

 

      O rei estava aterrorizado à vista do ogro e tornando-se rígido como um pilar, era incapaz de fugir; mas recobrando sua presença de espírito, ele falou a segunda estrofe:

              Jayaddisa, se conheces,

              Rei de Pañcala clamo ser:

              Caçando além da cerca na floresta extraviei:

              Coma tu este cervo; liberte-me, prego.

 

      O ogro, escutando isto, repetiu a terceira estrofe:

 

           Para salvar tua pele, você me oferece comida

           Esta caça, rei, a qual clamo retamente:

           Saiba que te comerei primeiro e ainda assim não frustrarei

           Meu gosto por caça: cesse de conversa mole.

 

       O rei escutando isto, lembrou-se do brahmin Nanda e falou a quarta estrofe:

 

              Suplico, pudesse eu não conseguir a libertação,

              Ainda assim deixe-me manter a promessa que eu fiz

              Um amigo brahmin. Aurora a-manhã verá

              Minha honra salva e meu retorno a ti.

 

      O ogro escutando isto falou a quinta estrofe:

 

            Estando tão próximo da morte, qual é a coisa

            Que assim tão dolorosamente te perturba, Ó rei?

            Diga-me a verdade, para que assim talvez possa

            Consentir em te deixar ir por um breve dia.

 

  O rei explicando o assunto, falou a sexta estrofe:

 

           Uma promessa uma vez feita a um brahmin;

           Esta promessa ainda é devida, este débito, não pago;

           O voto cumprido, a-manhã aurora verá

           Minha honra salva e meu retorno a ti.

 

 Escutando isto, o ogro falou a sétima estrofe:

 

          Você fez uma promessa a um brahmin;

          Esta promessa ainda é devida, este voto, não pago.

          Cumpra teu voto e deixe a-manhã ver

          Tua honra salva e teu retorno a mim. 

 

E tendo falado assim ele deixou o rei ir. E ele, tendo sido deixado partir, disse, “Não se preocupe comigo; retornarei àurora,” e tomando nota de certos sinais, marcas, do caminho, retornou para seu exército e com seu cortejo fez sua entrada na cidade. Então mandou chamar o brahmin Nanda, o sentou em um esplêndido trono, e após escutar seus versos, o presenteou com quatro mil peças de dinheiro. E fez o brahmin montar em uma charrete e o mandou embora, ordenando que o enviassem direto para Takkasila ( Taxila ). No dia seguinte, estando ansioso para retornar, ele chamou seu filho e assim o instruiu.

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             O Mestre, para explicar o assunto, falou duas estrofes:

 

                     Escapando do cruel duende ele veio

                     Cheio de doces desejos para sua adorável casa:

                     Sua palavra para um amigo brahmin ele nunca quebraria,

                     Mas assim para o caro Alinasatru falou.

 

                    ‘Meu filho, reine tu ungido rei ho-je

                     Legislando sobre amigos e inimigos em reto governar;

                     Não deixe nenhuma injustiça macular teu feliz estado;

                     Eu agora busco meu destino com o cruel duende.’

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      O príncipe, escutando isto, falou a décima estrofe:

 

                 Ansioso aprenderia que ato ou palavra

                Me fez perder o favor de meu senhor,

                Que tu me eleve ao trono

                Que, te perdendo, eu não possuiria.

 

     O rei, escutando isto, falou a próxima estrofe:

 

             Caro filho, não consigo trazer à memória

             Uma única palavra ou ato injusto,

             Mas agora que a dívida de honra está paga,

             Manterei a promessa feita ao ogro.

 

   O príncipe, escutando isto, falou a estrofe:

 

             Não, eu irei e tu ficarás aqui;

             Nenhuma esperança de retorno seguro, eu temo.

             Mas se você fosse, eu te seguiria

             E ambos juntos deixaríamos de ser.

 

  Escutando isto, o rei falou uma estrofe:

 

           Contigo a lei moral concorda,

           Mas a vida perderia todo encanto para mim,

           Se no espeto este ogro cinzento

           Te torrasse e te comesse, membro a membro.

      

   Escutando isto, o príncipe falou uma estrofe:

 

          Se deste ogro tu quiseste fugir,

          Por ti estou preparado para morrer:

          Sim, alegremente morreria, Ó rei,

          Se somente a vida para ti eu trouxesse.

 

  Escutando isto o rei, reconhecendo a virtude de seu filho, aceitou a oferta dele, dizendo, “Bem, vá caro filho.” E então despediu-se de seus pais e deixou a cidade.

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          O Mestre para esclarecer o assunto, falou metade de uma estrofe:

                          Então o bravo príncipe a seus queridos pais deu

                          Um último adeus, com humilde obediência.

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        Então seus pais, sua irmã, sua esposa e os cortesãos saíram da cidade com ele. E o príncipe perguntou a seu pai aqui sobre o caminho e após fazer arranjos cuidadosos e ter dado conselhos para os outros, ele pegou a estrada e partiu para a morada do ogro, tão destemido quanto um leão de juba. Sua mãe, vendo ele partir, não pode se conter e caiu desmaiada no chão. Seu pai, esticando os braços chorava alto.

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           O Mestre para esclarecer a matéria, falou a outra meia estrofe:

 

                        Seu pai com braços esticados, seu filho para ficar

                        Chorava dolorosamente. Sua mãe, sofrendo, desmaiou.

 

     E assim tornando clara a oração pronunciada pelo pai e o Ato de Verdade repetido pela mãe, irmã e esposa, ele pronunciou ainda quatro estrofes mais:

 

                      Mas quando seu filho sumiu totalmente

                      Do olhar desesperado de seu pai,

                            Com mãos levantadas aos deuses ele louvou

                     ‘Os elevados Reis Varuna e Soma,

                     Brahma e os senhores do Dia e da Noite. 

                     Que estes mantenham são e salvo os membros,

                      Escape, caro filho, do ogro cinzento.’

                  ‘Como a mãe, de belos membros, de Rama ganhou

                    Salvação para seu filho ausente,

                    Quando ele buscou as florestas de Dandaka,

                 Do mesmo modo para minha criança seja a liberdade lavrada;

                   E por este Ato de Verdade, clamo

                   Aos deuses, que te tragam para casa inteiro.’

[Cf. jataka 6 que repete esta história e seu paralelo com a de Rama no Ramayana]

 

                 ‘Irmão, em ti não há erro algum

                   Revelado ou escondido, eu lembro;

                  E por este Ato de Verdade clamo

                  Aos deuses que te tragam para casa inteiro.’

 

               ‘Livre de ofensas tu és para mim,

                Eu também, meu senhor, tenho amor por ti;

               E por este Ato de Verdade clamo

               Aos deuses que te tragam para casa inteiro.’

 

                                               _________________________       

 

               E o príncipe, seguindo as orientações de seu pai, partiu pela estrada para a residência do ogro. Mas o ogro pensava, “Kshatrias/Guerreiros são cheios de truques: quem sabe o que acontecerá ?” e subindo na árvore sentou esperando a chegada do rei. Vendo o príncipe, ele pensou, “O filho impediu o pai e está vindo ele mesmo. Não há porque temê-lo.” E descendo da árvore ele sentou dando as costas para ele. Chegando o jovem parou em frente ao ogro, que então falou esta estrofe:

                            De onde és tu, jovem belo e elegante?

                            Sabes tu que este domínio florestal é meu?

                            Os que vem tem suas vidas por muito baratas

                           Onde ogros selvagens tem suas casas. 

 

    Escutando isto, o jovem falou esta estrofe:

 

                            Te conheço bem, ogro cruel;

                            Dentro desta floresta realmente moras.

                            Está aqui o verdadeiro filho de Jayadissa:

                            Coma-me e deixe livre meu caro pai.

 

     Então o ogro falou esta estrofe:

 

                           Conheço o verdadeiro filho de Jayadissa;

                           Teus cachos confessam que estais certo.

                           Uma dificuldade certamente é para ti

                           Morrer, para teu pai deixar livre.

 

    Então o jovem falou esta estrofe:

 

                           Nenhum ato difícil é este, eu sinto,

                           Morrer e pelo bem de um pai

                           E amor de uma mãe, falecer

                           E ganhar a benção celeste para sempre

                          

 Escutando isto, o ogro disse, “Não há nenhuma criatura, príncipe, que não tema a morte. Por que não tens medo?” E ele disse a razão e recitou duas estrofes:

 

                        Nenhum gesto mau meu,

                        Revelado ou escondido, lembro:

                       Bem pesados estão nascimento e morte para mim,

                       Como aqui, do mesmo modo nos mundos a advir.

                      Coma-me ho-je, Ó poderoso,

                     E faça o que deve ser feito.

                     Cairei morto de alguma alta árvore,

                     Então coma minha carne, como te agrade.

 

     O ogro, escutando estas palavras, ficou aterrorizado e disse, “Não se pode comer a carne deste homem”; e, pensando em algum estratagema para fazê-lo correr fora, disse:

                   E tua vontade sacrificar

                 Tua vida, jovem príncipe, para teu pai deixar livre,

                  Então vá rápido, é meu conselho

                  E junte gravetos para acender uma fogueira.

 

    Tendo feito isto, o jovem retornou a ele.

                                                ________________________  

          

                    O Mestre, para esclarecer a matéria, falou outra estrofe:

                              Então o bravo príncipe juntou lenha                

                             E alimentando alto uma poderosa pira,

                             Gritou, acendendo-a, ‘Prepare tua comida;

                             Veja! Fiz uma boa fogueira.’

                                              ________________________

                

             O ogro, quando ele viu que o príncipe voltou e fez uma fogueira, disse, “Este é um sujeito com coração de leão. Morte não o aterroriza. Até agora nunca tinha visto um homem tão sem medo.” E ele sentou lá, atônito, de tempos em tempos olhando para o jovem. E este, vendo como o ogro estava, falou esta estrofe:

 

                           Não fique em pé contemplando em bobo espanto

                               Me pegue e me mate e me coma, prego,

                        Enquanto ainda vivo, tentarei

                              Te fazer disposto a me comer ho-je.

 

       Então o ogro, escutando estas palavras, falou esta estrofe:

 

                           Alguém tão verdadeiro, gentil, justo,

                           Certamente nunca deve ser comido,

                           Ou sua cabeça, daquele que te come, deverá

                           Quebrar em sete pedaços.

 

      O príncipe escutando isto, disse, “Se você não quer me comer, por que você me mandou quebrar gravetos e fazer uma fogueira?” e quando o ogro respondeu, “Era para testá-lo; pois eu pensava que você fugiria correndo,” o príncipe disse, “Como agora você vai me testar, vendo que, quando na forma animal, eu permiti Sakra, rei do céu, em colocar minha virtude em teste?” E com estas palavras ele falou esta estrofe: -

                    A Indra certa vez vestido como algum pobre brahmin

                         A lebre ofereceu sua própria carne para comer;

                   Daí em diante sua forma ficou impressa na Lua;

                         Aquela órbita graciosa que saudamos como Yakkha.

 

 [Cf. Jataka 316; o comentário adiciona que no presente kalpa a lua está marcada por um yakkha ao invés de uma lebre]

 

        O ogro, escutando isto, deixou o príncipe ir e disse,

 

                   Como a clara Lua libertada das garras de Rahu

                   Refulge no meio do mês com brilho acostumado,

                  Assim você também, senhor poderoso de Kampilla,

                  Escapando do ogro, espalhe a alegre luz

                  De tua presença brilhante, animando amigos sofredores,

                E trazendo de volta felicidade a teus pais queridos.

 

   E dizendo, “Vá alma heroica,” ele deixou o Grande Ser partir. E tendo tornado o ogro mais humilde, ele lhe ensinou as cinco leis morais e desejando colocar em teste se ele era um ogro ou não, ele pensava, “Os olhos dos ogros são vermelhos e não piscam. Eles não projetam sombra e são livres de todo medo. Este não é um ogro; é um ser humano. Eles dizem que meu pai teve três irmãos sequestrados por uma ogra; dois deles devem ter sido devorados por ela e o terceiro deve ter sido estimado por ela com amor de mãe por sua criança: este deve ser ele. O levarei comigo e contarei a meu pai e o estabelecerei no trono.” E assim pensando ele gritou, “Ho! Senhor, não és nenhum ogro; tu és o irmão mais velho de meu pai. Bem, venha comigo e levante o parassol como emblema de soberania em teu reino ancestral.” E quando ele respondeu, “Não sou ser humano,” o príncipe disse, “Você não acredita em mim. Há alguém em quem você acredita?” “Sim,” ele disse, “há em tal e tal lugar um asceta dotado com visão sobrenatural.” Então ele levou o ogro com ele e foram lá. O asceta assim que colocou a vista neles disse, “Com que objetivo vocês dois descendentes de um ancestral comum andam aqui?” E com estas palavras ele lhes contou como eram relacionados. O comedor de gente acreditou e disse, “Querido amigo, vá para casa você: quanto a mim, nasci com duas naturezas em uma forma. Não tenho nenhum desejo de ser rei. Me tornarei um asceta.” Então foi ordenado na vida religiosa pelo asceta. E o príncipe o saudou e retornou para a cidade.

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                   O Mestre, para esclarecer o assunto, falou esta estrofe:

                         Então o corajoso príncipe Alinasatru prestou

                             Toda a obediência devida ao ogro cinzento,

                         E livre uma vez mais viajou seu caminho feliz

                             De volta a Kampilla, são e salvo dos membros.

 

          E quando o jovem alcançou a cidade, o Mestre explicou ao Povo e o resto o que o príncipe fez e falou a última estrofe:

 

                     Assim viajando a pé da vila e do campo,

                          Vejam! Multidões ansiosas proclamam

                          O nome do bravo herói,

                Ou no alto de um carro ou elefante eles dirigiram

                        Com homenagem devida vieram

                        Levando o vitorioso para casa.

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                   O rei escutou que o príncipe voltara e preparou-se para encontrá-lo, e o príncipe, escoltado por uma grande multidão, veio e saudou o rei. E o questionou, dizendo, “Querido filho, como você escapou de um ogro tão terrível ?” E ele disse, “Caro pai, ele não é nenhum ogro; ele é teu irmão mais velho e meu tio.” O rei imediatamente ordenou que um tambor fosse tocado e partiu com uma grande comitiva para visitar os ascetas. O asceta chefe contou a ele toda a história; como a criança foi sequestrada pela ogra e como ao invés de comê-la, ela o criou como um ogro e como eles eram parentes um do outro. O rei disse, “Venha, irmão, reine como rei.” “Não, obrigado, Senhor,” ele respondeu. “Então venha e fixe residência em nosso parque e te fornecerei os quatro requisitos.” Ele se recusou a ir. Então o rei mandou fazer um povoado em uma certa montanha, não distante do eremitério deles e formando um lago, preparou campos cultivados e trazendo mil famílias com muito tesouro, fundou uma grande cidade e instituiu um sistema de caridade para os ascetas. Esta vila cresceu na cidade de Cullakammasadamma.

                  A região onde o ogro foi domado pelo Grande Ser, Sutasoma foi conhecida como a cidade de Mahakammasadamma.

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               O Mestre, tendo terminado sua lição, revelou as Verdades e identificou o Jataka: - Na conclusão das Verdades o ancião que amparava sua mãe foi estabelecido na fruição do Primeiro Caminho: - “Naquele tempo o pai e a mãe eram membros da corte real, o asceta era Sariputra, o comedor de gente era Angulimala, a jovem irmã era Uppalavanna, a rainha era a mãe de Rahula, príncipe Alinasatru era eu mesmo.”