( Buddha e Ananda, Ajanta )
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“Toda boa
ação...etc.”- Esta história o Mestre contou
enquanto residia em Jetavana, sobre dois sacerdotes seguidores de
Maha Kassapa, que viviam felizes juntos. Este par, nos é dito,
eram muito amigos e dividiam todas as coisas com a maior justiça
: mesmo quando andavam em coleta de ofertas, juntos saíam e
juntos chegavam e não suportavam ficar separados. No Salão
da Verdade sentavam os Irmãos, louvando amizade deles, quando
o Mestre chegou e perguntou o quê conversavam lá
sentados. Eles disseram ; e ele respondeu, “A amizade deles em uma
existência, Irmãos, não tem nada de
extraordinário ; pois sábios antigos guardavam amizade
inquebrável durante três ou quatro existências
diferentes.” Assim falando ele contou-lhes uma história do
passado.
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Certa vez, no
reino de Avanti, na cidade de Ujjeni, reinava um grande rei chamado
Rei Avanti. Naquele tempo, uma vila Candala existia fora de Ujjeni e
lá o Grande Ser nasceu. Outra pessoa nasceu, o filho da irmã
da sua mãe. Um destes dois foi chamado Citta e o outro
Sambhuta.
Estes
dois quando cresceram, tendo aprendido a arte de varrer da casta
Candala, pensaram que um dia iriam ao portão da cidade e
apresentariam esta arte. Então um deles se apresentou no
portão norte e o outro no leste. Bem, nesta cidade haviam
duas mulheres sábias em augúrios de visão, uma
filha do mercador e outra do capelão. Elas foram ao parque se
divertir, tendo encomendado comida macia e dura, guirlandas e perfumes
; e aconteceu que um saiu pelo portão norte e outra pelo
leste. Vendo os dois jovens candalas apresentarem sua arte as garotas
perguntaram “Quem são estes ?” Candalas” foram
informadas. “isto é um mal agouro aos olhos !” disseram,
e após lavá-los com água perfumada, voltaram.
Então a multidão gritou, “Ó vis outcasts,
vocês nos fizeram perder comida e bebida que não nos
custariam nada !” Bateram nos dois primos e causaram-lhes muita
miséria e dano. Quando recobraram seus sentidos, levantaram-se
e se uniram e contaram cada um ao outro a dor que lhe caiu-lhe sobre,
choros e gemidos e cogitaram o quê fazer. “Toda esta miséria
caiu sobre nós,” pensavam, “devido a nosso nascimento.
Nunca seremos capazes de ser Candalas ; vamos esconder nosso
nascimento e ir para Takkasila ( Taxila) disfarçados de jovens
brahmins e estudar lá.”Tendo tomado esta decisão,
foram para lá, e seguiram seus estudos na disciplina ( lei,
dharma ) de um mestre famoso. Um rumor soprou por toda a Índia
que dois jovens candalas eram estudantes, e escondiam seus
nascimentos. O sábio Citta teve sucesso nos estudos mas
Sambhuta não.
Um
dia um cidadão convidou o professor, na intenção
de oferecer comida aos brahmins. Bem, aconteceu de chover naquela
noite e encher todos os buracos na estrada.Cedo de manhã o
professor chama Citta e diz, “Meu rapaz, não posso ir, vá
junto com os jovens e pronuncie a benção, coma o quê
conseguir para você e traga para casa o quê houver para
mim.” Concordemente e levou os jovens brahmins e foram. Enquanto os
jovens lavavam suas bocas, o Povo preparava mingau de arroz, que
ofereceram pronto para eles, dizendo, “Deixe esfriar.” Antes
que estivesse frio os jovens sentaram. O Povo lhes deu àgua
da oferta e colocou as tigelas diante deles. O entendimento de
Sambhuta estava algo confuso e imaginando que estivesse frio pegou
uma bola de arroz e colocou na boca mas o queimou como uma bola
quente de metal. Em sua dor saiu de si e olhando o sábio
Citta, disse em dialeto Candala, “Quente, né ?” O outro
esqueceu-se também e respondeu no seu linguajar,”Cuspa
fora, cuspa fora.” Com isto os jovens todos se olharam uns para os
outros e disseram, “Que língua é esta ?” Sábio
Citta pronunciou a benção.
Quando
os jovens chegaram em casa, reuniram-se em pequenos grupos e sentaram
aqui e lá discutindo as palavras usadas. Descobrindo que era o
dialeto dos Candalas, gritaram com eles , “Ó vis outcasts
! Vocês estavam nos enganando este tempo todo e fingindo que
eram brahmins !” E bateram em ambos. Um bom homem os os mandou
para fora dizendo, “Fora ! A mancha no sangue ( blot in the blood
). Saiam.Vão para algum lugar e se tornem ascetas.” Os
jovens brahmins contaram ao professor que estes dois eram Candalas.
O
par saiu para a floresta e lá tomaram a vida ascética e
após não muito tempo morreram e nasceram novamente como
filhotes de uma cerva nas margens do Nerañjara. Desde o
nascimento sempre seguiam juntos. Um dia, Um dia, quando já
tinham se alimentado, um caçador os espreitou debaixo d'árvore
ruminando e abraçando-se
muito
felizes, de cabeça focinho e chifres unidos. Ele jogou uma
azagaia neles, e os matou ambos com um único golpe.
Em
seguida sábio Citta nasceu em Kosambi,como filho do capelão
; o sábio Sambhuta nasceu como o filho do rei de
Uttarapañcala. Desde o batismo eles podiam lembrar seus
nascimentos anteriores. Mas Sambhuta não era capaz de lembrar
todos sem quebras e tudo que lembrava era o quarto, o nascimento
Candala ; Citta contudo lembrava de todos os quatro na ordem devida.
Quando Citta estava com dezesseis anos de idade, ele saiu e tornou-se
asceta no Himalaia e desenvolveu a Faculdade do ênstase
religioso e habitava na benção do transe enstático.
Sábio Sambhuta após a morte do pai teve o Parassol
aberto sobre si e no dia mesmo da cerimônia do Parassol, no
meio de grande multidão, fez um hino cerimonial e pronunciou
duas estrofes em aspiração. Quando escutaram, as
esposas reais e os músicos, todos cantaram,dizendo, “O hino
da coroação de nosso próprio rei !” e no
passar do tempo todos os cidadãos cantavam, como o hino que o
rei gostava. Sábio Citta,em sua moradia no Himalaia, cogitava
se seu irmão Sambhuta assumiu o Parassol ou não.
Percebendo que sim, pensou, “Nunca serei capaz de instruir um
governante jovem ; mas quando ele estiver velho o visitarei para o
persuadir a se tornar asceta.” Por cinquenta anos ele não
foi e neste tempo o rei tinha crescido em filhos e filhas ; então
com seu poder sobrenatural ele foi e pousou no parque e sentou no
assento cerimonial como uma imagem dourada. Justo então um
rapaz catava lenha e enquanto fazia isto cantava aquele hino. Sábio
Citta chamou-o para que se aproximasse ; ele veio fazendo reverência
e esperou. Citta disse a ele, “Desde cedo de manhã você
está cantando este hino ; não conheces outro ?” -
“Oh, sim, senhor, conheço muitos outros mas estes são
os versos que o rei gosta, por isto não canto os outros.” -
”Há alguém que possa cantar uma estrofe para o hino
do rei ?” - “Não, senhor.” - “você poderia ?”
- “Sim, se me for ensinada uma.” - “Bem, quando o rei cantar
estas duas estrofes, você canta esta a guisa de terceira,” e
ele recitou um hino. “Bem,” disse ele, “Vá e cante
isto diante do rei e o rei ficará agraciado com você e
te elevará por causa disto.” O rapaz dirigiu-se rapidamente
até a mãe e aprontou-se impecavelmente ; e na porta do
rei enviou mensagem que um rapaz cantaria para ele uma estrofe do seu
hino. O rei disse, “Deixe-o se aproximar.” Quando o rapaz veio e
o saudou cotejou o rei, “Dizem-me que você me cantará
uma resposta ao meu hino ?” “Sim, meu senhor,” disse ele,
“traga toda a corte para escutar.” Logo que a corte estava
reunida, o rapaz disse, “Cante teu hino, meu senhor, e te
responderei com o meu.” O rei repetiu um par de estrofes :
Toda
ação boa produz fruto cedo ou tarde,
Nenhum
ato sem resultado, nada em vão :
Vejo
Sambhuta poderoso, grande e crescido
Assim suas
virtudes produzem fruto novamente.
Toda
ação boa produz fruto cedo ou tarde,
Nenhum
ato sem resultado, nada em vão.
Quem sabe se
Citta também pode ser grande,
E como eu
mesmo, seu coração lhe trouxe ganho ?
No final deste
hino, o rapaz cantou a terceira estrofe :
Toda
ação boa produz fruto cedo ou tarde,
Nenhum
ato sem resultado, nada em vão.
Contemple,
meu Senhor, veja Citta no portão,
E
como ti mesmo, seu coração lhe trouxe ganho.
Escutando
isto o rei repetiu a quarta estrofe :
Então
és tu Citta, ou escutaste a história,
Dele
ou outro te fez conhecer ?
Teu
hino é melodioso : nada temo ;
Uma
cidade e cem dinheiros te concedo.
O
rapaz repetiu a quinta estrofe :
Não
sou Citta mas escutei a coisa.
Foi
um sábio que me deu este comando -
Vá
e recite uma resposta ao rei,
E
seja premiado pela mão grata dele.
Escutando
isto, o rei pensou, “Deve ser meu irmão Citta ; agora irei e
o verei” ; deu as ordens a seus homens nas palavras destas duas
estrofes :
Venham,
atrelem as carruagens reais, tão finamente trabalhadas e
construídas.
Engrinaldem
com guirlandas os elefantes, em colares brilhantes arreados.
Batam
tambores de alegria e e deixem as conchas serem sopradas,
Para mim a
carruagem mais rápida :
Pois saio
para aquele eremitério,
Para ver o
sábio que senta lá dentro, neste dia.
Assim ele falou ;
então subindo na rica carruagem, saiu rapidamente para o
portão do palácio. Lá parou a carruagem e
aproximou-se do sábio Citta com uma reverência e sentou
em um dos lados ; altamente agraciado recitou a oitava estrofe :
Um hino
precioso eu cantava bem melodioso
Enquanto
multidão aglomerada ao redor me pressionava ;
Agora a este
sábio santo venho saudar
E tudo é
alegria e satisfação em meu coração.
Feliz no instante
que viu sábio Citta, deu todas as ordens necessárias,
mandando que se preparasse um assento para seu irmão e repetiu
a nona estrofe :
Aceite um
assento e para seus pés água fresca : é direito
Oferecer comidas
a convidados : aceite, pois convidamos.
Após este
doce convite, o rei repetiu outra estrofe, oferecendo-o metade do
reino :
Vamos então
alegrar o lugar onde morarás,
Multidões
de mulheres te servindo ;
Ó,
deixem-me te mostrar que gosto de ti,
E reis juntos
aqui sejamos.
Quando escutou
estas palavras, sábio Citta discursou para ele em seis
estrofes :
Vendo o fruto
das ações ruins, Ó rei,
Vendo o ganho
que ações boas trazem,
Satisfeito
exercito rígido auto controle,
Filhos, riqueza
e gado não podem encantar minh'alma.
Dez décadas
tem esta vida mortal, que sucede uma a uma :
Este limite
alcançado, o ser humano seca rápido qual caniço
quebrado.
Então o
quê é prazer, amor, caçar riquezas, para mim ?
O quê
filhos e filhas ? Saiba, Ó rei, sou livre de grilhões.
Pois isto é
verdade, sei bem – morte não me ignorará :
E o quê é
amor, o quê é riqueza, quando deves morrer ?
A raça
mais baixa que anda em dois pés
São
os Candalas, os mais vis sobre a terra,
Quando
todas as nossas ações estavam maduras, qual prêmio
de encontro
Nós dois
como jovens Candalas tivemos nossos nascimentos.
Candalas na terra
Avanti, cervos em Nerañjara, águias pescadoras em
Nerbudda, agora brahmin e Kshatria.
Tendo assim
tornado claro seus nascimentos baixos, aqui também neste
nascimento ele declara a impermanência das coisas criadas e
recita quatro estrofes para fazer surgir uma força :
Vida é
curta e o fim deve ser a morte :
O velho não
tem onde se esconder e fugir.
Então,
Ó Pañcala, o que te peço, faça :
Evite todos
os atos que fazem crescer sofrimento.
Vida é
curta e o fim deve ser a morte :
O velho não
tem onde se esconder e fugir.
Então,
Ó Pañcala, o que te peço, faça :
Evite todos
os atos cujo fruto é sofrimento.
Vida
é curta e o fim deve ser a morte :
O velho não
tem onde se esconder e fugir.
Então,
Ó Pañcala, o que te peço, faça :
Evite todos
os atos manchados de paixão.
Vida é
curta e o fim deve ser a morte :
A velhice
vai exaurir nossa força.
Então,
Ó Pañcala, o que te peço, faça :
Evite todos
os atos que levam ao mais baixo ínfero.
O rei alegrou-se
enquanto o Grande Ser falava e repetiu três estrofes :
Verdadeira é
esta palavra, Ó Irmão ! Que dizes,
Tu qual
homem santo tuas palavras injunge :
Mas meus
desejos são duros de jogar fora,
Por tal
como eu ; eles são grandes.
Como
elefantes afundados em mangue
Não
podem subir para terra apesar de vê-la
Assim,
afundado no atoleiro do forte desejo
No Caminho
da Irmandade não posso permanecer.
Como pai ou
mãe a seu filho
Aconselharia,
como crescer bem e feliz ;
Aconselhe-me
como felicidade é ganha,
E diga-me
por qual caminho devo seguir.
Então o
Grande Ser disse a ele :
Ó
senhor dos homens ! Tu não podes jogar fora
As paixões
comuns a humanidade :
Que teu Povo
não pague taxas injustas,
Lei justa e
igual possam encontrar.
Mande
mensageiros ao norte, sul, leste e oeste
Convidando
brahmins e ascetas :
Forneça-lhes
comida e bebida, lugar para descansar,
Roupas e todos
os outros requisitos.
Dê tu
comida e bebida que satisfaça
Sábios
e brahmins santos, cheios de fé :
Aquele que dá
e legisla como nele se dispõe
Irá
para o céu sem culpa após a morte.
Mas se cercado
por tuas mulheres
Sentires
tua paixão e desejo muito fortes,
Este verso de
poesia então carregue na mente
E o cante
no meio da multidão :
Nenhum telhado
para cobrir o céu, deita entre cães,
Sua mãe o
alimentava enquanto andava : mas ele é rei ho-je.
Tal foi o
conselho do Grande Ser. Então ele disse, “Te dei o meu
conselho. E agora você se torna um asceta ou não, como
pensares adequado ; mas seguirei subindo para os resultados de meus
próprios atos.” Então ele se elevou nos ares e
sacudiu a poeira de seus pés em cima do outro e partiu para o
Himalaia.E o rei viu isto e ficou movido grandemente ; e abandonou o
reino para seu filho mais velho, chamou seu exército para fora
e dirigiu sua face para os Himalaias.. Quando o Grande Ser escutou de
sua vinda, ele foi com ajudantes sábios recebê-lo e
ordenou-o para a vida religiosa e o ensinou os meios de induzir o
ênstase místico. Ele desenvolveu a Faculdade da
meditação mística. Assim estes dois juntos
tornaram-se destinados ao mundo de Brahma.
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Quando o
Mestre terminou este discurso ele disse : “Assim, Irmãos,
sábios antigos continuam amigos firmes através do
percurso de três ou quatro existências.” Então
ele identificou o jataka : “Naquele tempo Ananda era o sábio
Sambhuta e eu mesmo era o sábio Citta.”
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