Mahabalipuram, Mamallapuram, sudeste da Índia, séc. VIII.
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“Apesar de
distante...etc.” - Esta hstória o Mestre contou, enquanto
residia em Jetavana sobre um Ancião que tinha que amparar sua
mãe. As circunstâncias do acontecimento são
semelhantes àquelas do Sama Jataka nº. 540. Nesta
ocasião também o Mestre disse, dirigindo-se aos Irmãos,
“Não fiquem furiosos, Irmãos, com este homem ;
houveram sábios no passado que mesmo nascidos no ventre de
animais, separados de suas mães, recusaram por sete dias a
comer, ficando muito tristes ; e mesmo quando lhe foram oferecidas
comidas próprias de reis apenas respondeu, Sem minha mãe
não comerei ; e depois alimentaram-se novamente quando viram a
progenitora.” Assim falando, ele contou uma história do
passado.
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Certa vez
quando Brahmadatra reinava em Benares, o Bodhisatva nasceu como um
Elefante na região dos Himalaias. Ele era todo branco, um
animal magnífico e uma horda de 80 mil elefantes o circundava
; mas a mãe dele era cega. Ele teria dado a seus elefantes o
doce fruto selvagem, tão doce, que era para levar para ela ;
mas não deram e eles comeram tudo eles mesmos. Quando ele
perguntou e escutou a notícia, disse, “Deixarei a horda e
cuidarei da minha mãe.” À noite então, sem
ser visto pelos outros elefantes, levando sua mãe consigo, ele
partiu para o Monte Candorana ; e lá colocou sua mãe em
uma caverna nas montanhas, bem junto de um lago e cuidava dela.
Bem,
um mateiro, que vivia em Benares, perdeu-se ; e incapaz de se
orientar começou a chorar alto. Ouvindo o barulho dele, o
Bodhisatva pensou consigo mesmo, “Há um ser humano sofrendo
e não é conveniente que se machuque enquanto estou
aqui.” Então ele se aproximou do homem ; mas o sujeito
fugiu temeroso. Vendo isto o Elefante disse a ele, “ Ho man ! Não
precisa ficar com medo. Não fujas mas diga porque perambulas
chorando?”
“Meu
senhor,” disse o homem, “perdi o rumo já têm sete
dias.”
Disse o
Elefante, “Nada tema, Oh homem ; te colocarei nos caminhos das
pessoas.” Então ele fez o sujeito sentar nas costas dele e
o carregou para fora da floresta e depois voltou.
Este
homem ruim resolveu ir à cidade e contar para o rei. De modo
que marcou as árvores e marcou os montes e então fez
seu caminho de volta a Benares. Naquele tempo o Elefante de estado
do rei acabara de morrer. O rei fez com que a notícia fosse
proclamada pelo bater de tambores, “ Se alguma pessoa tiver visto
em algum lugar um elefante adequado e próprio de montaria ao
rei, declare-o !” Este homem então foi para diante do rei e
disse, “Vi, meu senhor, um elefante esplêndido, todo branco e
excelente, adequado como montaria para qualquer rei. Mostrarei o
caminho ; envie junto comigo apenas os treinadores de elefantes e o
pegaremos.” O rei concordou e enviou o mateiro e uma grande tropa
junto.
Foram
juntos e encontraram o Bodhisatva se alimentando no lago. Quando o
Bodhisatva viu o mateiro, pensou, “Este perigo sem nenhuma dúvida
vem devido aquele sujeito. Mas sou forte ; posso dispersar até
mil elefantes ; irado posso destruir todas as bestas que transportam
um exército de todo um reino. Mas s'eu deixar escapar a ira
estarei maculando minha virtude. Então ho-je não fiarei
irado nem mesmo se espicaçado com lâminas.” Com esta
resolução, dobrando a cerviz ele ficou imóvel.
Para dentro
do lago de lótus foi o mateiro e vendo a beleza de suas
presas, disse, “venha, meu filho !” Então segurando-o
pela tromba ( e igual a uma corda de prata ela era ), o direcionou
para Benares por sete dias.
Quando a
mãe do Bodhisatva percebeu que seu filho não viria, ela
pensou que ele foi pego pelos nobres do reino. “E agora,” ela
gemia, “todas estas árvores continuarão crescendo mas
ele estará longe “ ; e ela repetiu duas estrofes :
Apesar de
longe estar este elefante
Ainda
crescem olíbano e kutaja,
Grãos,
gramas, e oleandro, lírios brancos,
Em
lugares protegidos os sinos azuis escuros ainda florescem.
Onde quer
que aquele elefante real for,
Nutrido
pelos que mostram peito e corpo
Todo
em arreios dourados, o Rei ou Príncipe pode dirigí-lo
Sem medo
para o triunfo sobre o inimigo de armadura.
Então
o treinador, enquanto ainda estava no caminho, enviou mensagem para
contar ao rei. O rei fez com que se decorasse a cidade. O treinador
levou o Bodhisatva para um estábulo todo adornado e
aparrelhadocom guirlandas e grinaldas e o cercando com uma tela de
muitas cores o mandou para o rei.O rei fez com que dessem ao
Bodhisatva todo tipo de comida rica. Mas ele nada comeu : “Sem
minha mãe, nada comerei,” disse ele. O rei suplicou a ele
que comesse repetindo a terceira estrofe :
Tome, pega
um pedaço, Elefante, e não desfaleça :
Há
muita coisa a ser feita servindo ao rei ainda.
Escutando isto,
o Bodhisatva repetiu a quarta estrofe :
Não,
ela junto ao Monte Candorana, pobre cega e infeliz,
Tropeça
em alguma raiz de árvore por falta minha, seu filho !
O rei falou a
quinta estrofe para perguntar o significado :
Quem
está no Monte Candorana, cega pobre e infeliz,
Tropeçando
em alguma raiz de árvore, sem seu filho real ?
Ao quê o
outro respondeu com a sexta estrofe :
Minha
mãe no sopé do Candorana, cega e infeliz !
Tropeça
em alguma raiz d'árvore sentindo minha falta
Escutando isto,
o rei deu a ele a liberdade, recitando a sétima estrofe :
A
este poderoso Elefante que alimenta a mãe, deixem livre :
E
deixem-no ir até a mãe e para toda sua família.
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As
estrofes oitava e nona são do Buddha em sabedoria perfeita :
O
Elefante livre da prisão, o animal libertado das cadeias,
Com
palavras de consolação voltou para as montanhas.
[
n. do tr. : o Escoliasta, a Glosa, explica que o elefante discursou
sobre a virtude para o rei, depois disse a ele para se cuidar e
partiu no meio dos aplausos da multidão quelançava
flores sobre ele. Foi para casa e alimentou e lavou sua mãe.
Para explicar isto, o Mestre repetiu duas estrofes. ]
Então
do lago límpido e frio, que Elefantes frequentam,
Com
sua tromba pega água e esparrama toda em sua mãe.
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Mas a mãe
do Bodhisatva pensou ao começar a chover, censurando a chuva,
repetindo a décima estrofe :
Quem
traz chuva fora de época – que deidade ruim ?
Pois
ele se foi, meu próprio filho, que costumava cuidar de mim.
Então o
Bodhisatva falou a estrofe onze para tranquilizá-la :
Levante
mãe ! Por quê deitas ? Teu filho voltou !
Videha,
rei glorioso de Kasi, me mandou a salvo para casa.
E ela louvou
também o rei falando a última estrofe :
Longa vida
ao rei ! Por longo tempo possa fazer prosperar estes reinos,
Que libertou
o filho que sempre me mostrou grande respeito.
O
rei ficou agraciado com a bondade do Bodhisatva ; e construiu um vila
não distante do lago e prestou homenagem contínua ao
Bodhisatva e sua mãe. Depois, quando a mãe morreu e o
Bodhisatva realizou suas exéquias ele foi para um mosteiro
chamado Karandaka. Para este lugar quinhentos sábios vieram e
habitaram e o rei prestou o mesmo serviço para eles. O rei
mandou fazer uma imagem de pedra da figura do Bodhisatva e prestou
grande honra a ela. Lá os habitantes de toda a Índia
todo ano reuniam-se para realizar o chamado Festival do Elefante.
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Quando o Mestre
terminou este discurso, declarou as Verdades e identificou o Jataka :
( e na conclusão das Verdades o Irmão que amparava a
mãe foi estabelecido na fruição do Primeiro
Caminho :) “Naquele tempo Ananda era o rei, a senhora Mahamaya era
a aliá, e eu mesmo era o elefante que alimentava a mãe.”