quinta-feira, 21 de outubro de 2010

420 Ananda Sumangala



                                  pintura de Ajanta, Índia

420
“Ciente de uma face irada...etc.” - O Mestre contou este conto enquanto residia em Jetavana, relativo a repreensão de um rei. Nesta ocasião o Mestre, ao pedido do rei, contou um conto antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu como filho de sua rainha principal. Quando cresceu, tornou-se rei no lugar do pai e fazia ofertas abundantes. Ele tinha um guardião do parque chamado Sumangala. Um certo paccekabuddha deixou a caverna Nandamula em peregrinação por ofertas e vindo para Benares permaneceu no parque. Dia seguinte ele foi para a vila colher ofertas. O rei o viu favoravelmente, mandou-o subir para o palácio e o sentou no trono, serviu-o com vários tipos de comidas delicadas, duras e moles, e recebeu seu agradecimento : estando feliz que o paccekabuddha ficaria no parque, conseguiu esta promessa e o enviou de volta para lá : após seu café da manhã ele foi lá em pessoa, arrumou os lugares para a moradia dele à noite e de dia, indicou-lhe o guardião do parque, Sumangala, como seu ajudante e voltou para a vila. Após isto o paccekabuddha alimentava-se constantemente no palácio e viveu lá por um longo tempo : Sumangala respeitosamente o ajudava. Um dia ele saiu fora dizendo para Sumangala, “Vou para tal e tal vila por alguns dias mas voltarei : informe o rei.” Sumangala informou o rei. Após alguns dias na tal vila o paccekabuddha voltou para o parque à noite depois do por do sol. Sumangala, sem saber de seu retorno, fora para a própria casa. O paccekabuddha colocou de lado sua tigela e hábito e depois de uma pequena caminhada sentou numa laje de pedra. Naquele dia alguns estranhos convidados chegaram na casa do guardião do parque. Para oferecer 'sopa e curry' ele se dirigiu para o parque com arco e flecha para matar um cervo domesticado do parque : ele estava lá procurando por um cervo quando viu o paccekabuddha e pensando ser um grande cervo, apontou para ele uma flecha e o acertou. O paccekabuddha descobriu sua cabeça e disse, “Sumangala.” Bastante angustiado Sumangala disse, “Senhor, não sabia do teu retorno e o atingi, pensando que fosses um cervo : me perdoe.” “Tudo bem mas o quê você fará agora ? Venha puxe a flecha.” Ele obedeceu e a puxou para fora. O paccekabuddha sentiu grande dor e passou para o nirvana lá e então. O guardião do parque pensou que o rei não o perdoaria se soubesse : pegou sua esposa e filhos e fugiu. Por poder sobrenatural toda a cidade escutou que o paccekabuddha havia entrado no nirvana e todos ficaram exaltados. Dia seguinte alguns homens entraram no parque, viram o corpo e contaram ao rei que o guardião do parque fugiu após matar o paccekabuddha. O rei seguiu com um grande cortejo e por sete dias prestou honras ao corpo : então com toda a cerimônia ele pegou as relíquias, construiu um santuário e prestando honras continuou a legislar seu reino retamente. Após um ano, Sumangala, determinado a descobrir o quê pensava o rei, veio e pediu a um ministro se podia saber o quê o rei pensava dele. O ministro louvou Sumangala diante do rei mas foi como se nada houvesse escutado. O ministro nada mais disse mas falou para Sumangala que o rei não estava satisfeito com ele. Após outro ano ele retornou e novamente em um terceiro trouxe a esposa e as crianças. O ministro sabia que o rei estava apaziguado e colocando Sumangala na porta do palácio contou ao rei de sua chegada. O rei mandou chamá-lo e após saudações disse, “Sumangala, por quê mataste aquele paccekabuddha, através do qual eu estava ganhando mérito ?” “Ó rei, não queria matá-lo mas foi desse jeito que aconteceu o fato,” e ele contou a história. O rei disse para nada temer e o recolocou como guardião do parque novamente. Então o ministro perguntou, “Ó rei, por quê nada respondeste quando escutaste duas vezes louvores a Sumangala e na terceira vez por quê mandou chamá-lo e perdoá-lo ?” O rei disse, “Caro senhor, é errado um rei agir apressadamente e em ira : portanto fiquei em silêncio primeiramente e na terceira vez quando sabia que estava calmo chamei Sumangala” : e assim falou estas estrofes para declarar o dever de um rei :-

Ciente de uma face irada,
Nunca deixe rei estender seu bastão :
Coisa que não vale que uma multidão
Então siga seu assentimento.

Ciente de humor temperado,
Deixe-o decretar juízos ásperos,
Quando o caso é entendido,
Fixar a pena apropriada :

Se avexa e não aos outros,
Claramente separando certo de errado :
Apesar de seu jugo estar nos pescoços das pessoas,
Virtude o mantém forte e elevado.

Príncipes irresponsáveis em atos
Manejam o bastão sem remorso,
Má reputação aqui é o prêmio deles,
O inferno os aguarda quando morrem.

Aqueles que amam a lei santa,
Puros nos atos, palavras e pensamentos,
Cheios de gentileza, calma e respeito,
Passam como devem através de ambos os mundos.

Sou rei, senhor do meu povo ;
Ira não deve reter minha propensão :
Quando ao vício tomo a espada,
Piedade limita a punição.

Assim o rei declarou suas próprias boas qualidades em seis estrofes : toda sua corte ficou agraciada e declarou seus méritos nas palavras, “Tal excelência em práticas e qualidades morais são dignas de sua majestade.” Sumangala, depois da corte terminar de falar, saudou o rei e após obediência falou três estrofes em louvor do rei :-

Tal a tua glória e teu poder ;
Nunca os renuncie nem por uma hora :
Livre de ira, livre de temores,
Reine em alegria por cem anos.

Príncipe, a quem todas estas virtudes abençoa,
Calmo e brando mas firme em valor,
Legisle o mundo com retidão,
Passe para o céu quando liberto da terra.

Verdadeiro em palavras, na ação bom,
Tome os meios para alcançar teu fim :
Pacifique a multidão agitada,
Como uma nuvem de chuva revigorante.
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Após a lição conectada ao conselho para o rei de Kosala, o Mestre identificou o Jataka : “Naquele tempo o paccekabuddha passou para o nirvana, Sumangala era Ananda, o rei eu mesmo.”

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

419 Buddha deidade da montanha



                       Sanchi, Índia, clique na imagem para vê-la ampliada.


419
“Eis aqui um colar dourado...etc.” - O Mestre contou este conto enquanto residia em Jetavana, relativo a empregada de Anathapindika. A história diz que em um dia de festa, quando ela estava indo com várias empregadas amigas a um jardim de descanso, ela pediu a sua patroa Pannalakkhanadevi um ornamento para vestir. Sua patroa deu a ela uma joia sua, válida cem mil dinheiros. Ela a colocou e prosseguiu com as outras empregadas para o jardim de descanso. Um certo ladrão cobiçava a joia e com o intuito de matá-la e pegar o ornamento, começou a conversar com ela e no jardim deu a ela peixe, carne e bebida forte. “Ele faz isto, suponho, porque ele me deseja,” ela pensou, e à tardinha quando todos deitaram para descansar após a prática dos esportes, ela levantou-se e foi com ele. Ele disse, “Senhora, este lugar não é reservado ; vamos mais para longe.” Ela pensou, “Qualquer coisa privada pode ser feita neste lugar : sem dúvida ele deve estar ansioso em me matar e tomar o que estou usando : ensinarei a ele uma lição “ : então ela disse, “Senhor, estou seca devido à bebida forte : me arranje um pouco d'água,” e levando-o até um poço pediu a ele que retirasse um pouco d'água, mostrando a corda e o balde. O ladrão desceu o balde. Então enquanto ele estava inclinado para retirar àgua, a garota, que era muito forte, empurrou-o duramente com ambas as mãos e o atirou para dentro do poço. “Você não morrerá com isto apenas,” ela disse, e atirou um tijolo grande na cabeça dele. Ele morreu no lugar. Quando ela voltou para a vila e devolveu à patroa o ornamento, disse, “Estive bem próxima ho-je de ser morta por causa desta joia,” e contou toda a história. A patroa contou Anathapindika e ele contou ao Tathagata. O Mestre disse, “Dono de casa, esta não é a primeira vez que uma empregada é dotada de senso em uma situação ; ela foi assim antes também : não é a primeira vez que ela mata aquele homem ; ela o fez uma vez antes,” e com o pedido de Anathapindika, ele contou o conto(a) antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares, havia uma linda mulher na cidade chamada Sulasa, que tinha um cortejo de quinhentas cortesãs e cujo preço era mil dinheiros uma noite. Havia na mesma cidade um ladrão chamado Sattuka, forte como um elefante, que usava entrar nas casa dos ricos à noite e saquear à vontade. Os cidadãos reuniram-se e reclamaram com o rei. O rei ordenou que os vigias postassem guardas cá e lá, prendessem o ladrão e cortassem a cabeça dele. Eles amarraram a mãos dele atrás das costas e o levaram para o local de execução, açoitando-o em cada esquina. As novas de que ele fora pego excitaram a cidade. Sulasa estava em pé numa janela e olhando para baixo para rua viu o ladrão, amou-o à primeira vista e pensou, “S'eu puder libertar aquele forte homem de luta, desistiria desta minha má vida e viveria respeitavelmente com ele.” Do jeito descrito no Jataka 318 ela consegue a liberdade dele enviando mil dinheiros para o condestável, chefe da guarda, da cidade e com isto viveram juntos em delícia e harmonia. O ladrão depois de três ou quatro meses pensou, “Nunca serei capaz de permanecer neste lugar apenas : e não poderei sair de mãos vazias : os ornamentos de Sulasa valem cem mil dinheiros : vou matá-la e pegá-los.” Então ele disse a ela um dia, “Querida, quando estava sendo arrastado pelos homens do rei, prometi uma oferta a uma deidade-árvore de um topo de montanha, que agora me ameaça porque não a paguei : façamos uma oferta.” “Muito bem, marido, prepare-a e a envie.” “Querida, não cabe enviar : vamos ambos e apresentemo-la, vestindo todos os nossos ornamentos e com um grande séquito.” “Muito bem, marido, faremos isto.” Ele a fez preparar a oferta e quando alcançaram o sopé da montanha, ele disse, “querida, a deidade, vendo esta multidão de gente, não aceitará a oferta ; vamos nós dois lá em cima e apresentemo-la.” Ela consentiu e ele a fez carregar a oferta, vaso. Ele mesmo estava armado até os dentes e quando alcançaram o topo, ele colocou a oferta nos pés de uma árvore que crescia do lado de um precipício alto centenas de vezes mais que um ser humano e disse, “Querida, não vim para apresentar oferta, vim com a intenção de matá-la e fugir com todos teus ornamentos : retire-os e faça uma trouxa com eles com teu vestido.” “Marido, por quê me matarias ?” “Por teu dinheiro.” “Marido, lembre do bem que te fiz : quando eras arrastado em cadeias, desisti de um filho de rico por você e paguei uma grande soma salvando tua vida : apesar de poder conseguir mil dinheiros por dia, nunca olho outro homem : tal benfeitora sou tua : não me mate, te darei muito dinheiro e serei tua escrava.” Com estas conversas ela falou a primeira estrofe :-

Aqui está um colar de ouro e esmeraldas e pérolas,
Pegue tudo e seja bem vindo : dê-me lugar entre tuas empregadas.

Quando Sattuka falou a segunda estrofe de acordo com sua intenção, a saber -

Bela senhora, jogue no chão as jóias e não chore tão dolorosamente :
Te matarei : de outro modo não terei certeza de conseguir toda tua riqueza.

o entendimento de Sulasa cresceu na ocasião e pensando, “Este ladrão não me dará minha vida mas tirarei a vida dele primeiro atirando-o para baixo do precipício de algum modo,” ela falou duas estrofes :-

Em meus anos de entendimento, dentro de minha memória consciente,
Nenhum homem no mundo, digo, amei mais que tu.

Venha aqui para uma última saudação, receber um último beijo :
Pois nunca mais na terra nos veremos face a face.

Sattuka não percebia o propósito dela, e então ele disse, “Muito bem, querida ; venha e me beije.” Sulasa andou ao redor dele em saudação respeitosa três vezes, o beijou e disse, “Agora, marido, farei obediência a você em todos os quatro lados,” ela colocou a cabeça nos pés dele, fez obediência nos seus lados e foi para trás dele como se para fazer obediência lá : então com a força de um elefante ela o pegou pelas partes de trás e o atirou de cabeça para baixo no precipício centenas de vezes mais alto que uma pessoa. Ele ficou esmagado em pedaços no lugar. Vendo este acontecimento, a deidade que vivia no topo da montanha falou estas estrofes :-

Sabedoria as vezes não está confinada aos homens :
Mulher mostra sabedoria de vez em quando.

Sabedoria as vezes não está confinada aos homens :
Mulheres são rápidas no conselho de vez em quando.

Aquele que em grandes ocasiões falha em crescer
Cae, como o tolo ladrão do precipício.

Alguém pronto a uma crise em seu fado ver,
Como ela, salva-se de inimigo ameaçador.

Assim Sulasa matou o ladrão. Quando ela desceu da montanha e veio para juntos dos empregados, eles perguntaram onde estava o marido dela. “Não me pergunte,” ela disse e montando em sua carruagem ela seguiu para a cidade.
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Após a lição, o Mestre identificou o Jataka : “Naquele tempo os dois de então eram os dois de agora, a deidade era eu mesmo.”




quarta-feira, 6 de outubro de 2010

418 Buddha Asceta



                       Buddha de Taxila ( Takkasilla ), Paquistão.

418
“Um lago tão fundo...etc.” - O Mestre contou este conto enquanto residia em Jetavana, relativo a um som terrível indistinto escutado à meia noite pelo rei de Kosala. A ocasião é semelhante àquela já descrita no Jataka 314. Desta vez contudo, quando o rei disse, “Senhor, o que estes sons significam para mim ?” o Mestre respondeu, “Grande rei, não tenha medo : nenhum perigo te ameaça devido a estes sons : tais terríveis sons indistintos não foram escutados por você apenas : reis antigos também escutaram sons semelhantes e pretendia seguir o conselho de brahmins e oferecer em sacrifício quatro animais de cada espécie mas após escutar o quê sábios tinham a dizer, eles libertaram os animais reunidos para o sacrifício e proclamaram pelo tambor o fim de toda execução e morte” : e com o pedido do rei, ele contou um conto antigo.
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Certa vez quando Brahmadatra reinava em Benares ( Varanasi ), o Bodhisatva nasceu em uma família brahmin rica de oitocentos milhões. Quanndo ele cresceu aprendeu as artes em Takkasila ( Taxila ). Após a morte de seus pais ele reviu todos seus tesouros, livrou-se de toda sua riqueza ofertando-a em caridade, abandonou desejos, foi para o Himalaia e tornou-se asceta, entrando em meditação mística. Depois de um tempo ele veio ao ambiente dos humanos em busca de sal e vinagre, e chegando em Benares, permaneceu em um jardim. Naquele tempo o rei de Benares quando sentado em sua cama real à meia noite, escutou oito sons :- primeiro, uma siriema piou em um jardim próximo ao palácio ; segundo, imediatamente após a siriema, um corvo fêmea fez um barulho no portão do estábulo dos elefantes ; terceiro, um inseto no pico do palácio fez barulho ; quarto, um cuco domesticado do palácio fez barulho ; quinto, um cervo domesticado no mesmo lugar ; sexto, um macaco domesticado lá ; sétimo, um duende que vivia no palácio ; oitavo, imediatamente após o último, um paccekabuddha, passando pelo telhado da habitação do rei para o jardim, pronunciou um som de sentimento enstático. O rei ficou aterrorizado ao escutar estes oito sons e no dia seguinte consultou os brahmins. Os brahmins disseram, “Grande rei, há perigo para você : devemos oferecer sacrifício do lado de fora do palácio” ; e pegando a licença dele para fazer o que quiserem, eles foram alegres e felizes e começaram o trabalho do sacrifício. Bem, um jovem pupilo do brahmin de sacrifical mais velho, era sábio e escolado : ele disse a seu mestre, “Mestre, não faça tal matança cruel e sanguinária de tantas criaturas.” “Pupilo, que entendes disto ? Mesmo que nada aconteça, devemos conseguir peixe e carne para comer.” “Mestre, não faça, por causa do estômago, uma ação que te fará renascer nos ínferos.” Escutando isto, os outros brahmins ficaram irados com o pupilo por estar ameaçando os ganhos deles. O pupilo temeroso disse, “Muito bem, encontre um meio de conseguir peixe e carne para comer,” e deixou a cidade procurando algum pio asceta capaz de prevenir o rei de sacrificar. Ele entrou no jardim real e vendo o Bodhisatva, o saudou e disse, “Não tens compaixão das criaturas ? O rei ordenou um sacrifício que trará morte a muitas criaturas : não devias trazer livramento a uma tal multidão ?” “Jovem brahmin, não conheço o rei desta terra, nem ele a mim.” “Senhor, sabes qual será a consequência destes sons que o rei escuta ?” “Sei.” “Se sabes, por quê não dizes ao rei ?” “Jovem brahmin, como posso ir com um chifre amarrado na minha testa ( imagem do orgulho ) e dizer, 'Eu sei' ? Se o rei vier aqui me perguntar, direi a ele.” O jovem brahmin foi rapidamente até a corte real e quando foi perguntado qual era o assunto, ele disse, “Grande rei, um certo asceta sabe o problema daqueles sons que escutas : ele está sentado no assento real do seu jardim e diz que te dirá se perguntares a ele : devias fazer isto.” O rei foi rapidamente, saudou o asceta e após palavras amigáveis sentou e perguntou, “É verdade que você sabe o problema dos sons qu'eu escuto ?” “Sim, grande rei.” “Prego, então me diga.” “Grande rei, não há perigo algum conectado a estes sons : há uma certa siriema em teu velho jardim ; estava sem comida, meia morta de fome e fez o primeiro som :” e então através de seu conhecimento, dando o significado preciso da fala da siriema, pronunciou a primeira estrofe :-

Um lago tão fundo e cheio de peixe chamam este lugar antigo,
Residência do rei siriema, ele foi, meu velho ancestral :
E apesar de ho-je vivermos de sapos, nunca largamos esta praia

“Este, grande rei, era o som que a siriema fez nos estertores da fome : se queres livrá-la da fome, limpe o jardim e encha o tanque de água.” O rei disse a um ministro para que se fizesse isto. “grande rei, há um corvo fêmea que vive no portão do estábulo de elefantes : ela fez o segundo som, chorando por seu filho : nada deves temer dai,” e então ele falou a segunda estrofe :-

Oh ! Quem do fraco Bandhra ? O olho único rasgará
De meu ninho, meus filhotes e de mim mesma oh! quem será amável ?

Então ele perguntou ao rei pelo nome do cavalariço chefe no estábulo de elefantes. “Seu nome, senhor, é Bandhura.” “Ele tem um olho único apenas, Ó rei ?” “Sim, senhor.” “Grande rei, um certo corvo fêmea construiu seu ninho no portão do estábulo de elefantes ; lá ela depositou seus ovos, lá no tempo devido seus filhotes chocaram : sempre que o cavalariço entra ou sai do estábulo em seu elefante, ele bate com o chicote no corvo e nos filhotes e destrói o ninho : o corvo fêmea em seu sofrimento deseja rasgar o olho único dele e fala deste jeito. Se queres o bem dela, mande chamar Bandhura e peça-o para não destruir o ninho.” O rei mandou chamá-lo, censurou-o e mudou-ode lugar e deu o elefante para outro.

“No pico do telhado do palácio, grande rei, há um inseto da madeira ; ele já comeu toda a madeira de figueira lá e não consegue comer mais madeira dura : sem comida e incapaz de sair, ele faz o terceiro som em lamentação : nada deves temer dai :” e então através de seu conhecimento dando o significado preciso do som do inseto, falou a terceira estrofe :-

Já comi toda a figueira ao redor até onde ela vai :
Madeira dura cupim não gosta, e outra comida está escassa.

O rei enviou um empregado e de um modo ou outro livrou o cupim.
“Em tua residência, grande rei, há um certo cuco domesticado ?” “Há , senhor.” “Grande rei, este cuco pinha pela floresta quando lembra sua vida anterior, 'Como posso deixar esta gaiola e ir para minha querida floresta?' e dai fez o quarto som : nada deves temer dele :” e então ele falou a quarta estrofe :-

Oh deixar esta residência real ! Oh ganhar minha liberdade,
De coração feliz percorrendo a floresta e alto n'árvore construir meu ninho.

Assim falando ele adicionou, “O cuco pinha, grande rei, liberte-a.” O rei fez isto.
“Grande rei, há um cervo domesticado em tua residência ?” “Há, senhor.” “Ele era chefe da horda : lembrando sua cerva e pinhando de amor por ela ele faz o quinto som : nada deves temer dele :” e falou a quinta estrofe :-

Oh deixar esta residência real ! Oh ganhar minha liberdade,
Beber água pura da fonte, guiar a horda que me segue !

O Grande Ser fez com que se libertasse o cervo e continuou, “Grande rei, há um macaco domesticado em tua residência ?” “Há, senhor.” “Ele era chefe de uma horda do Himalaia e este saudoso da companhia das macacas : um caçador chamado Bharata o trouxe para cá : pinhando e ansiando por seus velhos covis ele faz o sexto som : nada deves temer dele,” e ele falou a sexta estrofe :-

Cheio e sujo de paixões eu estava, enfeitiçado de desejo,
Bharata o caçador me pegou ; qu'eu te traga fado feliz !

O Grande Ser fez também o macaco ser liberto e prosseguiu, “Grande rei, há um duende vivendo em tua residência ?” “Há,senhor.” “Ele está pensando no que fazia com sua sílfide e sofrendo de desejo faz o sétimo som. Um dia ele subiu no pico de uma alta montanha com ela : eles colheram e se adornaram com muitas flores de cores e perfumes diversos e não perceberam que o sol se punha ; escuridão caiu enquanto desciam da montanha. A sílfide disse, 'Marido, está escuro, desça com cuidado para não tropeçar,' e pegando-o pela mão, desceram juntos. É lembrando das palavras delas que ele faz o som : nada deves temer dele.” Através do seu conhecimento ele estabeleceu e se fez saber precisamente as circunstâncias, falando a sétima estrofe :-

Quando a escuridão ficou grossa sozinhos no alto da montanha,
Ela me avisou gentilmente, 'Não tropece o pé numa pedra'.

Assim o Grande Ser explicou porque o duende fez o som e fez com que o libertassem também e prosseguiu, “Grande rei, houve um oitavo som, um de êxtase / ênstase. Um certo paccekabuddha na Gruta Nandamula sabendo que as condições de vida estava agora no fim para ele, veio para perto dos seres humanos, pensando, 'Entrarei no Nirvana no parque do rei de Benares : seus empregados irão me enterrar e festejar festivais sagrados e venerar minhas relíquias e assim atingir o céu :' ele estava vindo com seu poder sobrenatural e justo quando alcançou o telhado do palácio, atirou fora a carga da vida e cantou em ênstase a canção que ilumina a entrada na cidade do Nirvana :” e então ele falou a estrofe pronunciada pelo paccekabuddha :

Certamente vejo o fim dos nascimentos,
Nunca mais novamente verei útero :
Minha última existência na terra
Está terminada e toda sua miséria.

“Com estas palavras de ênstase ele alcançou teu parque e passou para o Nirvana aos pés de um salgueiro florido : venha, grande rei, e realize ritual de exéquias.” Assim o Grande Ser levou o rei para o lugar onde o paccekabuddha entrou no Nirvana e mostrou a ele o corpo. Vendo o corpo, o rei com um grande exército prestou honras com perfumes , flores e semelhantes. Como conselho do Bodhisatva ele parou o sacrifício, deu a todas as criaturas suas vidas, fez proclamação pela cidade através do tambor que a matança não ocorreria, e fez com que festivais sagrados fossem realizados por sete dias, cremou o corpo do paccekabuddha com grande honra em uma pira com perfumes e fez um stupa onde quatro estradas se encontram. O Bodhisatva pregou retidão ao rei e exortou-o com diligência : depois ele foi para o Himalaia e lá realizou trabalhos em Estados Perfeitos e sem quebrar suas meditações tornou-se destinado ao Céu de Brahma.
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Após a lição, o Mestre disse, “Grande rei, não há perigo algum para ti devido aos sons, pare o sacrifício e dê a todas as criaturas suas vidas” : e tendo feito a proclamação pelo tambor de que suas vidas seriam poupadas, ele identificou o Jataka : “Naquele tempo o rei era Ananda, o pupilo era Sariputra e o asceta eu mesmo.”